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Taxidermia é recurso para mostrar consequências de maus-tratos a animais

Técnica usada pelo Batalhão Ambiental do Pará ajuda a manter no acervo espécies da fauna amazônica

Por Carol Menezes (SECOM)
26/12/2019 18h58

Criada há mais de 25 anos, a Polícia Militar Ambiental atua muito além da fiscalização e da aplicação da lei. O trabalho de educação e conscientização voltado à proteção do meio ambiente se estende, inclusive, às ações da Fundação ParáPaz, e tendo o processo da taxidermia como um dos pilares, permitindo mostrar, principalmente às crianças, o que ocorre quando um animal silvestre é maltratado ou posto em cativeiro.

Em Belém, esse trabalho é desenvolvido há cerca de dois anos por militares especializados que atuam no Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), localizado na Avenida João Paulo II, próximo ao Parque Estadual do Utinga (Peut). O curso de formação em taxidermia é realizado no Estado do Mato Grosso do Sul (MS), e pelo menos uma vez por ano militares do BPA participam da capacitação, durante 14 dias.

O processo é realizado de acordo com as apreensões de animais ocorridas durante o ano, seja por denúncias relacionadas à criação ilegal de animais selvagens ou pela captura de espécies silvestres.

Técnica - Em ambos os casos, na maioria das vezes o animal é levado com vida ao BPA, mas com alguma frequência já em estado crítico. Quando não consegue sobreviver, a espécie passa pelo processo de taxidermia - que por muito tempo foi chamada de “empalhamento”. O procedimento é feito primeiro com a aplicação de um produto para conservar a pele do animal. Em seguida, a coluna é trocada por um suporte de arame e, após a retirada de todos os músculos, o interior é preenchido por palha e serragem.

Entre congelamento, nem sempre necessário, limpeza e secagem, o processo dura entre dois e 30 dias. Preguiça real, jupará (da mesma família do quati), tamanduá-mirim e coruja são alguns dos exemplares que integram o acervo do BPA, constantemente utilizados em exposições, palestras e outras ações.

De acordo com a cabo PM Andreia Oliveira, que atua na seção de Educação Ambiental, hoje há dez animais silvestres "hospedados" no Batalhão, e outros sete taxidermizados. O tempo de duração do animal após esse processo é de cerca de cinco anos, principalmente por causa da umidade natural da região, que não ajuda na conservação da pele e dos ossos, únicas estruturas conservadas.

Informação - "Nas exposições, quando nos solicitam a atividade de educação ambiental que o BPA desenvolve, levamos os animais do acervo para verem o que pode acontecer em decorrência dos maus-tratos. Mostramos, falamos da situação deles, sobre como chegaram e explicamos as consequências da criação ilegal, do que acontece com espécies da nossa região que são privadas de viver em liberdade", explicou a policial.

Com o crescimento da conscientização sobre a importância da preservação da natureza, o Batalhão de Polícia Ambiental investe em projetos de educação ambiental, levando informação e conceitos a pessoas de todas as idades, para que cada um se torne agente ativo na preservação do meio ambiente.