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Fundação ParáPaz garante suporte psicológico e ameniza os impactos da pandemia

Por Nathalia Mota (PARAPAZ)
30/03/2021 17h28

Medo, ansiedade e isolamento social foram alguns dos motivos que levaram a dona de casa K. S., de 55 anos, a procurar por ajuda psicológica durante a pandemia. Ela conta que já sofria com a depressão e que faz uso contínuo de medicamentos, mas por conta da Covid-19 o que parecia estar controlado, piorou. 

“Tenho muito medo de morrer e quando veio o vírus fiquei apavorada. Comecei a ter crises graves de ansiedade, parei de comer, me debatia e sofria muito. Durante o isolamento cheguei a me cortar com grampo e com tesoura e depois de um tempo uma amiga me disse que no polo do Distrito estavam atendendo gratuitamente e fui lá”. 

O local a qual ela se refere é uma das unidades da Fundação ParáPaz, o polo bairro Distrito Industrial, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB), que tem garantido esse suporte à população por meio de demandas espontâneas, amenizando os impactos da pandemia. E, nesta terça-feira (30), a usuária realizou pela sexta vez a sua consulta.

A psicóloga Luciane Ramos explica que a mudança brusca na rotina das pessoas fez com que elas voltassem ou desenvolvessem crises de ansiedade e outros tipos de transtornos psicológicos. “A maioria vem aqui relatando sobre perdas significativas de entes queridos, falta de perspectiva de trabalho, crises financeiras, o que desencadeia esse sentimento de angústia e se não cuidar da saúde mental pode até se agravar para uma depressão, por exemplo”.

Após as primeiras consultas e vendo os resultados no tratamento, a dona K. S. percebeu que a filha M. S., de 31 anos, também estava precisando de acolhimento diante dos problemas familiares enfrentados neste novo cenário vivido com a pandemia e a levou, também, para o atendimento psicológico. “Ela cuida muito de mim e percebi que ela não estava bem, não estava se alimentando, ficava muito triste, chorava e eu me preocupei”, disse a dona de casa. 

Há 1 mês M. S. mantém suas consultas semanais com a psicóloga, e as duas, mãe e filha, chegam sempre juntas para o tratamento. “Pela primeira vez na vida me senti assim, com medo, passando por coisas que nunca passei e nos primeiros atendimentos eu percebi a diferença que estava me fazendo, eu consegui me transformar com as palavras da doutora. E ver a minha mãe bem melhor agora é gratificante porque ela entrou aqui uma pessoa, veio carregada, com aparência ruim, e agora já é outra, chega feliz e satisfeita”.

Dona K. disse que estar na consulta a faz tão bem que conta os dias e horas para não se atrasar. “Só tenho a agradecer porque muitas pessoas precisam e não têm recurso pra esse atendimento e nós temos aqui perto de casa. A doutora Luciane e todos do polo são muito atenciosos com a gente e é tão bom que tenho medo disso terminar um dia”, agradeceu.

Luciane atende em média seis pessoas por dia, com horário marcado, e ressalta que dependendo do caso, faz os encaminhamentos necessários. “Atendemos crianças, jovens, idosos, quem precisar estamos aqui e se for uma demanda mais específica, encaminhamos para as unidades especializadas até para que a usuária tenha acesso às outras redes do serviço público”, disse a profissional.