Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
NATUREZA

Mangal tem trabalho de Falcoaria com aves rapinantes sem condições de retorno à natureza

Por Fernanda Scaramuzini (Pará 2000)
19/04/2024 08h00

Desde 2020 o Parque Zoobotâncio Mangal das Garças vem desenvolvendo um trabalho de acolhimento de aves de rapina, machucadas ou órfãs, que chegam ao local por meio dos órgãos ambientais. Muitas dessas aves apresentam fraturas, principalmente nas asas ou pernas, são cegas ou chegam ainda muito filhotes, sem condições de sobreviver na natureza, e, por isso, precisam ficar definitivamente sob cuidados profissionais dentro do Mangal.  Com o intuito de proporcionar bem-estar para estes moradores permanentes, o Parque está incorporando a arte da falcoaria no manejo das aves, uma prática milenar para desenvolver relação de confiança entre o ser humano e o rapinante.

Segundo Camilo Gonzáles, médico veterinário do Parque, a falcoaria permite um manejo mais tranquilo e uma maior liberdade para que a ave possa expressar seus comportamentos naturais, dentro das limitações que cada uma possui. Um exemplo disto é o trabalho desenvolvido com o gavião de cauda branca (Geranoetus albicaudatus) conhecido como Alba. 

“Quando filhote, o Alba sofreu uma fratura de asa que o impossibilitou de voltar para a natureza, mas hoje, com o trabalho da falcoaria, ele pode voar livremente dentro do Parque com o acompanhamento de um falcoeiro experiente, em quem ele confia e a quem ele retorna no final do treinamento diário. Sendo uma ave, mesmo machucada, é muito importante esta possibilidade que a falcoaria proporciona dela voar, se exercitar, tomar um banho de sol, sentir o vento e até de praticar suas habilidades de caça”, explica Camilo.

Além do bem-estar das aves, outro resultado positivo desse trabalho é a utilização dessas aves nos projetos de educação ambiental que ocorrem no Mangal, nos quais o público pode ver de perto essas aves e conhecer mais sobre a história e curiosidades de cada uma delas. De terça a sexta-feira, os visitantes podem acompanhar a rotina de alguma das 8 rapinantes moradoras do parque, sendo 6 corujas e 2 gaviões. 

O Mangal também vem ministrando cursos curtos de capacitação na falcoaria para instituições que trabalham com essas aves e que buscam aprimorar seus protocolos de manejo. São instituições que desenvolvem um importante trabalho na preservação da fauna regional como o Hospital Veterinário de Animais Silvestres da UFPA, o Bosque Rodrigues Alves e a Liga de Animais Silvestres da Unama, e que por meio destas capacitações conseguem melhorar o bem-estar dos indivíduos que já estão sob seus cuidados e os que podem chegar. 

“O resultado dessa troca de conhecimento entre instituições é um avanço no trabalho conjunto da região em prol da conservação da nossa fauna amazônica”, finaliza González.   

Confira a programação diária do Mangal:

08h30 – Alimentação das Iguanas 

09h – Apresentação mini rapinantes (de terça a sexta-feira)

10h - Soltura de Borboletas 

 10h30 - Alimentação das tartarugas no lago 

 11h - Alimentação das Garças 

 11h15 - Voo do Gavião Alba 

 15h - Alimentação das Garças 

17h – Passeio das Corujas (de terça a sexta-feira)

 17h30 - Alimentação das Garças

Os espaços monitorados do Mangal das Garças também poderão ser visitados, como o Viveiro das Aningas, Reserva José Márcio Ayres (Borboletário), o Farol e o Museu da Navegação. O ingresso pode ser adquirido na bilheteria, no valor de R$ 7,00. O Parque funciona de terça-feira a domingo, das 8h às 18h e fecha às segundas-feiras para manutenção. 

Serviço:
 Mangal das Garças, rua Carneiro da Rocha, bairro da Cidade Velha, Belém.

Com informações de Camilo Gonzáles