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CRF de Ananindeua amplia o número de estudantes e inicia ano letivo na unidade

Por Vanessa Van Rooijen (SEAP)
04/02/2020 17h46

As aulas de ensino regular iniciaram no Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua, nesta terça-feira (4). Cerca de 220 internas estão matriculadas na unidade que, a partir da parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Secretaria de Educação de Estado (Seduc), recebem aulas de ensino fundamental e médio. Em 2019, cerca de 160 internas do CRF se matricularam nas aulas de ensino regular, o que significa que neste novo ano o número de matriculadas já é maior.

Pela manhã as aulas iniciam às 8h e seguem até às 11h, com uma turma de 2ª etapa e uma de 3ª etapa, ambas do ensino fundamental. Já pela tarde as atividades começam às 13h e terminam às 16h, com uma turma de 2ª etapa, duas turmas de 3ª etapa e uma de 4ª, todas também do ensino fundamental. Por fim, no turno da noite, que vai das 18h às 21h, funciona uma turma de 2ª etapa do ensino fundamental, uma de 4ª etapa também do ensino fundamental. Além de uma de 1ª e uma de 2ª etapa do ensino médio.

De acordo com a Lei de Execuções Penais (LEP), aos custodiados que estudam é concebida a remição de pena na qual. A cada 12 horas de estudo, divididas em três dias, a pessoa privada de liberdade reme um dia de pena.

Uma interna do CRF, que não quis se identificar, conta que concluiu o ensino fundamental dentro da unidade prisional e que já está cursando o ensino médio.

“Lá fora a gente não tem tempo, então aqui é uma oportunidade para concluirmos estudos. Eu pelo menos vou sair daqui com os meus estudos finalizados e, lá fora, eu vou só estudar para fazer uma faculdade”, concluiu. No Círio de 2018, ela também recebeu o 2º lugar como pintura mais bonita da Nossa Senhora de Nazaré, em uma disputa feita entre outras unidades do estado.

A diretora do CRF e também pedagoga, Rita Canto, acredita que o cárcere fica mais calmo quando as internas estão envolvidas com a educação.

“O que a gente espera é que todas cheguem até o final porque é importante para a casa penal e para a vida delas. Essa questão da educação mexe com a cabeça delas de forma positiva e também ocupa o tempo”, afirmou.

A coordenadora pedagógica da Seduc no CRF, Silmara Nascimento, explica como a educação pode mudar a vida das internas. “É como se você resgatasse um ser humano, a essência mesmo dessa pessoa. É uma oportunidade que elas têm para se recuperar, ou seja, lembrar o que era a vida delas antes de tomarem um rumo errado e poder se tornar um ser humano melhor”, destaciu.

Os turnos da manhã e da tarde contam também com uma turma do Projeto Leitura que Liberta (PLL), no qual as alunas escolhem os livros, leem e produzem um relatório falando sobre a obra, que é avaliado pelos professores da unidade. De acordo com a Lei de Execuções Penais (LEP) cada livro lido gera a remição de quatro dias, podendo chegar a 48 dias remidos em um ano.

De acordo com coordenadora pedagógica, os professores da unidade estão planejando ainda uma atividade voluntária para formar uma turma de pré-Enem no turno da manhã, com o objetivo de preparar as estudantes para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O ano letivo regular encerra no dia 29 de dezembro.