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Tecnologia é aliada da Polícia Científica do Pará para a análise de entorpecentes

Trabalho realizado pelo órgão é importante para combate às drogas e esclarecimento de crimes

Por Dayane Baía (ARCON)
20/02/2022 10h24

O Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo é celebrado em 20 de fevereiro. A data visa alertar sobre os impactos do uso de entorpecentes para as pessoas e na criminalidade. No Pará, a Polícia Científica desenvolve um trabalho essencial para a elucidação de atividades criminosas e combate às drogas.

O Instituto de Criminalística Iran Bezerra possui profissionais e laboratórios com equipamentos de ponta que ajudam a identificar substâncias em materiais apreendidos e em amostras genéticas. No caso de apreensões, por exemplo, a Polícia Científica é acionada para realizar a perícia e fornecer os laudos para os inquéritos policiais. 

Toda a droga apreendida deve ser analisada por peritos criminais, que emitem o laudo técnico-científico que atesta o tipo de entorpecente e a composição, que auxilia a Polícia Civil na autuação de suspeitos detidos e até na destinação final.

Carla Carvalho, gerente do Laboratório de Instrumental, explica que os materiais são encaminhados ao Instituto para submissão de testes preliminares. A triagem usa componentes que reagem em cores para identificar grupos de substâncias suspeitas, como no caso a cocaína (azul), maconha (vermelho), e ecstasy (azul caneta).

“As amostras são encaminhadas para técnicas mais sensíveis, como a cromatografia gasosa e o FTIR (Infravermelho por Transformada de Fourier) - uma aquisição recente que permitiu um salto da Polícia Científica. Nós tínhamos dificuldades de identificar novas drogas psicoativas, que vêm aderidas em selos. Com essa nova técnica e com os cursos aos peritos, temos condições de identificar com toda essa tecnologia”, pontua Carla, que também é perita.

Carla Carvalho é gerente do laboratório de instrumentalO trabalho pericial de química forense permite que um crime seja atestado ou contestado em uma investigação. “O perito gera um laudo que tem fé pública. Com o uso de técnicas avançadas, isso dá mais celeridade e confiabilidade aos laudos”, acrescenta a gerente.

No Instituto, também é possível identificar substâncias em material biológico, como amostras oriundas de animais (crimes ambientais), fluidos e órgãos humanos (crimes relacionados a homicídios e suicídios), como a presença de álcool, praguicidas (veneno), medicamentos e entorpecentes.

Nair Correia é perita criminal na área e desenvolve atividades no Laboratório de Toxicologia Forense. “Quando são intoxicados que sobrevivem e são socorridos em unidades de saúde. A família faz a ocorrência policial e o delegado solicita que a Polícia Científica faça a coleta dos materiais. Se a pessoa vier a óbito, a pessoa vem para a sala de necropsia e o médico legista solicita o exame toxicológico, quando há suspeita de existência de substância química”, comenta Nair.

A cromatografia líquida é uma tecnologia que auxilia nessa atuação submicroscópica. “Sem as ciências, de modo geral, não se faz nenhuma perícia. Esses equipamentos sãos nossos olhos, que permitem ‘ver’ o que está presente na amostra que pode ser de sangue, urina, vômito, por exemplo. O processo químico de preparo da amostra extrai o princípio ativo da substância suspeita que não é visível a olho nu”, pontua a perita.


Investimentos

Para o diretor geral da Polícia Científica, Celso da Silva Mascarenhas, o avanço nos investimentos em tecnologia foi essencialPara o diretor geral da Polícia Científica, Celso Mascarenhas, houve um avanço nos laboratórios, nos últimos três anos, com investimentos em tecnologia.

“A modernização não ficou restrita a Belém e chega também às regionais de Altamira, Castanhal, Marabá e Santarém. Fortalecendo o interior, facilita a investigação de drogas de abuso, sintéticas, de materiais brutos para combater o tráfico de drogas. E também as substâncias ilícitas em que é feita a toxicologia dos materiais biológicos. Aumentamos a nossa produção de laudos em mais de 45% e ao modernizar, nós facilitamos. A máquina não substitui o perito, pois a análise final é do perito criminal. Com as técnicas e metodologias apresentadas a ele, o resultado sai mais rápido”, comenta o diretor.

Os inquéritos são solucionados mais rapidamente com os laboratórios funcionando 24 horas por dia, garantindo uma resposta melhor à sociedade. 

Em 2021, os peritos do Laboratório de Toxicologia realizaram 9.982 análises de drogas de abuso, o que corresponde a 832 procedimentos por mês. Deste número, a maioria das substâncias analisadas corresponde à cocaína com 51,33%, maconha e ecstasy com 0,49%.

Na atuação das análises em drogas de abuso, Belém possui o maior número de procedimentos com 5.001, o que corresponde a 50,1% do número total, ou a média de 417 análises por mês. Seguindo a ordem, as Unidades da Polícia Científica de Castanhal, Marabá e Santarém fizeram 20,35%, 9,25% e 7,97%, respectivamente, dos 9.982 procedimentos. A lista segue com Abaetetuba 4,37%, Bragança 3,33%, Altamira 2,05%, Itaituba 1,85%, Tucuruí 1,80%, Parauapebas 1,09% e Paragominas 0,93%.