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Construção da Ponte União garantiu emprego e renda para moradores da região

A quarta reportagem da série sobre a ponte mostra que, em nove meses de trabalho, mão de obra local foi aproveitada e comércio aquecido

Por Jackie Carrera (SECOM)
30/01/2020 12h06

Trabalhadores celebram o fim dos trabalhosUma mistura de alívio e saudade toma conta do canteiro de obras da Ponte União, que será entregue pelo governo do Estado nesta sexta-feira (31). Os trabalhos começam a desacelerar aos poucos e os resultados vão além de uma nova estrutura construída em tempo recorde. A empresa responsável pela execução dos serviços trouxe profissionais com experiência, mas aproveitou bastante a mão de obra local. Foram 550 empregos diretos e 450 indiretos. Para os moradores da região foi a chance de se profissionalizar no ramo da construção civil.

Quem observa o operário Ronivaldo Ferreira, 39, operando uma retroescavadeira, nem imagina que ele aprendeu o ofício no ano passado. Antes disso, era vendedor de frutas na beira da estrada. 

“Para mim, logo depois da queda foi muito ruim, porque os carros pararam de passar e fiquei parado. Decidi ir para Ananindeua atrás de emprego, mas não consegui nada. A minha casa foi alugada pra empresa (responsável pela obra) e um mês depois me ofereceram uma vaga de ajudante”, conta Ronivaldo, que demonstrou talento e foi promovido à operador de empilhadeira e de retroescavadeira.

O operário conta que aprendeu tudo o que sabe durante a construção da nova ponte. “Eu fui muito abençoado nessa obra. Me qualificaram, assinaram carteira, foi tudo certinho. É a minha primeira vez e eu só tenho a agradecer por ter feito parte dessa estrutura grandiosa”, diz Ronivaldo.

Desempregado, o operário Ezequiel Alfaya agarrou a oportunidade de trabalho na nova Ponte UniãoA história do operário é parecida com a de outros moradores do Baixo Moju, região que fica próximo da nova Ponte União. Finalizando a pintura das grades de proteção da estrutura, Ezequiel Alfaya também aproveitou a oportunidade de emprego no canteiro de obras com toda garra. Ele já tinha sido ajudante de pedreiro, mas estava desempregado.

“Vendia café, tapioca, pão e almoço também, mas tinha dia que só pegava R$ 20. Fiquei sabendo que eles queriam mais gente pra trabalhar e entrei como ajudante”, lembra. Foi na construção que Ezequiel se tornou pintor profissional certificado. “É uma alegria muito grande ser promovido. Deus segurou na minha mão. Todo mundo tá feliz que está acabando, apesar de que a gente vai sentir saudade”, celebra Alfaya.

Engenheiro Kim Martins agradece a experiência adquirida durante a obraAté para quem tem experiência em outras construções no Pará, como o engenheiro civil Kim Martins, a oportunidade de trabalhar na obra da Ponte União tem sido além de exaustivo, muito valoroso. “É incrível, foi um aprendizado muito grande, ainda mais uma ponte estaiada. É um plus no currículo e um desafio, já que foram várias etapas. Foi um planejamento e uma execução muito rápidos. Muita gente trabalhando 24 horas, a semana toda”, garante o engenheiro.

Daniela Bandeira não vê a hora da ponte ser entregueComerciantes – Enquanto a obra avançava em ritmo frenético nesses últimos meses, ocorria simultaneamente a travessia de balsas pelo rio Moju, formando um pequeno comércio no local. Moradora da comunidade ribeirinha de Jaguarari, localizada há poucos metros da ponte, Daniela Bandeira aproveitou para ganhar um dinheiro extra com a movimentação de passageiros e montou uma barraca de venda de café e lanches. Ela não vê a hora da nova Ponte União ser entregue.

"Pra mim, foi uma surpresa muito grande, pensei que essa obra ia durar bem mais tempo. Aquele acidente anterior na outra ponte, perto da cidade de Moju, o estrago foi bem menor e demorou quase dois anos para ser recuperada” - Daniela Bandeira, vendedora.

Isabel de Sousa também apostou no comércio para ganhar uma renda extra, já que a família dela vive do extrativismo do açaí na região. “A ponte caiu e o comércio ficou melhor, porque a gente teve espaço, já que todo mundo desce e vem aqui comprar”, diz. A vendedora aproveitou a casa da mãe e garantiu sua lanchonete bem à margem do rio, onde as embarcações chegam e partem.

Isabel de Sousa apostou no comércio próximo à obra para ganhar uma renda extraSeu Reginaldo Batista foi um pouco pessimista no começo, pensou que seria o fim das vendas de frutas na beira da estrada, mas logo depois viu de perto que o Estado tomou as providências necessárias para minimizar os impactos, mantendo a travessia de balsas. “Pensei comigo: a ponte quebrou, a gente quebrou junto também. Mas vim pra cá e estou vendendo, tem dia que tá cheio aqui, tem mais movimento”.