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Cheque Moradia beneficia famílias de aldeias indígenas

Por Redação - Agência PA (SECOM)
14/04/2017 00h00

Mais de 80 famílias de reservas indígenas localizadas no município de Paragominas foram beneficiadas com o Programa Cheque Moradia. Agora, elas terão a possibilidade de comprar material de construção para edificarem suas novas habitações. A ação integra o projeto desenvolvido pela Companhia de Habitação do Pará (Cohab), denominado “Conviver em Aldeias”.

O projeto tem atuação interinstitucional do qual participam a Secretaria Extraordinária de Estado de Integração de Políticas Sociais (SEEIPS), na coordenação geral, o Núcleo de Apoio às Populações Indígenas e Quilombolas (NUPINQ) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Uma equipe da Cohab esteve nas aldeias Cajueiro e Tekohaw, entre os dias 11 e 13 de abril para fazer a distribuição do Cheque Moradia para famílias que residem em mais de dez aldeias, instaladas naquela região de reserva indígena, em Paragominas.

Gleyce e André Francisco Tembé são casados em moram na Aldeia Cajueiro numa casa de madeira há cerca de dois anos. Ele é professor, mas atualmente os dois sobrevivem da venda de artesanato indígena. O casal têm dois filhos e foi agraciado com o benefício para nova construção, concedido em duas etapas. O novo lar terá dois quartos, banheiro e cozinha. Eles já planejam um mutirão para construir a nova casa. “A gente pensa em fazer um mutirão e se ajudar para construir as nossas casas. É um desejo nosso ter um local com mais conforto, principalmente por causa das crianças”, disse André Tembé.

Eliel Pereira Leitão é cadeirante. Casado com Iritan Tembé há mais de vinte anos, com quem tem três filhos, ele também recebeu o Cheque Moradia. “Nunca imaginei que essa ajuda iria sair tão rápido, foi uma surpresa pra gente. Vamos fazer tudo segundo a orientação da Cohab. Devido a minha condição, os cômodos terão que ser mais largos", detalhou o cadeirante. Ele receberá o valor total de R$ 18.000,00 divididos em duas parcelas, valor destinado à pessoas com deficiência física.

As famílias receberam as orientações da arquiteta da Cohab, Milie Klautau e da assistente social da companhia, Cleiciane Araújo. Elas explicaram que ao comprar os materiais de construção é necessário exigir as notas fiscais para a prestação de contas, condição para obtenção da segunda parcela, além da edificação do imóvel até a altura de percinta (atracação).

Reginaldo Tembé, liderança da aldeia Cajueiro, destacou que o programa assegura um direito da população indígena. “Eu vejo que é uma grande ajuda que o governo está nos dando, até porque esse é um direito nosso. Como líder, vamos articular e discutir a melhor forma para ajudar na construção de cada casa”, afirmou.

José Timóteo Tembé é o cacique da aldeia Piahu e se deslocou até Cajueiro com a esposa, Santina Tembé, para receber seu talonário do Cheque Moradia. Eles moram numa casa de madeira, mas disseram que era um sonho antigo ter uma nova, em alvenaria, e mais confortável. “É um sonho antigo dela e meu também”, declarou o cacique.

Na aldeia Tekohaw, outra liderança recebeu seu benefício habitacional. É Sérgio Emuxi, filho do cacique da aldeia. “Nós tivemos informação sobre o projeto e pedimos que viesse também para cá. As famílias não acreditavam muito, mas agora estão vendo que a coisa está acontecendo. As casas aqui são em madeira ou palha e não teríamos como comprar os materiais de construção”, descreveu.

Para o coordenador da Funai em Belém, Juscelino Bessa, a melhoria da habitação era um desejo antigo desse grupo. “Há pelo menos dez anos eles cogitam programas de melhoria da habitação, mas não havia por parte da Funai, uma política estabelecida. Durante reunião com o governador, as lideranças indígenas fizeram essa solicitação e começamos então, conjuntamente, a definir as linhas de atendimento”, relembra.

A diretora do Cheque Moradia, Ana Célia Cruz, informou que o Projeto Conviver em Aldeias já é uma experiência presente em três municípios do Estado e representa um investimento para a melhoria habitacional, em decorrência da inadequação ou a coabitação. “O projeto iniciou em setembro de 2015, com o atendimento dos Tembés da região do Caeté, no município de Santa Luzia do Pará. Na sequência, passamos para a região do Capim, em Tomé Açu, e agora em Paragominas. Com isso, a ação já se faz presente em três municípios e 28 aldeias, perfazendo um total de 174 famílias, entre atendimentos em fase de conclusão e iniciados”, enumerou.