Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
'MEU GUERREIRO FAMILIAR'

Hospital Abelardo Santos recorre às cartas para manter elo familiar de pacientes de Covid-19

O tratamento humanizado é um aliado importante no tratamento de quem precisa de internação

Por Governo do Pará (SECOM)
29/03/2021 23h01

Em meio ao distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, qualquer contato com a família e amigos durante o tratamento hospitalar influencia na recuperação do corpo e no fortalecimento psicológico dos pacientes. Para estreitar estes laços durante a internação, a equipe de profissionais de saúde do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, começou nesta segunda-feira (29) o Projeto “Carta para Meu Guerreiro Familiar”. A ação permite que os acompanhantes troquem informações e afeto com os pacientes por meio das tradicionais cartas, já quase esquecidas por conta das tecnologias mais imediatas de comunicação.

É com a valorização das palavras escritas na tradicional folha de papel que o paciente e seu familiar, ou amigo, minimizam a saudade e se confortam mutuamente. “Esse contato é muito importante. Eu gostaria de falar para ela que estamos bem, e agora é possível através dessas cartas”, disse o analista de crédito Jeferson Cardoso Coutinho, 33 anos, filho de Juscely Cardoso, internada desde o último dia 25 no HRAS, oriunda do município de Portel, no Arquipélago do Marajó. “A gente entende que não pode se aproximar, e essa iniciativa é excelente, pois é uma forma dela não se sentir sozinha num leito de hospital. Assim, ela vai saber que a gente está aqui fora torcendo por sua recuperação”, declarou Jeferson.O projeto do Hospital Dr. Abelardo Santos mantém o elo do paciente internado com sua família

A técnica em enfermagem Elirane Gomes Pinheiro, 29 anos, está com o pai internado num leito clínico do Hospital Abelardo Santos há duas semanas. Do lado de fora, ela fica preocupada com a angústia do pai, Carlos Roberto Gomes, diante da falta de informações de seus familiares. “Nós recebemos o boletim médico e sabemos como ele está evoluindo. Mas ele não sabe de nada da família. Não sabe se os seus filhos estão bem, se já comeram, como estão vivendo na ausência dele”, ressaltou.

Para Elirane, o projeto é uma forma de humanizar o tratamento delicado da Covid. “Essa carta é muito importante para a gente acalmar o coração dele lá dentro e o nosso aqui fora, em saber que ele está informado. Não dá para falar tudo em uma carta, mas dá para ele saber que todos estão bem e torcendo pela recuperação”, acrescentou.

Compromisso - O secretário de Estado de Saúde Pública, Rômulo Rodovalho, frisou a importância de projetos como o “Carta para Meu Guerreiro Familiar” na batalha contra o novo coronavírus. "O tratamento humanizado para pessoas com Covid-19 é muito importante nesse momento, pois os pacientes, assim como seus familiares, estão sensibilizados e precisam desse cuidado. Saber ouvi-los e ter atenção a cada caso, individualmente, são compromissos dos nossos profissionais com a saúde pública", garantiu o titular da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública).

O programa enfatiza a importância da humanização na unidade de saúde do governo do Estado, mantendo o acolhimento direto a pacientes, familiares e funcionários. “A Covid-19 nos impõe o distanciamento, afastando as pessoas da convivência dos entes mais importantes das suas vidas. O Hospital Abelardo Santos observa que essa aproximação é importantíssima para a recuperação do paciente, assim como para mostrar aos usuários o quanto o Hospital mantém a solidariedade com todos”, observou a enfermeira Brenda Lourinho, coordenadora Ambulatorial do HRAS.

Na pandemia, as ações de humanização são estimuladas ainda mais para oferecer acolhimento físico, social e psicológico, com atividades que promovem o contato do paciente com seu familiar, desenvolvidas pelos profissionais.

Critérios – O projeto começa na chegada do paciente ao Hospital Abelardo Santos, por meio da Central de Regulação, quando a equipe da Assistência Social explica o objetivo da ação para o familiar e lhe entrega uma página em branco para ser preenchida. “Esse parente pode escrever na hora ou entregar posteriormente, na guarita do Hospital. A carta deve ser entregue dentro de um saco plástico, para ser feita a higienização antes de entrar nas dependências do Hospital”, detalhou Brenda Lourinho.

Os pacientes dos leitos clínicos e das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) poderão receber cartas mediante avaliação do quadro de saúde de cada um. “Elas serão entregues em até 24 horas. Mas, devido à doença, nem todos podem se emocionar, por isso o médico deve avaliar cada caso”, ressaltou a coordenadora.

Visitas e acompanhantes - Para conter a infecção pelo novo coronavírus entre seus usuários, o Hospital adotou medidas mais restritivas para acompanhantes e visitantes de pacientes internados. Com as novas regras, válidas desde o último dia 18, está permitida a presença de acompanhantes na ala pediátrica e para pessoas acima de 60 anos que justifiquem a necessidade desse apoio. Nos demais casos, como adultos graves ou estáveis nas enfermarias de Covid e de outras patologias, acompanhantes estão proibidos.

Pessoas que fazem parte do grupo de risco (idosos e com comorbidades), também não podem ter acompanhantes, assim como quem apresenta sintomas gripais. As medidas adotadas pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) são baseadas nas recomendações do Protocolo de Manejo Clínico da Covid-19 na Atenção Especializada, preconizadas pelo Ministério da Saúde.

Cada unidade hospitalar tem autonomia para seguir as orientações específicas, considerando suas características próprias. "Neste momento estamos tomando essas medidas para evitar o alto contágio do vírus. Coibindo as visitas e os acompanhantes, estamos evitando aglomerações e o maior número de pessoas circulando pelo Hospital", informou a coordenadora de Enfermagem do Hospital Dr. Abelardo Santos, Márcia Rodrigues.

Atualmente, a unidade trabalha com três tipos de Boletim Médico: por telefone, e-mail e presencial, em caso de extrema necessidade, quando o acompanhante não dispõe de nenhum meio de comunicação. (Texto: Roberta Paraense - Ascom/HRAS).