Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
ALÇA VIÁRIA

Obra da ponte rio Moju será entregue em 15 de dezembro

Soluções inovadoras e frentes de trabalho ininterruptas permitiram construção em tempo recorde

Por Kátia Aguiar (COHAB)
25/10/2019 12h21

Primeira aduela de disparo será concretada no domingo (27). Estrutura é a primeira peça que dará origem ao tabuleiro (parte da pista)A Secretaria de Estado de Transportes (Setran) conclui a obra de reconstrução do vão central da ponte sobre o Rio Moju até o próximo dia 15 de dezembro, religando a Alça Viária (PA-483), depois do desabamento ocorrido em abril deste ano.

Os trabalhos seguem dentro do cronograma previsto, mesmo diante da complexidade das atividades no entorno da ponte. Nesta sexta-feira (25), a Setran iniciou o lançamento da primeira aduela de disparo, que será concretada no próximo domingo (27). A aduela de disparo é a primeira peça que dará origem ao tabuleiro (parte da pista).

A reconstrução vai religar a Alça Viária e retomar a navegação de forma segura e adequada, criando dois vãos de travessia sob a ponte, e fazendo a prevenção de acidentes que ocorriam, frequentemente, naquela região, em decorrência das particularidades do Rio Moju.

Em menos de quatro anos, dois desabamentos ocorreram nas pontes Moju-Cidade e Moju-Alça, evidenciando a necessidade de máxima atenção e segurança quando se trata do Rio Moju, uma região de fortes e agitadas marés. Este cenário demanda que qualquer operação de construção ou navegação se realize sustentada em rigorosos protocolos e com máximo planejamento logístico, envolvendo mitigação diária de riscos humanos e socioambientais.

O prazo de 15 de dezembro será cumprido em função dos trabalhos desenvolvidos pelas frentes de serviço, em turnos ininterruptos, e com constante interação entre as equipes de engenharia da Secretaria de Transportes e a de fiscalização e gerenciamento, projeto e execução da obra.

Reconstrução será concluída em 180 dias após o início da obra, em 20 de junho deste anoSegundo o presidente do Conselho Regional de  Engenharia e Agronomia do Pará (Crea-PA), Renato Milhomen, mesmo com o acréscimo de cerca de 30 dias – a entrega seria em 20 de novembro, a reconstrução de 268 metros do vão central da ponte é um case de sucesso na engenharia paraense, pois será concluída em 180 dias após o inicio da obra, em 20 de junho deste ano.

“No momento da queda da ponte, com todos os percalços que ocorreram, comuns em uma obra de engenharia desse porte, soluções inovadoras e únicas foram tomadas, como, por exemplo, ela ser estaiada. Todo o trabalho apresentou princípios que regem o serviço público, como celeridade e economicidade, se tornando referência para engenharia no que tange a execução, construção e reformas, manutenção de pontes daqui pra frente”, destacou Milhomen.

A ponte sobre o Rio Moju teve seu vão central demolido após um choque de uma embarcação clandestina que navegava pelo local, na madrugada do dia 6 de abril passado.

Cronograma Cumprido

Segundo o engenheiro Pedro Almeida, responsável  pela concepção estrutural da ponte, gerenciamento da obra e pelas operações na área da reconstrução da travessia, três fatores levaram à mudança no projeto executivo e, consequentemente, ao aumento de 30 dias no cronograma inicial para conclusão dos trabalhos. Primeiro, foi necessário aumentar o diâmetro das estacas e acrescentar nove estruturas a mais no pilar central. A situação exigiu a construção do bloco em duas etapas, para possibilitar a construção dos pilares do mastro, em paralelo com as abas do bloco.

Mastro central já tem 70 dos cerca de 85 metros de alturaOutro fator que também contribuiu para aumento do prazo foi o risco de acidentes diante das atividades simultâneas: execução do bloco, remoção de escombros, e travessia de veículos e pessoas, que se desenvolve diariamente no entorno da ponte. “É uma área da floresta Amazônica, com peculiaridades de solo e navegação bem específicas e, ao longo da execução do trabalho, tivemos que fazer os ajustes necessários com segurança”, reforça Pedro Almeida.

O mastro central, já com dois pilares, contabiliza quase 70 metros de altura acima do topo do bloco, que terá mais de 85 metros, depois de concluído. A terceira e última etapa ocorre do final de outubro a 20 de novembro, quando se alcançará os cinco meses de construção da ponte. Segundo o titular da Setran, Pádua Andrade, a construção do bloco em duas etapas simultâneas é a maior inovação do método construtivo na ponte do Moju.

“A reconstrução da parte central está sendo feita com dois vãos de navegação ampliados. Cada um terá 134 metros divididos pelo mastro, ambos suportados por 40 cabos-estais, distantes 12 metros um do outro. Esse novo sistema estrutural garantirá a melhoria da qualidade da navegação na região, com mínimo risco de impacto de embarcações”. (Pádua Andrade, titular da Setran)

A ponte sobre o Rio Moju faz parte do complexo de quatro pontes da Alça Viária – a rodovia PA-483, que tem mais de 70 quilômetros de extensão – e é a principal artéria rodoviária do Norte do Brasil, integrando a Região Metropolitana de Belém ao sul e sudeste do Pará.