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Secult realiza visita técnica na área onde será construído o Parque da Cidade

Por Úrsula Pereira (SECULT)
15/10/2019 09h39

Participaram membros do Grupo de Trabalho, formado por entidades públicas, universidades e Conselhos de Arquitetura e de EngenhariaO governo do Estado dá andamento ao plano de construir, em Belém, o Parque da Cidade. Na manhã de segunda-feira (14), a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) reuniu o Grupo de Trabalho, formado por representantes de entidades públicas, universidades e dos Conselhos de Arquitetura e de Engenharia, para uma primeira visita técnica ao Aeroporto Brigadeiro Protásio de Oliveira, antigo Aeroclube. A área será incorporada à urbanização da capital, por meio de um projeto a ser escolhido pela sociedade.

Com extensão equivalente a 90 campos de futebol, o terreno faz fronteira com os bairros do Marco, Souza, Sacramenta e Pedreira, e será ressignificado, a partir de um conceito de uso democrático e inclusivo, considerando as dinâmicas de práticas culturais, esportivas e de lazer da população.

O GT, formado pela Secult, discutirá diretrizes para a modelagem de um edital – em formato de concurso – que vai selecionar os projetos mais inovadores, criativos e funcionais e submetê-los à escolha da população, através de voto direto.

Durante a visita de reconhecimento do local, os técnicos dirimiram dúvidas sobre a área ocupada, mapearam as construções de alvenaria existentes para estudar possíveis formas de uso comercial, além de coletar informações sobre a área de vegetação preservada, e o possível aproveitamento do terreno compactado e usado hoje como pista para pouso e decolagem.

Para a vice-diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA, Roberta Rodrigues, essa é uma área importante para a cidade, pela dimensão, localização e por estar conectada a várias vias de acesso. "Pensar um grande equipamento como esse parque público é pensar, principalmente, no impacto que ele pode causar, mas também nos benefícios que pode trazer para Belém. Urbanisticamente, ele pode qualificar melhor essa área".

Segundo ela, o GT vai elaborar diretrizes que ajudem a definir, de uma forma mais adequada, como o parque pode se inserir na estrutura de Belém, como ele vai ajudar a evitar problemas de congestionamento em vias já bastante demandadas, e a relação com o entorno e com outros equipamentos já existentes na área. “Vamos pensar o projeto para dentro, mas também para fora dele, além de vê-lo como grande articulador de uma área enorme e chave para a cidade", apontou Roberta.

Secult vai lançar, ainda este ano, edital para apresentação de projetos de ocupação do espaço urbanoCom a crescente expansão urbana, a capital paraense viu a acelerada diminuição de suas áreas verdes, modificando sua paisagem e, ao longo dos anos, dando espaço às grandes construções. Fundado em 1937, o Aeroclube do Pará, destinado à formação de pilotos civis, ficou praticamente no coração da cidade, representando riscos, tanto para a população quanto para os vôos.

De acordo com arquiteta urbanista Alice Rosas, professora do curso de Arquitetura da Unama, a maioria das áreas de mata da cidade – principalmente as florestadas – já foram devastadas, em função da construção de empreendimentos habitacionais, de obras públicas, entre outros.

"Jamais imaginávamos recuperar para a cidade uma área como essa. É uma compensação ambiental e social muito grande, já que vamos recuperar vários hectares verdes, onde a população vai poder conviver. Estamos falando de uma equipamento público, com projeção metropolitana para Belém, que carece muito, pois as pessoas não tem muitas opções de lazer. Além do pólo turístico que a cidade já possui no centro, o parque pode se transformar em um local turístico, cumprindo mais uma das diretrizes do plano diretor, que é descentralizar, criando equipamentos públicos fora da área central da capital", declarou Alice.

Edital

A Secult vai lançar um edital, ainda este ano, contendo diretrizes que considerem a malha urbana, o Plano Diretor de Belém e a multiplicidade de usos que precisam ser contemplados no conceito arquitetônico e paisagístico a ser apresentado pelos candidatos do concurso. Poderão participar arquitetos e escritórios de arquitetura de todo o Brasil.

"Estamos muito felizes em começar a pensar mais objetivamente esse parque, que será um presente para a nossa cidade. É um exercício coletivo muito estimulante este que começamos a fazer: o de avaliar os modelos de exploração comercial, de traduzir no edital diretrizes para um uso democrático, inteligente e perene do espaço. A ideia é que tenhamos um projeto que intensifique a presença das áreas verdes, além das já preservadas nesse imenso campo aberto, para que o micro clima deste recorte da cidade se beneficie”, destacou a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.

Para ela, Belém respira e transpira cultura e cada vez mais valoriza a prática de atividades esportivas muito ligadas ao lazer, como o uso da bicicleta, caminhadas e corridas. “Portanto, os projetos urbanísticos precisam responder à estas novas dinâmicas da sociedade e a estes direitos territoriais difusos”, reforçou a titular da Secult.

Cessão – Em julho deste ano, o governador do Estado, Helder Barbalho recebeu, em Brasília (DF), a sinalização positiva do Ministério da Infraestrutura para a cessão da área onde hoje funciona o Aeroporto Brigadeiro Protasio, no bairro da Sacramenta, em Belém. A ideia do Executivo estadual é que o espaço, com 930 mil metros quadrados, seja incorporado à urbanização de Belém.

De acordo com o governador, o Estado se comprometeu a viabilizar a transferência das atividades aeroportuárias, hoje realizadas no antigo Aeroclube, para o Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, de modo que aquela área, localizada no meio da cidade de Belém, possa ser utilizada para um outro fim, um projeto que envolva urbanismo, cultura, lazer e que atraia a comunidade.

A cessão da área do Aeroclube ao governo do Estado é um tema que vem pontuando discussões junto ao governo federal, há algum tempo. Personalidades como o conselheiro Nelson Chaves, decano do Tribunal de Contas do Estado (TCE), têm defendido a proposta de construir, no local, uma área pública, como uma praça ou um parque.