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Estresse e má alimentação prejudicam o sistema gástrico

Por Redação - Agência PA (SECOM)
03/12/2017 00h00

Há 15 anos a professora aposentada Maria das Graças Rodrigues, 69, tinha uma rotina árdua e estressante. Devido à má alimentação e aos problemas no trabalho, ela começou a apresentar dores e sensação de queimação na região estomacal. Com o agravamento dos sintomas, ela procurou atendimento médico e foi diagnosticada com gastrite por Helicobacter pylori, bactéria que aumenta a acidez no estômago. Segurada do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (Iasep), ela realizou o tratamento adequado, mas precisou modificar os hábitos alimentares para enfrentar a doença.

“Hoje cuido muito da minha saúde, tenho uma alimentação rica em verduras, legumes e frutas. Não fico em jejum, faço minhas refeições na hora certa e sempre estou indo ao médico me consultar, além de fazer o acompanhamento com um nutricionista”, revela a aposentada. Dona Graça é um dos 20 mil segurados que buscaram diagnóstico para a gastrite por intermédio do Iasep, em 2017. De acordo com especialistas, a doença pode ter sintomas disfarçados por medicação e pode ser causada ou agravada pelo estresse e pela má alimentação.  

De acordo com o médico auditor do Iasep, Jorge José Faro, a gastrite é uma doença que se manifesta em todas as idades. Ela é caracterizada por uma inflamação na camada interior do estômago que, se não for tratada precocemente, pode agravar-se e desencadear uma série de complicações à saúde do paciente, causando a úlcera gástrica e, em casos mais graves, o câncer no estômago. “O excesso de estresse no dia a dia, a ansiedade, o uso frequente de álcool, o tabagismo, a má alimentação, o uso de alguns anti-inflamatórios e até mesmo a falta de higiene são fatores que levam ao aparecimento da doença”, afirma o médico.

Tipos de gastrite - Segundo Jorge Faro, existem diversos tipos de gastrite. A crônica é causada por vários fatores, como alimentos consumidos frequentemente em altas temperaturas, longos períodos de jejum (mais de três horas) e pela bactéria H. pylori, transmitida através de saliva, alimentos crus e água contaminada. O profissional informa que a bactéria causa sensação de barriga inchada, perda de apetite, enjôos, vômitos, arrotos ou gases intestinais em excesso. “Geralmente esses sintomas se manifestam quando já se tem úlcera ou gastrite”, explica o médico, recomendando a consulta ao gastroenterologista para diagnóstico precoce e prevenção e tratamento da gastrite.

A gastrite aguda, segundo o médico, se apresenta de forma imediata após o contato com o fator desencadeante, que pode ser físico (alimento quente), químico (acidez) ou biológico (vírus, bactérias e suas toxinas e substâncias tóxicas). A doença causa dor, queimação, sensação de ter comido muito (mesmo após ter feito refeição em pequenas porções). Podem ocorrer náuseas e vômitos no paciente, dependendo da gravidade do agente causador.

A gastrite nervosa é causada pelo estresse, tristeza, preocupação e ansiedade. Tem como principais sintomas a azia, enjôos e vômitos. Jorge Faro recomenda que a pessoa que tem a gastrite nervosa, evite o estresse e invista em uma alimentação equilibrada, ingerindo alimentos leves e saudáveis, como frutas não ácidas, verduras e legumes, além de medicamentos para auxiliar no controle emocional.

O médico esclarece, ainda, que para todos os tipos de gastrite existe cura, “mas é necessário procurar atendimento médico antes que a doença se agrave”. E alerta principalmente sobre a automedicação, que pode mascarar os sintomas da doença. Por isso aconselha que se busque tratamento com um especialista, que irá indicar o procedimento correto, conforme o quadro de saúde do paciente e o tipo de gastrite.

Serviço: Consultas médicas pelo Iasep devem ser agendadas diretamente na rede credenciada, conforme os serviços no Guia Médico do Instituto, disponível no site (www.iasep.pa.gov.br)

(Com a colaboração de Deliane Lima)