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POTENCIAL CULTURAL

Secult inicia II Carnaval da Criatividade Amazônica com música e empreendedorismo

Programação na Casa das Onze Janelas prossegue até terça-feira com a Feira de Economia Criativa e artistas paraenses

Por Thaís Siqueira (SECULT)
23/02/2020 21h35

Feira reúne 35 empreendedores de vários segmentosPara alguns, carnaval é sinônimo de folia; para outros, momento de descanso. Mas há também aqueles que preferem aproveitar o período de festas para mostrar seu trabalho e aumentar a renda. Visando incentivar essas iniciativas e valorizar o potencial cultural do Estado, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), com apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) no Pará, realiza até a próxima terça-feira (25) o II Carnaval da Criatividade Amazônica. O calendário inclui a Feira de Economia Criativa, que este ano reúne 35 empreendedores de vários segmentos.

Neste domingo (23), os primeiros 14 projetos foram expostos em estandes montados na Praça da Fonte, na Casa das Onze Janelas. Os visitantes do espaço puderam adquirir produtos de cerâmica, bijuterias feitas com materiais coletados nas ilhas de Belém, itens de moda, alimentos e muitos outros produtos.

Para Lorena Saavedra, diretora do Departamento de Economia Criativa e Promoção Cultural da Secult, o objetivo da ação é dar continuidade ao que foi desenvolvido ano passado na primeira edição do Carnaval da Criatividade Amazônica, fortalecendo a produção criativa na exposição. “Queremos aproveitar o feriado para chamar as pessoas ao centro histórico, sobretudo ao Espaço Feliz Lusitânia, para que elas tenham contato com o lugar e com a produção riquíssima desses artesãos. Cada vez mais Belém se torna uma cidade turística. Então, é importante reforçar as políticas públicas em prol dos nossos empreendedores criativos”, disse a diretora.

Empreendedorismo feminino - A agente prisional Doricleia Melo, da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), esteve na Feira representando as internas cooperadas do Centro de Reeducação Feminino, localizado em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém), levando seus trabalhos para serem expostos e comercializados. O projeto é desenvolvido há seis anos e conta, hoje, com 19 participantes.

Doricleia Melo informou que a cada três dias trabalhados, um dia de pena é reduzido. Além disso, tudo o que é comercializado vai para uma conta e será entregue a elas quando deixarem a casa prisional. "Há várias ex-integrantes que cumpriram suas penas e hoje vivem desse trabalho, compraram máquinas de costura ou materiais em biscuit e produzem para viver. Nenhuma das que participaram do projeto, nesses seis anos, voltaram para a casa penal depois de sair. É isso que nos motiva a estar sempre presentes nas feiras e exposições mostrando o trabalho que elas fazem tão bem”, ressaltou.

Há pouco menos de um ano, a artesã Michelle Quadros criou a Gestalt Eco Art e passou a produzir artesanato com matérias-primas que fazem parte da realidade de ribeirinhos, como a folha de cacau, fibras de priprioca, de bananeira, folha de cupuaçu e vassourinha de açaí. Hoje, cria peças sustentáveis. Segundo ela, os produtos mais vendidos são embalagens ecológicas para presente. “O conceito desse trabalho se pauta na ecologia e na valorização do patrimônio material e da cultura paraense. Essas são as nossas raízes. É muito importante para nós termos um espaço como esse para mostrar nosso trabalho”, afirmou a artesã.

Bandas e grupos se apresentam a partir de 16h, na Praça da Fonte, na Casa das Onze JanelasAtrações musicais – Ao final da tarde, quem comandou a folia no espaço foi o Boi Marronzinho Júnior, grupo cultural formado no bairro da Terra Firme, em Belém, há 26 anos, e que hoje conta com 20 integrantes diretos. "A Terra Firme é estigmatizada como um bairro violento. A mensagem do Boi Marronzinho é a cultura da paz. Todas as nossas ações são voltadas para a construção de uma cidadania que tem como referência a paz, o diálogo, os bons hábitos e a ética. Por isso, fazemos música para as crianças. É com elas que trabalhamos esses instrumentos socioformadores que tanto acreditamos", destacou Joelcio Ataíde, coordenador do grupo cultural. O repertório foi elaborado para animar o público infantil e as famílias, valorizando elementos da cultura popular.

O II Carnaval da Criatividade Amazônica inicia diariamente às 9h, com programação musical a partir de 16h, sempre na Praça da Fonte, na Casa das Onze Janelas. A ação é gratuita e uma opção para quem busca aproveitar o Carnaval em família. Nesta segunda-feira (24), quem se apresenta é o Fofó do Eloy. Já no dia 25 (terça-feira) será a vez do Afoxé ItaLemi Sinavuru, que promete um espetáculo unindo música, performance e história da cultura negra.