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Quilombo de São José do Icatu recebe Caravana de Cidadania e Direitos Humanos

Com emissão de documentos, orientação jurídica, recebimento de demandas das comunidades quilombolas, a Sejudh promoveu um intenso dia de atividade nesta terça (14)

Por Gerlando Klinger (SEJU)
14/09/2021 12h20

“Nós estamos muito felizes em receber uma equipe do Governo do Estado aqui no nosso território. É uma satisfação que não cabe no nosso coração quilombola, já que moramos em uma comunidade com mais de 250 anos de tradição”, foram com essas palavras que a Maria José Brito de Souza, moradora da comunidade remanescente de Quilombo de São José do Icatu, em Mocajuba, região do Baixo-Tocantins, recebeu nesta terça-feira (14) a equipe do Governo do Pará que, por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) levou mais uma etapa da Caravana de Cidadania e Direitos Humanos.

Com a emissão de documentos, orientação jurídica, recebimento de demandas das comunidades quilombolas, a Sejudh promoveu um intenso dia de atividade dentro de todo o território quilombola. Na ocasião, além de promover cidadania, representantes da Diretoria de Cidadania e Direitos Humanos, por meio do Programa Raízes e da Gerência de Promoção dos Direitos dos Quilombolas, visitaram casas da comunidade e buscaram ouvir os moradores.

“O Governo do Estado está atento às demandas sejam das comunidades quilombolas, negras, indígenas, LGBTQIA+ e trabalha para que os direitos e a cidadania de todos e todas sejam garantidos por meio de ações como esta”, afirmou a Diretora de Cidadania e Direitos Humanos, Janaína Renée, que acompanhou a ação e conheceu o território.

História

Originado em 1770, São José do Icatu foi um quilombo formado por remanescentes de escravos, fugidos das fazendas de Abaetetuba e de Igarapé-Miri, nordeste do Estado, e fixaram moradia nas terras localizadas próximas aos municípios de Mocajuba e Baião. A origem do povoado está diretamente ligada à resistência dos negros ao processo de escravização que acometeu milhares de pessoas. A oposição física e cultural ao trabalho escravo gerou um constante fluxo de negros que adentravam nas matas em busca de liberdade.

Em novembro de 2002, a comunidade foi reconhecida como população tradicional quilombola, mediante o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), abrigando, naquela época, 80 famílias descendentes de escravos da região de Tomé-Açu.

Quem mora na localidade do Craval, outra comunidade remanescente de quilombo, em Baião, é Ociléia de Jesus Rodrigues. A estudante quilombola explicou que a ação é muito importante, pois mostra um olhar atento do Governo em relação às comunidades tradicionais. “Só pelo fato de nós não sairmos daqui para conseguir a documentação em outra cidade, mostra que as políticas públicas estão mais próximas de nós que moramos nos quilombos”, colocou.

A gerente de proteção dos direitos dos quilombolas, vinculada ao Programa Raízes, Roberta Cunha, ressaltou à população local que a Sejudh está de portas abertas para atender as demandas que surgirem nos territórios. “Temos o objetivo de assegurar o compromisso no combate à desigualdade, principalmente a discriminação cometida contra a população, seja ela qual for”, esclareceu. 

Ação 

A Caravana de Cidadania e Direitos Humanos continua na região do Baixo-Tocantins. Nesta quarta-feira (15), a sede da cidade de Mocajuba receberá a ação, que será realizada na Escola Estadual Isaura Baia, localizada na Rua Manuel de Souza Furtado, 664.