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Governo do Pará realiza Semana da Pessoa com Deficiência

Por Claudiane Santiago (SEJU)
22/08/2019 18h12

Uma roda de conversa sobre educação inclusiva, garantia de direitos e relatos dos familiares das pessoas com deficiência sobre as alegrias, superações e lutas diárias marcou a abertura da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, no Pará, promovida pelo Governo do Estado por meio das Secretarias de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e de Educação (Seduc), para debater e dar visibilidade sobre o dever da igualdade para inclusão.

A programação começou nesta quinta-feira, 22, na sede do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), com uma série de apresentações culturais desenvolvidas pelos alunos com deficiência intelectual e/ou autismo da Unidade Educacional Especializada Profª Yolanda Martins e Silva. “A proposta é chamar atenção da sociedade para participação integral destas pessoas de maneira igualitária e sem preconceitos”, frisou o titular da Sejudh, Rogério Barra.

Na dança, os alunos fizeram apresentação em cadeira de rodas e em grupo com coreografias contemporâneas e regionais, como o carimbó. Na música, a banda de rock “Revolução Nuclear”, formada por estudantes da instituição, tocou um repertório autoral que animou o público presente.  A programação será encerrada no próximo dia 27, na 23ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro, com o lançamento do primeiro CD da “Revolução Nuclear”, na arena “Walcyr Monteiro”.

 “Há 30 anos é desenvolvido um trabalho para apoiar o processo de ensino aprendizagem do aluno com deficiência que cursa o ensino regular. Assim, entendemos que a Semana Nacional é extremamente importante no processo para garantia do exercício da cidadania, para quebra de estereótipos, dar visibilidade a todo trabalho em defesa da PCD desenvolvido pela rede de promoção e proteção”, enfatizou a diretora da escola unidade especializada, Ana Bisi.

Revolução Nuclear - A banda de rock “Revolução Nuclear” faz jus ao nome ao revolucionar na luta contra o preconceito e estereótipo. Fundada em 2011, é composta por estudantes com deficiência intelectual e múltipla que, unidos e motivados pela música, compõem as próprias canções e tocam os mais diversos instrumentos.

Às vésperas de lançar o primeiro CD, os estudantes eram só alegria na apresentação de hoje, que mostrou um pouco do repertório da banda, a qual inclui nove faixas, sendo oito autorais. “Muita emoção tá aqui, cantar e animar as pessoas, mostrar todo nosso talento. Mas o melhor será na Feira do Livro, aguardem”, anunciou Athos Braga, estudante com autismo.  O dinheiro arrecadado com a venda do CD e camisas será utilizado para manutenção da banda e compra de novos instrumentos

Apoio familiar – Além da comunidade escolar, o papel da família é importante no processo para garantir que a pessoa com deficiência possa desenvolver em plenitude o próprio potencial, como enfatiza Neto Mello, de 42 anos, pai do garoto Daniel Mello, de 2 anos, que não tem movimento das pernas e braços.

Oriundo de Igarapé-Açú, Neto faz a rota entre o município e a capital paraense, diariamente, para trazer o filho ao CIIR, em Belém. “É uma rotina exaustiva, porém fico feliz de chegar aqui e poder ter essa estrutura necessária para que ele possa se desenvolver”, comenta. 

Neto explica que o filho tem um irmão gêmeo saudável, mas que Daniel nasceu com tumor no cérebro, foi operado, porém adquiriu meningite, chegando a ser desenganado pelos médicos. “Tive gêmeos, um nasceu sem alteração e o outro com tumor que chegou a ser operado, mas pegou meningite e os médicos deram apenas alguns meses de vida. Fiz uma promessa pra nossa Senhora de Nazaré, que me deu a graça do meu filho viver até hoje. Ele foi curado, mas ficou com sequelas”, relata.

Esclarece que os familiares da PCD tem uma vida cercada de preocupações e de cuidados especiais, mas que a trajetória é marcada principalmente por alegrias, superações e orgulho de seus filhos. “Quem está de fora acha que nossas vidas são infelizes, não sabem que nós nos tornamos muito melhores após se tornar pais de pessoas com deficiência. Apesar da dificuldade, o meu filho é um presente, sou totalmente apaixonado por ele, aprendo muito com as adversidades”, detalhou emocionado.