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Marabá sedia 8º Encontro Regionalizado Temático do Pará 2050

Por Bianca Buenaño (SEPLAD)
16/04/2024 13h56

Pensando em um futuro com desenvolvimento sustentável, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad), iniciou nesta  terça-feira (16), mais um Encontro Regionalizado Temático para a construção do Pará 2050, desta vez no município de Marabá, região de integração Carajás. Durante o evento estão sendo discutidas e definidas a visão de futuro e ações estratégicas que serão implementadas na região de integração Carajás. 

O secretário regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, destaca a importância de ter um Governo integrado que ouça e planeje junto com a população. 

“Não se faz um Governo isolado da voz das ruas, da voz da população. O Pará sempre viveu esse dilema. A nossa região estava mais distante das decisões, mais distante da capital, sempre viveu a descida das decisões tomadas em Belém, mas hoje a gente percebe que o Governo mudou, que ouve e constrói junto com o povo, por isso ele participa, e não é à toa que temos algumas ações efetivas aqui em Marabá, como a instalação da Usina da Paz. Que possamos estar juntos para construir esse grande projeto de desenvolvimento, visando não só o hoje, mas o amanhã, até 2050, dentro dessa mesa de debate que o Governo do Estado possibilitou”, esclareceu o secretário.

A RI Carajás é composta por 12 municípios: Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Marabá, Palestina do Pará, Parauapebas, Piçarra, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e São João do Araguaia. As principais atividades na região são, produção de pecuária, indústria extrativa, indústria de transformação, agricultura, atividades imobiliárias, entre outras.

Socorro Castro, diretora de Planejamento Estratégico da Seplad, explica quais são os principais objetivos do Para 2050, e também a relevância da participação da sociedade civil organizada. “O Pará 2050, desde o início, foi pensado em ser uma construção coletiva. Não se faz um planejamento de Estado, e não só de Governo, apenas com atores públicos. Temos que trazer todos os atores sociais que são representativos e que possam contribuir para o desenvolvimento do Estado. Dentre os objetivos do Pará 2050 temos como fim, a melhoria dos indicadores sociais, mudar o nosso Índice de Educação Básica (Ideb), mudar a nossa taxa de pobreza, a ampliação da base produtiva e competitividade econômica, verticalização, diversificação da produção, a melhoria da distribuição das riquezas nos territórios, a promoção da sustentabilidade ambiental da produção e entre outros”, explicou Socorro Castro.

O objetivo do encontro é observar os macros desafios educacionais, econômicos e ambientais da região e os demais entraves que retardam o desenvolvimento, para assim propor ações que auxiliem a superação através da implementação de políticas públicas alinhando o plano as transformações do mundo e da sociedade para que seja um documento em sintonia com as mudanças na dinâmica global e propiciar condições efetivas para a atração de investimentos privados e públicos.  

“É uma grande honra participar desse momento, dessa construção. A gente participou da Escuta Social, onde nós tivemos a oportunidade de falar sobre as nossas necessidades, as nossas demandas. A gente está na região sul-sudeste do Pará, uma região que há muito tempo não tínhamos a presença de governo, e hoje a gente conta com isso. Então participar da construção do nosso futuro, que é o Pará 2050, é fundamental para que a gente mantenha as nossas demandas com políticas assertivas e efetivas em toda a região”, contou Gilmara Neves, vice-presidente do Conselho Estadual da Mulher do Estado do Pará.

Investimentos para o Estado -  De acordo com o relatório consolidado da avaliação situacional das 12 regiões de integração feita pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), para viabilizar o potencial de investimento do Estado do Pará, é preciso realizar grandes investimentos em sua infraestrutura física, abrangendo transportes, energia e comunicações, além de investimentos sociais em educação, saúde e saneamento. O desenvolvimento das cadeias produtivas minerais requer ações institucionais que promovam a articulação interorganizacional para a implantação de Arranjos Produtivos Locais (APLs) voltados para setores minero-metalúrgicos e metalomecânicos.

Os sistemas logísticos multimodais podem ser empregados para fomentar a verticalização de produtos agrícolas e minerais, enquanto as unidades de produção agropecuária necessitam de apoio institucional para investimentos na formação e consolidação de complexos agroindustriais. A pesca e a aquicultura exigem ações de apoio financeiro e tecnológico, enquanto o comércio e os serviços requerem modernização da gestão e qualificação da mão de obra em diversos níveis. Por fim, o turismo e a economia criativa demandam estudos de potencial de mercado, profissionalização e qualificação dos operadores.

