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Pacientes com doença sanam dúvidas em grupos de apoio

Por Redação - Agência PA (SECOM)
27/06/2017 00h00

De forma muito simples, dinâmica e explicativa, a Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Pará (Hemopa), por meio da Coordenadoria de Atendimento Ambulatorial (COAMB), começou um novo trabalho com a formação de grupos de apoio voltados a pacientes atendidos pelo hemocentro. Nesta terça-feira (27), os portadores da doença falciforme puderam esclarecer suas dúvidas. Já no dia 29, será o momento daqueles com hemofilia. A partir de junho, os encontros irão acontecer uma vez por mês no hemocentro coordenador, em Belém.

A criação dos dois grupos de apoio é uma iniciativa das fisioterapeutas Luciana Rezende e Flávia Hage, que fazem Residência Multiprofissional em Hematologia e Hemoterapia na Fundação desde 2016. “Durante um ano, nós estudamos bem as necessidades dos pacientes e observamos que seria importante ampliar o conhecimento deles. Por isso decidimos criar os grupos. Queremos estar próximas deles, para que eles realmente perguntem, sem qualquer vergonha”, explica Luciana.

Os grupos objetivam sanar dúvidas dos pacientes, assim como dos familiares que são convidados a participar da programação, promovendo uma troca de experiências e incentivando a prática de exercícios físicos. “Por ser crônica, esses pacientes têm que conviver com a doença para o resto da vida. Por isso é muito importante que eles realmente conheçam a doença. Com conhecimento é possível ter qualidade de vida, não é a toa que nossos grupos foram intitulados de ‘Conheço, Cuido e Vivo’”, ressalta Luciana.

A Fundação Hemopa é referência para diagnóstico e tratamento das patologias ligadas ao sangue no estado, onde os usuários também recebem atendimento multidisciplinar, que inclui assistência social, fisioterapia, odontologia, por exemplo. Atualmente, quase 15 mil pacientes estão ativos na instituição, dentre os quais 860 têm a doença falciforme.

No primeiro dia do encontro, os portadores da doença falciforme entenderam o que é a doença e sua forma de transmissão. “A doença falciforme é genética, ou seja, é passada de pai para filho. Tem como principal característica as hemácias em formato de foice. Numa pessoa normal, as hemácias são arredondadas e maleáveis e transportam oxigênio sem qualquer problema. Já em quem tem a doença falciforme, essa hemácia tem aspecto rígido, o que provoca obstrução nos vasos sanguíneos”, informa Flávia Hage.

Aos 47 anos, Antônio Sousa descobriu a doença falciforme na juventude. “Eu sentia muita dor no corpo, fiquei algumas vezes internado e acreditavam que eu tinha hepatite. Até que meu quadro agravou e me encaminharam para o Hemopa”. Para ele, o grupo de apoio é uma grande oportunidade para todos. “Gostei muito de tudo hoje. A gente acha que sabe de tudo da doença, mas não é assim. Tem coisa que foi falado aqui que já tinha escutado falar, mas nem lembrava mais”, comenta.

Quem também estava atenta às explicações era Fance Araújo, de 28 anos, que estava acompanhada da filha Maria Eduarda, de apenas cinco. Durante toda a infância e adolescência, a jovem sentiu fortes dores no corpo e apresentava cor amarelada nos olhos. “Eu me lembro de viver no médico com minha mãe. Passei por vários e eles sempre diziam que eu tinha reumatismo e também prescreviam ferro para a minha anemia”, relembra.

Aos 23 anos, quando estava grávida de quase sete meses, Fance passou a ter constantes desmaios. Durante o pré-natal, uma médica desconfiou dos sintomas e encaminhou a jovem para o Hemopa. “Após uma vida de dor, finalmente soube o que eu realmente tinha. Minha filha também nasceu com a doença falciforme, mas ela tem uma vida completamente diferente da minha. Aqui ela tem todo um acompanhamento e hoje, nos duas, vivemos normalmente”.

Serviço: Até o final deste ano, os encontros do grupo de apoio “Conheço, Cuido e Vivo” serão realizados uma vez por mês, na sala de estar da Fundação Hemopa, de 9h às 11h. Nesta terça-feira (27), o encontro foi voltado aos portadores da doença falciforme que puderam tirar dúvidas. Já na próxima quinta-feira (29), será o momento daqueles com hemofilia. Mais informações pelo telefone 3110-6620.