Semas promove primeira Mesa Executiva do Açaí no Brasil
Iniciativa promove a escuta do setor produtivo para encontrar soluções que possam contribuir com a cadeia produtiva estadual

Nesta segunda-feira (20), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) promoveu a primeira Mesa Executiva do Açaí no Brasil. O evento, que contou com a presença de mais de 40 participantes do setor privado e acadêmico, além de organizações, é uma iniciativa inédita para transformar e elevar o setor do açaí, uma das principais cadeias produtivas estaduais, por meio de uma escuta do setor produtivo. A intenção é entender os gargalos e entraves da cadeia usando uma metodologia desenvolvida no Peru - chamada Mesas Executivas.
Durante a reunião de engajamento e apresentação do projeto, foram tratados benefícios como o aumento da produtividade, a melhoria da qualidade do produto, a ampliação do volume de exportações e o fomento ao desenvolvimento sustentável. O objetivo é não apenas consolidar e ampliar a presença do Pará no mercado global, mas também transformar o açaí em um motor de desenvolvimento econômico para a região.
"A metodologia aberta de aprendizagem territorial que adotamos no Programa Regulariza Pará respeita a autonomia e as formas de organização social das comunidades. Respeita o processo decisório livre, prévio e informado com a condução definida pela comunidade tradicional, inclusive quanto à definição da lista nominal de comunitários que comporá o CAR/PCT do território. Todo o processo de construção e discussão é fundamental, pois reforça processos históricos de luta por direitos territoriais coletivos e valoriza recursos naturais e culturais das comunidades. Estamos muito felizes em apoiar o território quilombola de Siricari”, afirma Rodolpho Zahluth Bastos, secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas.

O espaço construído busca deliberar com encontros mensais que visam diagnosticar gargalos, estimular a inovação e o acesso a novos mercados. Inspiradas em práticas internacionais, as Mesas Executivas buscam fortalecer as empresas brasileiras no cenário mundial, por meio de articulações que favoreçam a competitividade e sustentabilidade das cadeias produtivas locais.
O conceito das Mesas Executivas é formado por três componentes principais: a vanguarda produtiva, composta por líderes empresariais com vasta experiência no setor; a equipe de gestão, responsável pela coordenação dos trabalhos; e a equipe de apoio, composta por técnicos que auxiliam a desenhar estratégias de implementação.
O modelo das Mesas Executivas já mostrou sua eficácia em 2024, com a implementação da Mesa Executiva de Exportação da Castanha-do-Pará. O programa gerou um aumento de mais de 424% nas exportações de castanha e dobrou a participação das empresas em eventos internacionais, consolidando a experiência como um sucesso a ser replicado no setor do açaí.

A secretária adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bermeguy, destacou a importância das mesas como um ponto de convergência. "Nosso papel, como Estado, é catalisar esse processo e garantir que ele gere impactos reais, inclusive orientando políticas públicas. Mas, isso só acontece se houver participação ativa do setor privado, com representantes que conhecem os desafios do cotidiano, para, nas Mesas, buscarmos soluções conjuntas que fortaleçam toda a cadeia produtiva".
O projeto quer aprimorar a cadeia produtiva do açaí, e também destacar o potencial do produto na transformação da biodiversidade em uma oportunidade econômica. "As mesas executivas ajudam a virar a chave: mostram que os produtos da floresta não são apenas importantes para comunidades ou meio ambiente — são também uma oportunidade econômica real", comentou Salo Coslovsky, professor da Universidade de Nova York, que conduziu parte da apresentação.
Raul Protázio, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, ressaltou a relevância da Mesa Executiva do Açaí, como um marco na busca pelo desenvolvimento sustentável da região. "Com a criação da Mesa, estamos reforçando o compromisso do Estado com a bioeconomia. Este modelo de governança inovadora, em parceria com o setor privado, será fundamental para elevarmos o Pará como exemplo no mercado global de açaí, ao mesmo tempo em que promovemos práticas sustentáveis e de desenvolvimento local", afirmou.
A Mesa Executiva do Açaí segue com a abertura das inscrições para que as empresas participem da iniciativa, que proporcionará encontros mensais.
Com o apoio do Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA) e do Projeto Amazônia 2030, a ação está alinhada ao Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio).