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PLANO SAFRA 2022/2023

Projetos da Emater podem injetar R$ 450 milhões na agricultura familiar paraense

Com o acionamento de linhas de apoio, as famílias, associações e cooperativas têm suporte financeiro e técnico para iniciar novas atividades

Por Governo do Pará (SECOM)
01/07/2022 12h00

De julho de 2022 até fim de junho de 2023, os projetos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) podem movimentar a agricultura familiar paraense com cerca de R$ 450 milhões no ano agrícola 2022/2023. 

O balanço é feito sobre os recursos federais do Plano Safra 22/23, cujas diretrizes entram em vigor nesta sexta-feira (1º), e no cruzamento com dados do Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Proater) do órgão nas 12 regiões de integração e nos 144 municípios. 

O Proater é um instrumento de gestão elaborado a cada ano pelos escritórios e pela Diretoria Executiva (Direx), para planejamento de ações imediatas, incluindo a parceria com crédito rural com agentes financeiros, sobretudo bancos. Para os 12 meses seguintes, a previsão é de em torno de 10 mil projetos. 

De 2019 até o momento, a Emater triplicou o número de convênios nesse sentido: se antes o trabalho conjunto era com o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Brasil (BB), atualmente existe aliança oficial também com Banco do Estado do Pará (Banpará), Caixa Econômica Federal (CEF), Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob Transamazônica) e Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi).   

Com o acionamento de linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) em parceria com agentes financeiros, as famílias, associações e cooperativas têm apoio financeiro e técnico para iniciar novas atividades, tanto quanto melhorar e expandir atividades já típicas nas propriedades e comunidades. 

Em um território continental e realidades que se distinguem de ponto a ponto, o incentivo percorre empreendimentos tais quais sistemas agroflorestais (safs) para recuperação ambiental de áreas alteradas, pecuária sustentável, modernização da cadeia de mandioca e extrativismo de açaí, entre outros. 

Os contratos individuais variam de R$ 3 mil a mais de R$ 1 milhão e contemplam necessidades específicas de grupos como mulheres, jovens, assentados da reforma agrária, ribeirinhos, pescadores e indígenas. 

Conforme o diretor técnico da Emater, Paulo Lobato, “o momento do Plano Safra é sempre de muita expectativa, porque representa além de mera disposição de recursos: trata da viabilidade de aplicação, por exemplo no contexto de alta de insumos e de taxas de juros”, explana. Segundo ele, a dinâmica dos agricultores com aporte para custeio e investimento permite “tecnologia, desenvolvimento, abastecimento do mercado e mais qualidade de vida para todos”, afirma. 

Mudança de vida

Com crédito rural por meio de projeto elaborado pelo escritório local da Emater em Bagre, no arquipélago do Marajó, e contrato com o Banco da Amazônia (Basa), em 2020 a extrativista de açaí Janete Faria, 38 anos, conseguiu limpar área e manejar 10 hectares nativos do seu sítio, à margem esquerda do Rio Pimental. 

O processo de utilização de mais de R$ 25 mil do Pronaf Floresta, com acompanhamento técnico da equipe da Emater, dobrou a produtividade na safra seguinte e, em efeito, dobrou também a renda. 

Separada e com dois filhos jovens - Irailson, de 20 anos, e Iraneide, 17 anos -, Janete diz que “a vida mudou. E está mudando, no rumo do melhor”, anuncia. Com mais dinheiro, ela comprou o primeiro freezer da casa, “tão sonhado”, para armazenamento de alimentos do cotidiano, e um motor mais potente para a rabeta, veículo do qual a família depende para se deslocar. 

“Hoje estamos comendo melhor, andando melhor, produzindo mais açaí e um açaí mais gostoso. É uma chance que temos de trabalhar com mais dignidade e com mais esperança”, avalia.  

O responsável geral por Crédito Rural na Emater, Thiago Leão, destaca que a atuação da Emater é uma etapa de “humanização” das políticas públicas: “São números e estratégias que viram histórias e sentimentos. O projeto da Emater transforma a perspectiva de um montante em uma prática verdadeira, dentro do bioma Amazônia e suas particularidades, com públicos diversos e paisagens próprias”, resume. 

Texto: Aline Miranda/Ascom Sedap