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CÍTRICOS

Adepará garante proteção à produção de cítricos para atender mercados interno e externo

Maior produtor da região Norte e sétimo no ranking nacional, Pará foi o primeiro a conquistar o título de Área Livre de Cancro Cítrico

Por Aycha Nunes (ADEPARÁ)
22/09/2020 14h14

A produção de frutos cítricos no Pará ocupa uma área de 22 mil hectares, divididos entre 2.116 propriedades rurais, localizadas principalmente na microrregião de Capitão Poço, englobando os municípios de Capitão Poço, Garrafão do Norte, Irituia, Nova Esperança do Piriá e Ourém; e Monte Alegre, juntando os municípios de Alenquer, Belterra, Mojuí dos Campos, Prainha e Santarém.

Nessa áreas, a Agência de Defesa Agropecuária do Para (Adepará) concentra esforços para garantir a sanidade dos frutos e a qualidade de vida das famílias que os produzem e os consomem.

O trabalho de controle de pragas, educação e inspeção sanitária fez do Pará pioneiro entre os Estados com o título de área livre de cancro cítrico, concedido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio das resoluções números 1 e 6, de março de 2017. No mesmo ano, por meio do decreto nº. 1943, o Governo do Estado criou dois polos citrícolas, localizados no nordeste e oeste paraense.

“Para manter o status de área livre da praga quarentenária cancro cítrico, a Adepará realiza levantamentos de detecção periódica pelos fiscais estaduais agropecuários”, explica a coordenadora do Programa de Certificação Fitossanitária de Origem, Gleicilene Brasil.

A certificação fitossanitária de origem é o acompanhamento da unidade de produção ou consolidação por um técnico habilitado pelo Órgão Estadual de Defesa Vegetal, com o objetivo de certificar a fitossanidade da produção e atender às exigências fitossanitárias do mercado interno ou dos países exportadores.

Parte da produção paraense é exportada para os estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí e Tocantins e, desde 2016, também para União Europeia. As principais frutas cultivadas são: Laranja Pera, Limão Taiti e Tangerina Mearina. 

PROTEÇÃO
Para proteger os polos citrícolas foram instalados postos de fiscalização, que atuam como barreiras sanitárias, nos municípios de Irituia e Ourém. Eles têm a missão de garantir a sanidade das frutas cítricas, por meio da inspeção fitossanitária, procedimentos de desinfestação e fiscalização da documentação exigida para o trânsito de vegetais do gênero Citrus, oriundos de outros estados e municípios. 

“Os postos foram montados em locais estratégicos com o objetivo de proteger as áreas produtoras de frutas cítricas. O acesso aos polos citrícolas pode ser feito pela BR-010 ou pela BR-316. Quem trafega pela BR-010 vai passar pelo posto de Irituia, enquanto os motoristas da BR-316 passarão pelo posto de Ourém. Na região de Santarém, especificamente em Monte Alegre, o principal município produtor, há um posto de fiscalização no porto, já que o principal acesso à cidade é pelo rio”, detalha o gerente de Programas de Pragas Quarentenárias, Luiz Carlos Guamá.

A Adepará atua para manter o estado protegido também das pragas pinta preta e Greening.

“O Greening é a pior das três pragas, capaz de dizimar uma lavoura. Fazendo com que se perca até 90% da produção”, alerta Luiz Guamá.

Atualmente, o Greening está presente em quatro estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, o Greening está presente em 103 municípios e já causou a eliminação de mais de 600 mil plantas, desde a sua identificação em 2004.

A pinta preta dos citros, também conhecida como mancha preta dos citros, é considerada uma das doenças mais importantes das citriculturas brasileira e mundial. Depois de instalada em um pomar, não há possibilidade de eliminação, por isso a adoção de estratégias que previnam a entrada do fungo é essencial. No Brasil, a doença está presente em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, nos estados do Amazonas e Rondônia (Norte) e na Bahia (Nordeste). 

O cancro cítrico é uma praga que ataca todas as variedades e espécies de citros. Altamente contagiosa, a bactéria é resistente e sobrevive em diversos ambientes por vários meses. Por tratar-se de uma praga quarentenária, o comércio de frutos cítricos, e seus derivados, é regulamentado por legislação internacional. A não adoção de medidas de exclusão ou erradicação da doença impede o comércio para países livres do cancro.

PRODUÇÃO
Entre os municípios que integram os polos citrícolas, Capitão Poço, no nordeste paraense, figura como o campeão na produção de citros.

“Capitão Poço é a cidade paraense que mais produz laranja, tangerina e limão. Além da produção das frutas, o município se destaca na produção de mudas. Temos aproximadamente 17 mil hectares de áreas plantadas destinadas ao cultivo de frutas cítricas”, detalha o fiscal estadual agropecuário, Gerson Penner.

Ele ressalta que, sem o trabalho da Adepará de educação, fiscalização e manutenção do status de área livre de cancro cítrico, não seria possível a criação dos polos citrícolas e os produtores rurais não poderiam vender seus frutos para outros estados e países.

“Para que os frutos saiam do polo citrícola é necessário a emissão de um documento pra acompanhar a carga. Para a emissão deste documento é preciso que o produtor e o produto atendam algumas exigências que variam de acordo com o destino do carregamento”, detalha o fiscal agropecuário. 

Para obter autorização de trânsito e comércio, o produtor deve estar cadastrado na Adepará. O cadastramento pode ser feito no site da Agência ou na unidade Adepará mais próxima.