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PIONEIRISMO

Metropolitano inaugura primeiro laboratório do Brasil para confecção de órteses de baixo custo

Por Dayane Baía (ARCON)
13/06/2019 19h55

Hospital Metropolitano, referência em tratamento de pacientes com traumas e queimadosO Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, inaugurou nesta quinta-feira (13) o primeiro Laboratório de Tecnologia Assistiva (Labta) hospitalar do Brasil. O espaço amplia o atendimento a vítimas de traumatismo e queimaduras que precisam de órteses para imobilização de partes do corpo e recuperação de movimentos pós-alta.

A tecnologia assistiva já era praticada no HMUE como serviço, mas a conquista de um espaço destinado especialmente à produção é significativa. Com a finalidade de atender pacientes de média e alta complexidade, o laboratório foi estruturado para garantir eficiência, principalmente pela substituição da matéria-prima: o termoplástico de baixa temperatura pelo PVC (policloreto de vinila).

Baixo custo - Cada placa do termoplástico ezeform é adquirida por R$ 300,00. A partir dela é possível produzir cinco órteses sob medida, sendo quatro para membro superior e uma para inferior. Com o novo laboratório, podem ser confeccionadas até 30 órteses, um aumento de 500%. "É uma experiência de fazer mais com menos. A capacidade do laboratório aumenta para 360 unidades por ano", informou o coordenador de Reabilitação, Rafael Araújo.

O investimento para a adaptação do ambiente foi de R$ 3 mil. Desde janeiro, a produção já estava ocorrendo em caráter experimenta. Desde então, foram confeccionadas 160 órteses. "Estou muito feliz por essa proposta economicamente viável, mas sobretudo por estar alinhada com nossa missão de salvar vidas e possibilitar a reabilitação dos pacientes, para que voltem para casa de forma produtiva e independente. Esse trabalho reflete o comprometimento da nossa equipe com a recuperação deles", afirmou Itamar Monteiro, diretor hospitalar do Metropolitano.

As órteses são importantes para auxiliar os pacientes a se vestir, tomar banho e comerAs órteses são importantes para auxiliar atividades do dia a dia, como se vestir, tomar banho e comer. Elchides Nunes é paciente do HMUE há mais de um ano, desde que sofreu um acidente com botijão de gás e teve 90% do corpo queimados. "A inauguração desse laboratório é um passo gigante para a melhoria da nossa qualidade de vida. As órteses e todo instrumento que auxilie nos nossos movimentos, ações, atividades diárias, depois que acontece uma tragédia com a gente, vêm para mostrar que nós podemos voltar a viver bem", afirmou Elchides Nunes, um dos beneficiados.

Legado - O Labta resulta de uma experiência já adotada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa). Referência na área, o professor Jorge Lopes participou da inauguração. "A técnica de baixo custo foi desenvolvida há 20 anos para favorecer a acessibilidade. Será um grande avanço para o Metropolitano, e me coloco à disposição para trabalhar em parceria para novas pesquisas. É uma satisfação ver esse trabalho continuar", declarou o professor.

A inovação iniciada no ambiente acadêmico contribui com a dinâmica de assistência da unidade de saúde. O terapeuta ocupacional Lucas Muniz foi aluno de Jorge Lopes e, ao atuar no Metropolitano, identificou a necessidade. "A ideia foi trazer a tecnologia assistiva de baixo custo para o nosso hospital, que tem uma demanda alta. Com o Labta desejamos ampliar o serviço de confecção de dispositivos, minimizar lesões por pressão, reduzir deformidades, melhorando ainda mais o atendimento prestado ao usuário", informou.O Labta resulta de uma experiência já adotada pela Universidade do Estado do Pará

Estrutura - Referência no tratamento de média e alta complexidade em traumas e queimados para a Região Norte pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência dispõe de 198 leitos operacionais nas especialidades de traumatologia, cirurgia geral, neurocirurgia, clínica médica, pediatria, cirurgia plástica exclusiva para pacientes vítimas de queimaduras e leitos de UTI.

O HMUE recebe pacientes da Região Metropolitana de Belém, dos diferentes municípios do Pará e também de outros estados. Em 2018, realizou mais de meio milhão de atendimentos, entre internações, cirurgias, exames laboratoriais e por imagem, atendimentos multiprofissionais e consultas ambulatoriais.