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Março Azul-marinho: câncer colorretal tem prevenção e cura com diagnóstico precoce

Especialista do Hospital Ophir Loyola observa que o diagnóstico precoce eleva 70% a 90% as chances de cura com o tratamento cirúrgico, quimioterapia etc

Por Lívia Soares (HOL)
05/03/2021 12h23

A campanha Março Azul-marinho alerta sobre a importância da prevenção e diagnóstico do câncer colorretal, o segundo tipo mais frequente no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou 41 mil novos casos para cada  ano do triênio 2020-2022 no país, a doença ocupa a quarta posição na região Norte, onde a estimativa é de 1.100 casos novos em 2021. No Pará, serão 470 casos, com um risco de 4,50 casos a cada 100 mil homens; e de 6,33, a cada 100 mil mulheres.

Chefe da Cirurgia Oncológica do Hospital Ophir Loyola, Alessandro França: "Tratamento é definido com base no estágio da doença" O câncer é um conjunto de doenças caracterizadas pelo crescimento desordenado das células, levando à formação de tumores. Quando os tumores começam na parte do intestino grosso conhecida como cólon e no final do intestino, o reto, são chamados de câncer colorretal ou câncer de intestino.

A doença tem cura quando diagnosticada precocemente e, geralmente, surge a partir de pólipos, pequenas lesões na superfície do cólon ou do reto, benignas, mas quando associada a um estilo de vida não saudável podem transformar-se em câncer. Segundo o chefe da Cirurgia Oncológica do Hospital Ophir Loyola, Alessandro França, um dos fatores de risco para o aparecimento da neoplasia é a idade avançada. 

"Temos alta taxa de incidência em pessoas acima dos 50 anos. Além disso, o sedentarismo, o excesso de peso corporal e a má alimentação, pobre em fibras, porém rica em carne vermelha e em embutidos, assim como o tabagismo e o alcoolismo também são fatores que aumentam a chance de desenvolver a doença”, explica o doutor.

Apesar de ser pouco falado, o câncer colorretal é bastante frequente na população brasileira, alerta o especialista. “As campanhas são necessárias, pois a doença é silenciosa e muitas vezes os sintomas são confundidos com os de outras doenças”, alerta o chefe da Cirurgia Oncológica do Hospital Ophir Loyola, Alessandro França.

Em 2021, o Centro de Alta  Complexidade em Oncologia atende cerca de 150  pacientes com neoplasia maligna de intestino. “A maioria dos pacientes que atendemos no Ophir Loyola chegam para iniciar o tratamento com o tumor avançado, porém o diagnóstico precoce eleva a porcentagem de cura  para 70% a 90% com o tratamento cirúrgico, quimioterapia  e radioterapia associadas ou não, desde que a doença não tenha se disseminado para outros órgãos”.

O diagnóstico é feito por meio dos exames de colonoscopia e sangue oculto nas fezes. A colonoscopia observa o intestino grosso e a parte do íleo terminal (última porção da anatomia do intestino delgado) com o objetivo de identificar alterações. O exame também é capaz de coletar material para biópsia. Com a doença confirmada, o tratamento será definido com base no estágio em que a doença se apresenta, tamanho, localização e extensão do tumor. 

De acordo com o especialista, as pessoas devem ficar em alerta para alguns sintomas e sinais. "A presença de sangue nas evacuações, alteração do hábito intestinal, diarreia ou constipação, fadiga, perda de peso, anemia crônica, dor abdominal, inchaço e sensação que não esvaziou o reto completamente, estes são os sinais sugestivos. Ao sentir ou observar esses sintomas, é necessário procurar um médico para ser avaliado", orienta o doutor Alessandro França.