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Secult inicia primeira fase do projeto de requalificação do Palacete Faciola

Técnicos da Secretaria começaram a acompanhar a limpeza e catalogação de peças encontradas no prédio, que será restaurado pelo Estado

Por Josie Soeiro (SECULT)
21/10/2020 20h06

A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) já começou a primeira fase do processo para as obras de restauro, revitalização e requalificação do Palacete Faciola, no bairro de Nazaré, em Belém. Na manhã desta quarta-feira (21), técnicos do Departamento de Projetos e do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC) da Secult acompanharam a limpeza e catalogação de peças.Fachada do Palacete Faciola, prédio histórico que será revitalizado pelo governo do Estado

A intervenção no prédio, autorizada pelo governador Helder Barbalho no último dia 5 de outubro, aguarda apenas a liberação de órgãos municipais para o início das obras. No canteiro, os técnicos separaram peças como azulejos, ladrilhos e cerâmicas, gradis, portas e adereços de fachada. “Estamos fazendo o canteiro de obras. Já temos a catalogação de todo o material histórico e estamos esperando as licenças dos órgãos para poder iniciar as obras em si, o quanto antes”, informou o diretor de Projetos da Secult, José Helder Moreira. 

Técnicos da Secult já começaram a catalogação das peças encontradas no prédioA obra do Palacete se estenderá a outros dois imóveis contíguos, e deverá incluir a restauração das fachadas; recomposição espacial dos edifícios; portas e janelas em madeira; reintegração de pisos e forros; recomposição do sistema de cobertura; reintegração de rebocos e revestimentos internos; urbanização e paisagismo da área externa; instalação de sistemas elétricos, hidrossanitários, de drenagem, acústico, de ar condicionado, logística e de prevenção e combate a incêndio, além da adaptação de um dos imóveis para abrigar um auditório.

Exemplar da arquitetura - De acordo com a arquiteta Karina Morya, diretora do DPHAC, apesar de não serem tombados, o Palacete Faciola e os dois prédios vizinhos estão inseridos em área de proteção das três esferas governamentais (municipal, estadual e federal) e, dessa forma, resguardados pelos órgãos de patrimônio. “A restauração do ‘Faciola’ é muito importante porque o prédio é um exemplar da arquitetura local e de interesse para a preservação da história de Belém e do Pará. E também para mostrar a riqueza que existe nesses imóveis, que não pertence só ao proprietário; é uma riqueza para todos”, destacou.

Detalhe do teto do Palacete, cuja construção foi iniciada no final do século XIXO edifício abrigará o Museu da Imagem do Som (MIS) e o Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), e ainda terá um espaço multifuncional para atividades ligadas às manifestações e expressões da cultura material e imaterial do Estado.

“Esse será um projeto de requalificação, pois o Palacete não será mais usado como residência, como na época em que foi construído. É interessante que as pessoas entendam que quando um imóvel é antigo ele não precisa ter o mesmo uso de quando foi construído, podendo ser requalificado, desde que não perca com a obra seus valores existentes, que qualificam esse bem como de interesse à preservação e de continuidade para ações futuras”, ressaltou Karina Morya.Escadas em madeira são remanescentes de uma época importante na história de Belém

História - O Palacete Faciola foi projetado em 1895 e concluído em 1901, por José de Castro Figueiredo, arquiteto e desenhista paraense, considerado um dos primeiros engenheiros-arquiteto da região. O prédio foi construído para abrigar a família de Antônio Faciola, importante personagem no cenário político e econômico na cidade. 

Embora o Palacete tenha sido construído em tempos de esplendor, ele e seus vizinhos vivenciaram vários anos de falta de uso e abandono. No ano de 2008, os prédios foram desapropriados pelo governo do Estado e em 2012 passaram ao âmbito da Secult. Nos anos de 2009 e 2016, o prédio recebeu intervenções de reforço estrutural.