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Promebull contribui para o crescimento e qualidade da pecuária bubalina no Marajó

O programa atende do grande ao pequeno criador de búfalos que visa melhorar o seu rebanho 

Por Camila Botelho (SEDAP)
29/10/2020 15h50

Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), o Programa de Melhoramento Genético de Búfalos com Inovação para o Estado do Pará (Promebull) tem alavancado a bubalinocultura por meio de tecnologias e boas práticas de produção. A aplicação da biotecnologia atende desde pequenos produtores, com pouca estrutura, quantos aqueles que já têm um nível organizacional dentro da cadeia. 

A equipe do programa, em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental (que desenvolve as pesquisas do projeto fruto de um convênio) e a Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa), visita regularmente as fazendas no Marajó e nos demais municípios que aderiram ao este ano ao programa, como é o caso da região Bragantina.

Em Salvaterra e Cachoeira do Arari, os servidores da secretaria, junto com a empresa responsável por fazer a inseminação nos animais acompanharam três propriedades com características diferentes: uma que já começou há mais tempo e tem uma estrutura mais ampla; outra mediana onde também já ocorre o trabalho e a terceira com uma estrutura menor e que aderiu ao Promebull este ano.

O coordenador agropecuário da Sedap, Ronnald Tavares, explicou que cada vez mais a secretaria está trabalhando para ampliar o projeto Promebul. “O nosso foco no momento é a ilha do Marajó e o Promebull tem a tendência de expandir não só na questão da reprodução, mas sim fazer um trabalho assistência e manejo reprodutivo”, enfatizou.

A diretora de agropecuária, Brenda Caldas, que acompanhou a equipe nas fazendas do Marajó, disse que o programa é voltado para propriedades que trabalham com a produção leiteira com aplicação de biotecnologia. “Nosso intuito é trazer o material genético de melhor qualidade, uma vez que a gente sabe que o nosso rebanho bubalino tem uma base genética muito estreita e muitos desses animais vieram perdendo potencial”,  observou.  

Central - Outro parceiro que atua no programa, como observou Caldas, é a Central de Biotecnologia e Reprodução Animal (Cebran), da Universidade Federal do Pará (UFPa) – Campus de Castanhal. É onde inicia o processo de reprodução.

Aloísio Silva, diretor do centro, disse que em parceria com a Embrapa, o Cebran fornece o germosplasma utilizado no Promebull. “Atualmente, temos colaborado na produção de sêmen de bubalinos e numa etapa posterior, que deve começar no próximo ano, também trabalharemos na produção de gametas femininos na forma de embrião”, explicou.

Ele detalhou que para a admissão do búfalo na central é feito um processo de seleção genética. “O animal passa por uma bateria de exames que é exigida pelo Ministério da Agricultura. Ele fica de quarentena”. Silva complementou que após ser liberado, o búfalo passa para a fase de coleta que compreende o treinamento e o aperfeiçoamento desse animal na fase de condicioná-lo.

Entre ainda as etapas realizadas pelo Cebran, há o teste de controle de qualidade depois do sêmen congelado, para só então ser liberado para campo. “A última fase é a utilização desse sêmen em nível de campo, quando é realizado  o ato da inseminação propriamente dita”, esclareceu o especialista.

Resultados -  Milton Cruz, um dos proprietários do Marajó que iniciou este ano, disse que já está vendo a melhora para o produtor. Informou que conta com três búfalos oriundos do Promebull. Ele explicou que na sua propriedade vem sendo realizado o manejo de maneira correta, uma das finalidades previstas pelo Promebull. Ele observou que os animais são de boa qualidade e sente a diferença até no comportamento do búfalo. “Nós não temos mais que nos preocupar, por exemplo, com cercas quebradas, pois não há mais fugas”, lembrou. 

Outro criador de búfalos do Marajó, Joelson Pena Fernandes, que também é atendido pelo programa, tem boas expectativa com relação aos resultados. “Recebemos todo o apoio na questão de melhoramento genético do búfalo na linha leiteira. Agradeço  a Deus pelo fato desse projeto ter vindo até nós. Vamos ter resultado um pouquinho mais para a frente. É uma iniciativa boa. O governo do Estado tem nos dado todo o apoio necessário”, enfatizou.

O veterinário Tomaz Maia, responsável pela inseminação dos animais do Promebull, explicou que o programa leva aos produtores de material genético de melhor qualidade. “O programa começou com o Promebul Marajó, atuando nas propriedades que tinham perfil para atividade leiteira e hoje em dia tem se expandido no Pará. O perfil do produtor que tem aderido ao projeto é bem diverso, desde propriedades iniciais até às medianas como o sitio Taperebá e a propriedade da Fazenda são Francisco, que está bem a frente no projeto e já tem animais que nasceram do projeto. Atualmente,  estão sendo feitos os diagnósticos das estações dos animais inseminados com média de 45 dias e um novo implante nos animais que saíram vazios”, explicou.

Durante a visita  em Salvaterra e Cachoeira do Arari, a equipe da Diretoria de Agropecuária foi acompanhada pelo coordenador do 4º Núcleo Regional do Marajó, Valter Filho. “O que nos chamou a atenção nessas visitas foi que por mais que as propriedades sejam de tamanhos e estruturas diferentes, a vontade do produtor marajoara é uma só: melhorar o seu rebanho e a qualidade do seu gado”.

O Pará possui a maior população de búfalos do país, com 520 mil cabeças, o que representa quase 40% do rebanho nacional. A maior parte está concentrada na Ilha do Marajó, segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal/IBGE (2018).

Texto: Rose Barbosa/Ascom Sedap