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CLASSE HOSPITALAR

Professores levam educação e carinho a crianças internadas

Por Marcelo Leite HOIOL (HOIOL)
15/10/2019 17h48

A Classe Hospitalar mantém o elo da criança em tratamento com a rotina escolar“A aula é o momento de muito aprendizado, carinho e atenção para o Luan. Por isso, sinto orgulho da Sônia”. As palavras de Eliana Sousa, mãe do menino Luan Gabriel, 09 anos, refletem o agradecimento por mais uma aula assistida pelo filho, que está internado no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, oeste do Pará, e o reconhecimento ao empenho da professora Sonia Maria Passos.

A cerca de 1.400 quilômetros de distância de Santarém, a professora Ilma Pinheiro Gomes também faz das suas aulas momentos de alegria para crianças internadas no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. “É a parte mais legal do dia. As professoras são bacanas, fazem a gente aprender, estudar e brincar”, contou Arleno Mendes Morais, 09 anos, que ainda deixou um recado para Ilma e demais professores, em agradecimento por um novo presente recebido. “Feliz Dia das Professoras e obrigado pelo helicóptero de papelão!”, disse o menino.

Mesmo no leito, o pequeno paciente tem acesso à educaçãoIlma Pinheiro e Sonia Maria Passos são professoras do Projeto Classe Hospitalar, uma parceria de várias unidades de saúde com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O projeto garante o direito e o acesso à continuidade dos estudos para crianças que estejam internadas em tratamento de saúde por tempo prolongado, em hospitais da rede pública de saúde do Estado. Em Santarém, além da Seduc, a Classe Hospitalar conta com parceria da Secretaria Municipal de Educação (Semed). 

O tempo prolongado de internação é uma realidade para crianças e adolescentes que fazem tratamento contra o câncer no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém. As três unidades – Oncológico, Metropolitano e HRBA - atendem quase 90 crianças atualmente, de acordo com o perfil de cada hospital.

No Oncológico Infantil, além dos professores da Classe Hospitalar, a unidade conta com profissionais de pedagogia atuando nas brinquedotecas. “Para uma criança em tratamento contra o câncer, os períodos de internação acabam sendo marcantes. A pedagogia entra nesse momento, juntamente com toda a equipe assistencial, para que essa criança tenha o melhor cuidado possível, antes mesmo de ser liberada para estudar na Classe Hospitalar”, explicou a brinquedista e pedagoga do Oncológico Infantil, Elizabeth Cabeça.

Desafios - Com a Classe Hospitalar em atividade desde 2009, o Hospital Metropolitano tem na alta rotatividade entre pacientes pediátricos vítimas de traumatismos e queimaduras um dos desafios para a equipe de professores. “Temos que ir além do pedagógico. Levar carinho, amor e compreensão. Faz parte da nossa conduta profissional ver a condição que o aluno se encontra, ter um cuidado com ele”, afirmou Ilma Pinheiro, acrescentando que “todos os dias, as professoras circulam pelas enfermarias para verificar o estado de saúde dos pacientes e aplicar as atividades em sala ou no próprio leito, quando eles não têm condições de se locomover”.As brinquedotecas nos hospitais são espaços de aprendizado e convivência

Em Santarém, na Classe Hospitalar implantada em agosto deste ano, cerca de 10 pacientes têm recebido atendimento, em um trabalho que oferece as disciplinas regulares da sala de aula de uma forma diferente. “Conteúdos de língua portuguesa, matemática e ciências são adaptados, tendo em vista as limitações dos pacientes. Tudo com muito carinho”, ressaltou Sônia Passos, que destaca o orgulho em ser professora. “É uma satisfação poder ver a evolução deles diariamente. É uma gratidão que não tem dinheiro que pague. Hoje, tenho convicção de que nasci para ensinar”, declarou a educadora.