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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO

Governador do Pará destaca ética e transparência na divulgação do quadro de Covid-19

Ao falar sobre a primeira morte no Estado, Helder Barbalho reforçou as medidas de prevenção e a seriedade das informações repassadas à sociedade

Por Jackie Carrera (SECOM)
01/04/2020 20h12

O governador Helder Barbalho mostra os documentos que comprovam a morte em decorrência do novo CoronavírusNesta quarta-feira (1º), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) confirmou o primeiro óbito relacionado à Covid-19 no Pará. No início da noite, em coletiva ao vivo para atualizar o boletim epidemiológico da doença, o governador Helder Barbalho lamentou a morte da idosa de 87 anos, moradora de Santarém, município do oeste paraense, e prestou solidariedade à família. Além do primeiro óbito, o boletim divulgado pela Sespa informa que, até hoje, o Pará tem 41 pacientes com a doença, 83 casos em análise e 857 descartados.

“Ela já tinha problemas de saúde, e estava acamada por cerca de 10 anos. As informações que nos foram repassadas pela Secretaria de Saúde do município é que os familiares teriam registrado contato com uma pessoa de fora, e lamentavelmente isso veio a ocorrer. Quero me solidarizar com os familiares por essa perda irreparável”, disse Helder Barbalho.

A morte teria ocorrido no dia 19 de março, mas a Sespa só foi informada no dia 25, porque a vítima não deu entrada no Sistema Único de Saúde (SUS). A idosa recebeu atendimento particular, em casa. E o médico dela teria enviado a amostra para exame a um laboratório de Belo Horizonte (MG).

Após o caso ser confirmado nas redes sociais do governo, familiares da vítima teriam divulgado sua identidade e desmentido a notícia. Por esse motivo, o governador fez questão de reiterar a conduta ética e transparente que o Estado vem adotando quanto ao anúncio dos casos à sociedade. “Nós, primeiramente, não divulgamos o nome de nenhuma pessoa que esteja positivada. É um protocolo ético. Apenas informamos iniciais, idade e se é transmissão importada, local ou comunitária. Em momento algum deve ser divulgado o nome pra preservar a família e o infectado”, assegurou.Helder Barbalho, ao lado do secretário Alberto Beltrame, assegurou que não vai ″pactuar com subnotificação″

“Não esperem que eu vá pactuar com subnotificação. Eu não vou omitir nenhuma informação, seja uma ótima ou lamentável notícia como esta. Eu faço isso porque é desta forma que a população paraense pode confiar na gente, e podemos estar todos unidos no enfrentamento dessa doença”, enfatizou o governador.

Em seguida, Helder Barbalho apresentou documentos comprovando que a morte foi em decorrência de infecção pelo novo Coronavírus. Como o falecimento ocorreu seis dias antes de a Sespa ser comunicada do caso, foi aberta investigação pela Secretaria de Saúde Pública, inclusive para saber o motivo de o médico não comunicar logo as autoridades.

Todo o processo foi acompanhado pelo procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado, Gilberto Valente Martins. “Eu tenho uma declaração de óbito afirmando que a senhora teve insuficiência respiratória e broncopneumonia. Eu tenho um exame que diz que é positivo para o Coronavírus, e tenho um documento do laboratório de BH (Belo Horizonte) dizendo que, de fato, este exame foi feito no Hermes Pardini, um instituto respeitado”, informou Helder Barbalho.

O secretário Alberto Beltrame reforçou que a maioria dos casos confirmados de Covid-19 no Pará é de pessoas mais jovensO secretário de Estado de Saúde Pública, Alberto Beltrame, reforçou que, apesar de lamentável a morte da senhora de 87 anos, a maioria dos casos confirmados de Covid-19 no Pará é de pessoas mais jovens, que não estão nos grupos de risco. Ele voltou a ressaltar a importância de todos se protegerem, principalmente neste momento da pandemia no Estado, em que o número de casos está crescendo.

“Os idosos entenderam o recado do isolamento social e são os que mais se adequaram às medidas. Mas nós estamos reforçando que não adianta o isolamento vertical, ou seja, isolar apenas pessoas idosas e com doenças crônicas. Precisamos manter o isolamento horizontal, que envolve todos nós. Porque o jovem contaminado leva o vírus para dentro de casa”, reiterou Alberto Beltrame.

Shoppings centers – Helder Barbalho também informou que ainda não há data definida para reabertura dos shoppings centers. Segundo ele, informações não oficiais dão conta de que os shoppings estariam anunciando reabertura dentro de 15 dias, o que não tem autorização do governo do Estado. “Acho absolutamente precipitado. Temos que ter cautela, serenidade e compreensão de que nós estamos na escalada de uma montanha (nos números de casos). Se ela for alta e longa, isso quer dizer que teremos muita gente infectada e muito tempo de duração desse momento (de restrição)”, frisou o governador.

Ele também esclareceu que as medidas de controle são revisadas a cada 15 dias, e no momento ainda não é possível projetar essa possibilidade de reabertura dos shoppings. A restrição de funcionamento só será reavaliada a partir do próximo dia 16.

Alberto Beltrame reforçou as palavras do governador. “Não é o momento de afrouxamento de qualquer medida de isolamento e distanciamento social. Por mais que haja contradições em nível federal. É prematuro datar agora uma reabertura de shopping. Até porque, nos últimos dias, nós vimos os casos crescerem”, afirmou o titular da Sespa.

Circulação de ônibus - Em relação ao transporte coletivo de passageiros, o governo reprova a redução de ônibus circulando nas áreas urbanas. Portanto, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) notificou a Prefeitura de Belém nesta quarta-feira, para que sejam informados, no prazo de 72 horas, os critérios técnicos utilizados para a suspensão de todo o sistema BRT Belém pelo prazo de 15 dias. A intimação visa garantir que não haja prejuízos aos usuários do transporte público, e nem às ações de enfrentamento ao novo Coronavírus na capital.

A notificação foi encaminhada no final da manhã ao prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, e à Procuradoria-Geral do Município (PGM). A Prefeitura tem até sábado (4) para entregar à PGE as informações solicitadas. Caso contrário, o Estado poderá entrar com ação na Justiça cobrando as explicações ou o retorno do serviço. “Não é hora de diminuir a oferta de ônibus, mesmo que tenha caído o número de passageiros. Isso obriga a concentração de pessoas. Não é hora de concentrar, e sim de dispersar e evitar a concentração de pessoas no mesmo veículo. Isso é extremamente preocupante”, enfatizou o governador.

Ainda dentro das medidas preventivas ao novo Coronavírus, o governador Helder Barbalho determinou, por meio do Decreto nº 609, de 16 de março de 2020, que as empresas de transporte coletivo colocassem à disposição dos passageiros álcool em gel e aplicassem hipoclorito (desinfetante) após cada viagem dos veículos. O Decreto também obriga as empresas a não transportarem passageiros em pé.