Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE

Projeto Mãozinhas: Abelardo Santos será Hospital referência para as cirurgias corretivas de defeitos congênitos

Por Governo do Pará (SECOM)
30/06/2022 19h39

Lançado pelo Governo do Estado do Pará nesta quinta-feira (30), o Projeto Mãozinhas, vai trazer às crianças paraenses que possuem algum tipo de deformidade nas mãos ou membros superiores, a chance de tratamento cirúrgicos, por meio do serviço público Estadual. As intervenções serão feitas, a partir de julho, em Belém, no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), localizado no distrito de Icoaraci. O projeto é uma ampliação do Programa de Cirurgia Ortopédica na Infância, que já alcançou a marca de 600 procedimentos feitos no HRAS, desde setembro de 2020.

A nova linha de Cuidados para o Tratamento de Deformidades Congênitas das Mãos será voltada aos pacientes com anomalias craniofaciais e deformidades congênitas e adquiridas de membros superiores. O Projeto objetiva, ainda, tratar de patologias que podem ser satisfatoriamente reparadas na infância e acabam desenvolvendo deficiências físicas definitivas na fase adulta, resultando na perda da qualidade de vida, na força produtiva e na autoestima da pessoa com deficiência. Neste primeiro momento, serão feitas 10 intervenções cirúrgicas mês.   

Durante o lançamento, o governador do Estado, Helder Barbalho, falou sobre os avanços da Saúde Pública no Pará. “Trabalhamos com a estratégia das especialidades, trazendo à população, especialidades médicas que não eram oferecidas antes. São vidas sendo transformadas, e isso só é possível, através do trabalho e do desempenho de todos os profissionais que atuam conosco, os médicos, profissionais da saúde, os Hospitais”, enfatizou.

Helder Barbalho ainda acrescentou a importância do Hospital Abelardo Santos dentro do contexto da saúde no Estado. “Quando assumimos, nossa prioridade era concluir e entregar as obras. E entregamos vários hospitais e Policlínicas. E depois, nos deparamos com os desafios da pandemia. Em 48 horas, viramos a chave do Abelardo Santos, saindo do atendimento da maternidade e de outras especialidades, para ser pronto-socorro de covid. E se não fosse isso, teríamos tido uma das maiores mortalidades do Brasil. Mas agimos rápido e foram salvas muitas vidas”, ressaltou o chefe do Executivo Estadual. 

Transformação- Entre os pacientes alcançados com o programa cirúrgico no HRAS, está Pedro Manoel Fayal. Ele nasceu com o pé torto congênito, e com apenas 2 anos e seis meses de vida, já passou por três intervenções no Abelardo Santos. “Se não fosse esse programa, hoje, talvez, o Pedro, ainda estivesse da mesma forma. Nossa família não tem condições para esse tratamento. Mas, foi tudo tão rápido e da melhor qualidade. Agora, Pedro vive normalmente, brinca e é uma criança super alegre”, disse Joelma Fayal, tia de Pedro.

Raylla Yasmim, de 6 anos, também foi alcançada com o projeto. Com poucos meses de vida, um tumor apareceu em seu pé. Desde então, enfrentou muitas dificuldades. “Procuramos saber o que era, o médico disse que não era maligno e tinha de operar. Uma vez, uma amiguinha da escola zombou do pé dela. Isso a deixou com complexo. Não usava mais sandálias. Procuramos ajuda e esse programa vem como uma benção. Ela foi operada no HRAS com sucesso e, agora, fará fisioterapia. Foi uma conquista”, contou Ruth Conceição, avó de Raylla.  

Programa-  Para o diretor do Regional Abelardo Santos, Marcos Silveira, a ampliação do Projeto já é motivo de comemoração. “Iniciamos as cirurgias ortopédicas na infância, em setembro de 2020. E, de lá pra cá, já fizemos mais de 600 cirurgias. Iniciamos com 30 por mês, veio a pandemia, suspendemos, depois retornamos, e hoje, já são 50 mensais. Com o Projeto Mãozinhas, o serviço será ampliado aos membros superiores, proporcionando, assim, a melhora na qualidade de vida de muitas crianças. Inicialmente, serão mais 10 intervenções ao mês”, frisou o gestor.

Os primeiros atendimentos serão feitos nos ambulatórios do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR). Após a avaliação do especialista, as crianças serão direcionadas ao HRAS, para o procedimento cirúrgico. Atualmente, o programa atende mais de 30 anomalias. “Atendemos crianças de todas as faixas etárias e com as mais diversas patologias do sistema músculo esquelético, pé torto, luxação de quadril, cotovelo, todas as doenças que abrangem crianças. Então temos conseguido mudar a vida de várias famílias, tudo isso, graças a iniciativa do Governo do Estado”, acrescentou o ortopedista Renato Arraes, coordenador do programa.

O cirurgião da mão, ortopedista e traumatologista, Rui Barros, que ficará à frente das intervenções do Projeto Mãozinhas, explicou que todas as deformidades hereditárias ou não, como ausência de dedos, dedos unidos, dedos multiplicados, poderão ser atendidas. “São crianças que não conseguem se alimentar, escovar os dentes, mexer no cabelo, fazer a sua higiene, porque as mãos não funcionam. Quando vão para escola não conseguem escrever, tendo dificuldade para serem alfabetizadas”, detalhou.

As cirurgias são de risco médio. “Não estamos trabalhando com estruturas nobres, mas estamos trabalhando com as extremidades dos membros, então são cirurgias complexas, mas de risco médio. Temos uma meta de 40 crianças a nível de ambulatório", completou o especialista. Para Rui, o programa vem, ainda, atender uma questão social e psicológica. “E essas crianças acabam sendo discriminadas quando ingressam na escola e isso afeta dramaticamente a parte psicológica, e como elas não conseguem escrever são motivo de bullying infelizmente. E para entrar no mercado de trabalho eles teriam que escrever, usar tablet, computador e com deformações acentuadas isso não seria possível, então até para o ingresso no mercado de trabalho é difícil”, completou Rui Barros.

O HRAS é uma unidade pública administrada pelo Instituto Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).