“A Codec em suas ações finalísticas objetiva a Implantação e Revitalização de Áreas Econômicas, a Promoção do Estado para a Atração de Investimentos Econômicos e o Estímulo ao Desenvolvimento Local por meio de ações conjuntas aos municípios do Estado. Assim, a participação da Codec no Planejamento do Governo do Estado no âmbito do Pará 2050 permite a inclusão de ações voltadas para a verticalização das cadeias produtivas do Estado do Pará, dos produtos da Bioeconomia e da expansão da oferta de novas áreas industriais”, contou Vitor Hugo, Assessor de Estratégia e Relações Institucionais da Codec. 

Nilma Maneschy, consultora da Fadesp, explicou como está funcionando a metodologia para construção da visão de futuro das regiões de integração. “Nós estamos aqui na região Carajás, onde vamos fazer uma análise estratégica para identificar, juntamente com todos os parceiros envolvidos, os stakeholders, que são as potencialidades, as forças e as fraquezas, dentro do ambiente interno, que é o ambiente da região de integração, com a participação de representantes de todos os municípios. E o ambiente externo, aquilo que eles vislumbram como oportunidade, e aquilo que pode ameaçar e dificultar a operacionalização do plano, tudo isso para que juntos possamos construir a visão de futuro. Após nossa análise, debatemos aquilo que a região tem como forças e fraquezas, a gente passa para o desenho da visão de futuro, que é o destino. Onde todos vão poder enxergar o mesmo alvo para alcançar nesse horizonte temporal aí dos 25 anos, que é 2050, o destino, a mudança, a transformação para essa região. Após a definição da visão de futuro da região, discutimos as ações que estão alinhadas com o planejamento que foi iniciado no final de fevereiro, onde a visão de futuro regionalizada está totalmente alinhada com a visão de futuro do Pará 2050. E aí, a gente passa a desenhar a partir dos objetivos já definidos, todas as ações estratégicas específicas para essa região de integração”.

A região Carajás apresenta inúmeros pontos positivos, como: indústria de extração e transformação mineral (com ênfase no minério de ferro, cobre e manganês), destaque na produção pecuária (bovinos, ovinos equinos e suínos), na fruticultura (principalmente mamão, manga, banana e melancia) e de café, PIB per capita mais de quatro vezes superior à média estadual, estrutura econômica com concentração expressiva no setor industrial, que compõe mais da metade do PIB, e no setor de comércio e serviços, e parque científico, com universidades públicas (Uepa, Unifesspa, IFPA e Ufra).

Algumas das projeções de potencialidades para a região focam na expansão da indústria extrativa mineral e na verticalização de suas cadeias produtivas, intensificação das atividades agropecuárias e agroindustriais, desenvolvimento de fornecedores de bens e serviços industriais, consolidando a região como um grande polo de comércio e serviços, grandes obras no setor logístico, destacando a Ferrovia Paraense, o derrocamento do Pedral do Lourenço e a duplicação da ferrovia que transporta a produção mineral da região até o Porto de Itaqui e expansão da pecuária de corte e da produção de laticínios.

“Eu participei da Escuta Social que ocorreu no segundo semestre do ano passado, e agora, neste segundo momento, estou aqui para contribuir com o Estado no desenvolvimento de políticas públicas e estratégicas na região de Carajás. E como da área da saúde, eu vejo a importância do Estado supervisionar, fomentar as iniciativas de saúde dos municípios, nossas realidades do interior do Pará são muito diversas. Torço muito para que o Estado consiga fomentar as políticas públicas que já estão postas para que elas sejam executadas da melhor maneira. E como médica e professora da Universidade de Estado do Pará, eu venho com os meus alunos de medicina, os nossos futuros médicos, trazer responsabilidade social como cidadã para que a gente possa, no interior do Pará, ter uma saúde de qualidade, acessível, com um olhar de equidade para as vulnerabilidades, fomentando o que é mais importante a nível de rede de atenção à saúde, que é a atenção primária à saúde”, disse Lorena Agrizzi, médica.

Partindo do diagnóstico dos encontros, os eixos de atuação serão tratados levando em consideração cada dinâmica local, para que as forças sejam potencializadas e os maiores desafios sejam abordados com base em critérios técnicos, preservando a identidade local. Logo após o planejamento avançará para a penúltima fase que envolverá a elaboração do caderno de projetos estratégicos, seguido pela conclusão do plano com a implantação do modelo de governança e gestão multissetorial. O próximo encontro será realizado na região da integração Marajó, no município de Breves.