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'MINHA VIDA'

Ioepa e Seduc vão publicar relatos de estudantes sobre a rotina na pandemia

Editora da Imprensa Oficial vai editar textos de alunos da Escola Estadual Santo Agostinho

Por Ailson Braga (IOE)
26/02/2021 20h04

Representantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental Santo Agostinho, a Editora Pública Dalcídio Jurandir, da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), e a Unidade Seduc na Escola 8 (USE 8) se reuniram nesta sexta-feira (26), para viabilizar uma publicação com relatos de alunos sobre a pandemia de Covid-19, intitulada “Minha Vida em Tempos da Pandemia – Relatos dos Alunos da EEEF Santo Agostinho”.

Localizada no bairro do Marco, em Belém, a escola é dirigida por Gorete Oliveira, e está com as aulas presenciais suspensas desde 18 de março de 2020, em função da pandemia. “Foi o maior desafio que nossa escola já enfrentou em seus mais de 70 anos de existência. Imediatamente, organizamos as aulas remotas. No início foi difícil, mas depois conseguimos com boa vontade e amor ao que fazemos realizar aulas a distância. Porém, percebemos que faltava saber como estava o cotidiano dos nossos alunos em casa, sem a rotina interativa, alimentar, protetiva e afetiva que a escola oferece às crianças”, relatou Gorete Oliveira.

Evila Silva, especialista da USE 8, informou que logo após a suspensão das aulas as unidades da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) foram às escolas acompanhar o processo de adaptação das aulas remotas. “Na ‘Santo Agostinho’ nós nos deparamos com um projeto maravilhoso, que trabalhava com a percepção dos alunos acerca da pandemia e como ela afetou a vida escolar, afetiva e familiar. Fizemos o ‘meio de campo’ com a Editora Dalcídio Jurandir para saber da possibilidade de publicar uma obra com esses relatos”, contou Evila Silva.

Produção virtual - A diretora Gorete Oliveira afirmou que a maior intenção era ajudar as crianças a passar por esse momento difícil com o mínimo de trauma, assim como, por meio dos desafios da escrita, desenvolver a leitura, a produção textual e a criatividade para contarem suas histórias. Ela disse ainda que o projeto foi desenvolvido totalmente a distância. Os textos produzidos em casa pelos alunos e as fotos dos momentos da produção foram enviados via WhatsApp pelos responsáveis.

“Iniciamos com a apresentação dos gêneros textuais pelos professores, e depois os alunos eram desafiados a escrever. Começamos pelas narrativas, nas quais eles relatavam o cotidiano em casa, confinados. Depois foram as poesias, em que contavam suas emoções e sentimentos de forma poética. Posterior foi o gênero textual receitas. Aí eles falavam e escreviam as receitas do que estavam comendo em casa na pandemia e, por último, uma redação dissertativa sobre como desejam encontrar a escola quando tudo passar”, detalhou a diretora.

Realidade - Gorete Oliveira acrescentou que, após os relatos escritos, ela organizou um livro com as histórias contadas pelos alunos. “Penso que os escritos das crianças ficaram para a história, pois têm vários contos verdadeiros, alguns felizes, alguns tristes, mas são reais, e permitiram mesmo com a distância física acompanhá-los com mais proximidade. Conseguimos saber como nossas crianças, que possuem entre 6 e 10 anos, estavam passando e sentindo os desafios da pandemia”, concluiu a diretora da “Santo Agostinho”.

Moisés Alves, coordenador da Editora Dalcídio Jurandir, disse que esse tipo de publicação com relatos de estudantes já foi feita pela Ioepa nos livros “Saapeca – Uma Coletânea de Narrativas de Alunos e Funcionários”, da Escola Municipal Senador Adolfo Álvaro, de Ananindeua, e “Ler é uma Aventura – Criando e Recriando Textos”, da Escola Ruth Passarinho.

“Isso nos dá experiência em trabalhar com esse tipo de obra. Vamos iniciar o trabalho de pesquisa a partir dos inúmeros relatos dos alunos. A Escola Santo Agostinho fará a digitalização de imagens e digitação de textos, e o lançamento está previsto para o segundo semestre deste ano ainda. A Editora Pública da Ioepa fará todo o processo de editoração da obra, que vai desde a diagramação, revisão, até a impressão final da obra. Entendemos que essa experiência é importante ser publicada, pois os relatos feitos pelos alunos em tempos de Covid-19, sem a vivência do espaço escolar, vai culminar em uma publicação que servirá como material didático e pedagógico para a escola”, frisou Moisés Alves.