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CAPACITAÇÃO

Educadores aprendem a identificar exploração sexual contra crianças e adolescentes

Por Leidemar Oliveira (DETRAN)
05/11/2019 16h31

Com o objetivo de combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes no Pará, o governo do Estado e o Instituto Liberta já iniciaram a capacitação de profissionais da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). As rodas de conversa foram iniciadas na tarde de segunda-feira (4), na Escola Estadual Barão do Rio Branco, em Belém.

O governo firmou parceria com o Instituto Liberta, de São Paulo (SP), para realizar as jornadas com todos os profissionais de educação do território paraense, visando conscientizá-los sobre as formas de identificar e acolher possíveis vítimas de abuso e exploração sexual.

A parceria vai promover ações de capacitação nas 18 Unidades Seduc na Escola (USE) e nas 22 Unidades Regionais de Educação (URE), a fim de identificar casos e orientar os educadores sobre como agir de forma integrada no combate à violência. Essas ações ocorrerão até novembro de 2020.

As formações são ministradas pela diretora do Instituto Liberta, Cristina Cordeiro. Fundado em 2016, o Instituto tem a missão de combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil. E para unir forças, o Instituto conta com a parceria dos governos estaduais para conscientizar a população e desnaturalizar a cultura do estupro.

Referência - Técnicos e especialistas em educação das Uses, professores e representantes da Seduc participaram da formação, aproveitando para tirar dúvidas, assim como relatar experiências com esse tipo de caso. Por se tratar de crianças e adolescentes, a escola é a principal referência na luta contra esse tipo de violência.

A Seduc, por meio da Coordenadoria de Ações Educativas Complementares (Caec), realiza ações de fortalecimento das informações com a comunidade escolar, para que professores e técnicos possam incentivar os alunos a falar sobre o assunto, e ainda denunciar qualquer ato que configure abuso. "O professor tem a ferramenta da informação, e dessa forma consegue orientar as famílias que estão passando por algum tipo de problema", explicou a coordenadora do Caec, Giovana Costa.

Urgência - No Pará, o índice de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes é maior na região das Ilhas, devido ao nível de vulnerabilidade social e a conflitos familiares. "O governo do Estado, por meio da Seduc, e a Rede de Proteção da Criança e do Adolescente, estão trabalhando juntos com as Ures para combater a exploração, com mais urgência nessas regiões", informou Giovana Costa.

A diretora do Instituto Liberta, Cristina Cordeiro, disse que mais de meio milhão de crianças e adolescentes são vítimas de violência no Brasil. Esses números, segundo a coordenadora, assustam, assim como a naturalização do crime. "Todo o Estado precisa se mobilizar. A escola é só o primeiro passo. A partir do momento que o abuso é identificado, ele precisa ser denunciado e a vítima precisa de apoio psicológico. Para isso, todos os órgãos vão ser acionados", ressaltou.

O professor Emerson Soares, que participou do evento, ressaltou a importância desse tipo de capacitação. "A formação ajuda muito porque, às vezes, desconhecemos em que áreas podemos atuar, enquanto parte pedagógica. Com isso, a gente acaba se limitando e não sabendo como agir fora da escola”, acentuou o professor.