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Adepará garante destino adequado a onze mil embalagens vazias de defensivos agrícolas

Produtores rurais dos municípios de São Geraldo do Araguaia, Piçarra e Santana do Araguaia foram beneficiados

Por Aycha Nunes (ADEPARÁ)
24/08/2020 20h02


Onze mil. Este foi o número de embalagens vazias de defensivos agrícolas recolhidas e descartadas, de forma consciente, durante a última edição do serviço de retirada itinerante, no sudeste paraense. O trabalho é fruto da parceria entre a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (Crea), a Associação do Comércio de Insumos Agropecuários de Marabá e Região (Aciamar), o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV) e revendas agropecuárias locais.

O montante recolhido durante a retirada na região sudeste do Estado é o acúmulo de embalagens usadas nos últimos doze meses pelos pequenos e médios produtores rurais dos municípios de São Geraldo do Araguaia, Piçarra e Santana do Araguaia, localizados a mais de 120 quilômetros de distância de Marabá, onde funciona o posto de coleta da região.

“A retirada itinerante foi criada para atender principalmente os pequenos e médios produtores rurais que não têm condições de se deslocarem para Marabá, onde funciona o centro de recebimento das embalagens de defensivos. Porém, a qualquer momento, o produtor pode e deve se dirigir ao centro para garantir o destino correto dos vasilhames usados”, explica o fiscal estadual agropecuário Fábio Alan Corrêa. 

Ele também revela que se surpreendeu positivamente com o resultado dessa edição. “Normalmente, durante os meses que antecedem a retirada itinerante, é feita uma campanha de divulgação do serviço. Este ano, por conta da pandemia, a campanha não foi feita pois não tínhamos certeza se a retirada ocorreria, mas os próprios produtores começaram a nos procurar solicitando o serviço. Unimos força e fizemos o trabalho, mas não esperávamos um resultado tão satisfatório”, afirma.

O trabalho, que existe há mais de uma década e percorre várias regiões do Pará, consiste no recebimento temporário de embalagens vazias em locais próximos às propriedades rurais como forma de promover a devolução desses resíduos pós-consumo. 

Em São Geraldo do Araguaia, a retirada itinerante ocorreu no parque de exposição e nas duas maiores vilas da zona rural da região. No município de Santana do Araguaia, por sua vez, o posto provisório de recebimento foi montado no sindicato dos produtores rurais da cidade. Em Santana, o trabalho contou também com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Cuidados - Para fazer o descarte adequado do recipiente, não basta entregá-lo em um posto de coleta. É preciso que o produtor rural tenha dois cuidados fundamentais. Quem alerta é a fiscal estadual agropecuária, Suelem Moreira Ribeiro.

“É fundamental que o produtor guarde a nota fiscal do produto e a apresente no momento da devolução do recipiente vazio, é ela que garante a idoneidade do produto. Assim, podemos ter o controle do que foi utilizado. A legislação exige que a nota seja guardada até a devolução da embalagem”, afirma. 

Além de guardar a nota fiscal, é necessário que o recipiente entregue tenha passado pelo processo adequado de lavagem, ressalta a fiscal agropecuária. A legislação brasileira determina que todas as embalagens rígidas de defensivos agrícolas devem ser lavadas com o objetivo de evitar a sua contaminação com produto residual. Ela é indispensável para a reciclagem posterior do produto e deve ser feita conforme norma específica (NBR 13.968) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A norma prevê dois tipos de lavagem: Tríplice e sob pressão.

A tríplice lavagem consiste em enxaguar três vezes a embalagem vazia, de acordo com os seguintes passos: Esvaziar totalmente a embalagem; encher a embalagem com água limpa até ¼ de seu volume; recolocar a tampa e fechar com firmeza. Agitar o recipiente vigorosamente em todos os sentidos, durante cerca de 30 segundos para dissolver qualquer resíduo do produto que tenha aderidos à superfície internas da embalagem; despejar a água de enxague dentro do tanque do equipamento de aplicação, com cuidado para não espirrar; repetir esses procedimentos mais duas vezes e por fim inutilizar a embalagem perfurando seu fundo com um objeto pontiagudo.

Na lavagem sob pressão, a embalagem é encaixada no funil do pulverizador e a bomba do próprio equipamento gera a pressão para pressionar o bico de lavagem. A água limpa utilizada no processo é captada de um tanque extra, que pode ou não estar integrado ao equipamento.

Destino - Recolhidas de forma itinerante ou no posto de coleta, as embalagens de defensivos agrícolas são encaminhadas para as centrais de recolhimento, no sudeste paraense a central fica em Paragominas, e posteriormente direcionadas para o inpEV que recebeu, apenas em 2019, 45.563 toneladas de embalagens vazias.

De acordo com o relatório de sustentabilidade divulgado pelo instituto, a cada 100 embalagens vazias de defensivos agrícolas recebidas no sistema, 94 são recicladas e 6 são incineradas. O inpEV, responsável pela logística reversa das embalagens, realiza a destinação ambientalmente correta das embalagens por meio da parceria com empresas recicladoras e incineradoras. Nas recicladoras, as embalagens viram insumo para a produção de diversos artefatos, como barricas de papelão, conduíte elétrico e embalagem para óleo lubrificante.