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Indígenas de Jacareacanga recebem apoio da Emater para criação de frangos

Sete famílias Munduruku da aldeia Lago do Junco começaram a criar frango do tipo “caipirão”

Por Aline Miranda (EMATER)
08/09/2020 12h54

Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Jacareacanga, no oeste do estado, sete famílias Munduruku da aldeia Lago do Junco, às margens do rio Tapajós, estão começando a criar frango do tipo “caipirão”, uma espécie de galinha caipira melhorada.  

A iniciativa faz parte do Projeto Piloto, da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), do qual a Emater é executora na terra indígena Munduruku. Em Jacarecanga, a Emater vem atendendo 25 famílias específicas, indígenas e não-indígenas, já cadastradas e diagnosticadas no perfil socioeconômico.

Unidade de Referência - No último dia 30 de agosto, a partir de recursos de R$ 4 mil oriundos da União, a Emater orientou a instalação de um aviário de seis metros de largura por oito metros de comprimento dentro da Aldeia, com material reciclado das atividades típicas do cotidiano rural dali: laterais com madeira de lei e cobertura de palha. As famílias receberam, ainda, 150 pintos, 850 quilos de ração, bebedouro e comedouro. 

A experiência é identificada, na metodologia de campo da Emater, como “Unidade de Referência Tecnológica - URT”. O objetivo é servir de exemplo a outras aldeias, que porventura possam manifestar vontade da ajuda da Emater para investimentos similares. 

“Como essa Aldeia não dispõe de energia elétrica e a proposta da Emater, sempre, perpassa a agroecologia, adaptamos a construção à maior possibilidade de ventilação, regulação térmica e luminosidade naturais, com o aproveitamento de resíduos comuns ao trabalho deles”, explica o chefe do escritório local da Emater em Jacarecanga, o técnico em agropecuária Delival Batista. 

De acordo com o profissional, o grupo está sendo acompanhado por meio de visitas programadas sob cuidado redobrado pela pandemia da Covid-19, haja vista que indígenas são população especialmente vulnerável. Alguns cuidados são: uso de máscaras e álcool em gel e nada de aglomerações.

O contato é reforçado por telefone e aplicativo de mensagens. Uma das diretrizes é complementar a nutrição das aves com ração alternativa, formulada pela base em produtos cultivados na tradição dos indígenas, como macaxeira e banana. “Para nós, é a realização de um sonho”, emociona-se o cacique José Leonidas Kirixi Munduruku.

O líder conta que o interesse dos indígenas por avicultura é antigo. Até então, eles criavam galinhas caipiras soltas, apenas o suficiente para o consumo interno.

Em no máximo 60 dias as aves de agora já alcançarão o ponto de abate. “É para comer e para vender. Vamos vender para outras aldeias e também no centro do município. O plano é reinjetarmos o faturamento na expansão e no melhoria do sistema, com mais remessas de pintos, e também comprar aves poedeiras, por causa dos ovos”, afirma o cacique. 

Considerando o potencial do mercado visado, a estimativa da Emater é que a comercialização direta represente um lucro de mais de 150% para os indígenas.