Governo investe na produção de alevinos e mudas de açaí em Terra Alta
Em três anos, já foram doados a piscicultores 1 milhão de alevinos e a agricultores 20 mil mudas de açaizeiro
O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), já doou, em três anos, mais de 1 milhão de alevinos a piscicultores para incentivar a criação de peixes nas duas estações de reprodução, nos municípios de Terra Alta (no Nordeste) e Santarém (no Oeste). Em Terra Alta, a Unidade Agropecuária (Uagro) produz alevinos e mudas de espécies frutíferas, especialmente de açaí. Vinculada à Regional em Castanhal, com mais 20 municípios, a Uagro avança no repasse de insumos às comunidades.
Para o coordenador da Regional da Sedap, João Pinheiro, o trabalho beneficia a população com a qualidade do produto que chega ao consumidor. “Isso gera um impacto para o produtor, não apenas pelo alimento, mas gerando renda extra. Além disso, através da oficialização de demanda, a Sedap realiza a formação técnica direto na propriedade do produtor”, informou João Pinheiro.
A Unidade Agropecuária de Terra Alta produz principalmente tambaqui e pirapitinga
Mesmo com a pandemia de Covid-19, a Uagro doou 20 mil mudas de açaí até outubro de 2021. Para o próximo ano, a meta é alcançar 50 mil mudas do fruto. “Na alevinagem doamos, em três anos, um milhão de alevinos, e pretendemos atingir 500 mil em 2022”, acrescentou o coordenador.
João Pinheiro, coordenador da Regional da Sedap em Castanhal
Aquicultura - Alevino (ou alevim) é a designação dada aos peixes recém-saídos dos ovos e que já reabsorveram o saco vitelino ou, no caso dos ovovivíparos, logo após o nascimento. Em Terra Alta, a produção prioriza as espécies tambaqui e pirapitinga. Recentemente, recebeu um casal de pirarucu, doado pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) em Castanhal.
O processo de alevinagem considera cuidados desde a captura de matrizes, passando pela desova das pós-larvas até atingir o tamanho de alevinos.
Celso Negrão, auxiliar de Piscicultura, informou que são aplicados hormônios para a reprodução. “Eles soltam as ovas que vão para a incubadora, durante cinco ou seis dias, e depois fazemos a transferência para o viveiro. Após 30 dias, se formam os alevinos. A água precisa ser tratada para receber as larvas. Adubamos com esterco de galinha, ureia e calcário. Para tornar o PH básico, pois se estiver ácido as larvas morrem”, explicou.
Celso Negrão, auxiliar de piscicultura
A cada 100 mil larvas, 50% podem se desenvolver, pois ainda há os predadores, como insetos (principalmente libélula), além de outras condições, como a temperatura.
Fruticultura - A fruticultura na Uagro de Terra Alta tem como carro-chefe a produção de mudas de açaí. Romualdo Barata Evangelista, prático rural da instituição, detalhou o processo produtivo. Entre os principais cuidados está a irrigação das mudas, que conta com dois sistemas, sobretudo para o período de estiagem.
Giovanni Queiroz, secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, anunciou a liberação de recursos para a recuperação estrutural de toda a estação de Terra Alta. “Já no mês de dezembro vamos liberar alevinos dos peixes redondos, tipo tambaqui, pacu e outros. Logicamente estamos nos preparando ainda para que, no ano que vem, possamos liberar também alevinos de pirarucu, que é um peixe tão desejado por todos os brasileiros, especialmente pelos paraenses. Com isso, podemos abastecer o mercado internacional e nacional. Essa é a nossa meta, e se Deus quiser vamos alcançar, até porque a licitação para a reconstrução e reestruturação de toda a estação já está em fase final, e nós vamos poder iniciar imediatamente essa recuperação”, afirmou o titular da Sedap.
Tanque com alevinos na Estação de Terra Alta
Outros investimentos do governo do Estado em Terra Alta, entregues em agosto de 2019, são o escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) e a Escola Estadual Inácio Passarinho, a 19ª entregue pelo governador Helder Barbalho.
