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Abertura da Feira do Livro celebra a diversidade e união em prol da Amazônia

Por Carol Menezes (SECOM)
24/08/2019 23h12

"Que Jesus e Deus possam iluminar a todos nós nesse momento que estamos vivendo. Iluminar as mentes daqueles que têm a responsabilidade coletiva pela nossa Amazônia". Com um discurso que fez reverências aos grandes homenageados da 23a Feira Pan-Amazônica do Livro, na noite deste sábado, 24, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o governador Helder Barbalho não se sentou, em um evento que se propõe plural por essência, de reforçar uma postura presente em relação ao assunto que domina as atenções em todo o mundo. João de Jesus Paes Loureiro e Zélia Amador de Deus também reforçaram a fala do chefe do Executivo Estadual, em reconhecimento e reforço ao posicionamento. A programação da feira segue até o dia 1o de setembro, das 10h às 22h, com entrada franca a todos os eventos.

"O amor pela Amazônia, nesta feira, provoca uma reunião entre o autor, o livro e o leitor. É isso que me encanta em uma feira como essa, em uma época como essa. Só que eu estou na Amazônia, e a Amazônia não está feliz. E apesar de minha felicidade individual pela homenagem, careço da felicidade coletiva desta Amazônia que arde em chamas, abandono e desespero  de um povo que minha poesia sempre defendeu pela liberdade, grandeza e respeito", discursou Paes Loureiro. "Tenho esperança que esta imensa lágrima que seguro seja a água do Rio Amazonas jorrando no oceano da beleza universal para contribuir com o mundo, com sua grande força humana que existe nessa terra", emocionou-se.

Zélia também dedicou a honraria ao coletivo. "A todos que trazem a marca da diversidade diminuída pela diferença no próprio corpo. A homenagem é coletiva, nunca individual, com todos aqueles e aquelas considerados os interditos da diferença transformada em desigualdade. Que a Amazônia consiga se recuperar e que tenhamos uma sociedade democrática, utopia da qual nunca abrirei mão", almejou.

Em meio ao ato de abertura, o governador assinou, junto com o presidente da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), Jorge Panzera, o decreto que cria a Política Pública de Edições e Publicações do Estado do Pará para livros, revistas, cartilhas, jornais e e-books. A dez representantes do quadro funcional da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), entregou cartões do Credlivro para simbolizar o alcance a mais de 19 mil servidores do bônus esse ano, totalizando um investimento de cerca de R$ 3 milhões. 

Para Helder, poder homenagear "duas figuras que representam a essência literária, a diversidade do pensar e a pluralidade cultural da nossa região é algo extraordinário". Ele comparou a capacidade de representatividade apresentada nesta edição da Feira Pan-Amazônica do Livro ao papel do próprio Governo mediante ao enfrentamento que o Estado e país assumem diante de um cenário ambiental que se tornou mundial. "Vivemos um momento singular de observação global e não devemos nos omitir, muito menos estarmos coadjuvantes nesta discussão. O faço por responsabilidade pública e por compreensão de que este pedaço do planeta pertence, sim, a cada um de nós. Não posso aceitar discurso fácil de que, se outros erraram e não preservaram seus ativos. Isso nos permite a incorrer no mesmo erro. Pelo contrário, errar é humano, persistir é inadmissível. Tenho buscado pregar o equilíbrio, a civilidade, a racionalidade, a capacidade do convívio entre os diferentes. E esta feira representa isso, a pluralidade do pensar", justificou. 

Ursula Vidal, titular da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), pasta responsável pela realização da programação, saudou o Governo do Estado por "remar contra a maré que tenta nos distanciar de nossas humanidades". Ela reforçou o papel essencial da programação de celebrar a riqueza de nossa diversidade, a potência daquilo que nos significa, nas multitudes de saberes. "Este ano, a Feira transbordará ainda sua maré literária a outros territórios. Já estivemos em Altamira, chegaremos a Parauapebas, Marabá, Santarém e Bragança sempre trilhando um caminho que nos levará a mais cidades. Homenageamos dois educadores e temos a honra de lançar duas de suas obras, livros singulares e emblemáticos de suas produções literárias e acadêmicas. São mais de duas mil pessoas envolvidas nessa construção de uma cidade de sonhar, do livro, da leitura, da voz e palavra. Gratidão ao governador, que tem acreditado de maneira estimulante no trabalho desta equipe notavelmente dedicada, encharcada de sonhos e ideias", reconheceu.

Presidente do Conselho Editorial do Senado Federal, o senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, participou da cerimônia e se disse pessoalmente fã de Zélia e João, e também reconheceu a Feira como uma declaração de amor à diversidade no momento em que a região mais precisa. "Quem tem que declarar amor à Amazônia, primeiramente, somos nós. Por isso essa feira é simbólica nesse sentido. Cumprimento o governador por dizer que não podemos ter vergonha de pedir apoio quando precisamos. Em momentos de ódio, essa feira é proclamação do amor", elogiou.