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Médicos do Hospital Jean Bitar alertam para uso consciente das 'canetas emagrecedoras'

Originalmente desenvolvidos para o controle do diabetes tipo 2, medicamentos devem ser utilizados com acompanhamento profissional

Por Marcelo Zeno (HJB)
30/05/2025 12h36

Os medicamentos conhecidos popularmente como “canetas emagrecedoras” – que incluem os análogos de GLP-1 e, mais recentemente, os análogos duplos de GLP-1 e GIP – têm ganho popularidade no tratamento da obesidade. Originalmente desenvolvidos para o controle do diabetes tipo 2, estudos clínicos comprovaram sua eficácia também no combate ao excesso de peso, levando à ampliação de suas indicações. 

No Brasil, estão aprovados para o tratamento da obesidade a liraglutida (comercializada como Saxenda ou Victoza) e a semaglutida (presente nas marcas Ozempic, Rybelsus e Wegovy). A mais recente novidade no mercado é a tirzepatida, da marca Mounjaro, que tem chegada prevista ao país no fim de maio. Embora, por enquanto, tenha indicação formal apenas para diabetes, estudos clínicos mostram resultados promissores para o tratamento da obesidade.

Diante deste cenário, a endocrinologista do Hospital Jean Bitar (HJB), Emanuelle Pantoja, explica que essas medicações são indicadas para pacientes com diabetes que também apresentem sobrepeso ou obesidade, e também para pessoas com índice de massa corporal (IMC) a partir de 27, desde que associadas a comorbidades como hipertensão, colesterol alto ou o próprio diabetes.

Endocrinologista do Hospital Jean Bitar (HJB), Emanuelle Pantoja destaca que medicação exige avaliação clínica

“É realizada avaliação clínica criteriosa, considerando peso, altura e composição corporal. Essas doenças são crônicas e exigem acompanhamento contínuo. O uso das medicações deve sempre estar atrelado ao cuidado médico, pois são tratamentos de longo prazo, que controlam, mas não curam a obesidade”, ressalta a médica.

A nutricionista do HJB, Isadora Cordeiro, reforça a importância do acompanhamento profissional durante o uso desses medicamentos, especialmente pelos efeitos colaterais que podem afetar a digestão e a alimentação do paciente.

Nutricionista do HJB, Isadora Cordeiro reitera a alimentação equilibrada e prática de atividade física para a perda de peso

“É essencial aumentar a ingestão de água, já que esses medicamentos podem causar desidratação por reduzirem o fluxo intestinal. Também orientamos a inclusão de fibras solúveis, presentes em frutas, verduras e legumes, e fibras insolúveis, como as da aveia e da linhaça. Além disso, é recomendada a ingestão de proteínas magras, com baixo teor de gordura. Tudo isso deve estar associado a uma alimentação equilibrada e prática regular de atividade física”, destaca a nutricionista.

Programa Obesidade Zero: referência no tratamento da obesidade no Pará

O Hospital Jean Bitar é referência no tratamento da obesidade no Estado do Pará, por meio do programa Obesidade Zero, uma iniciativa do Governo do Estado, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Lançado em setembro de 2020, o programa oferece cirurgias bariátricas gratuitas, além de acompanhamento clínico e suporte multidisciplinar aos pacientes.

Belenense Jéssica Matos, de 32 anos, fez a cirurgia bariátrica no HJB e saiu de 135 kg para 100 kg

Aprovação - Entre os usuários beneficiados com esse programa, está Jéssica Matos, 32 anos, dona de casa, da cidade de Belém, que fez sua cirurgia bariátrica no HJB há sete meses. Ela relembra que chegou a pesar 135 kg, antes de entrar no programa Obesidade Zero. Atualmente ela está com 100 kg e disse que pretende chegar a 70 kg.

“Eu decidi fazer a cirurgia bariátrica porque descobri que estava pré diabética, com gordura no fígado e com obesidade grau 3. Depois que eu fiz a cirurgia muita coisa mudou e tenho recebido todo apoio do HJB, onde todo mês tenho retorno com médicos, psicológico, nutricionista e outros especialistas. Eu diria para outras pessoas que é uma caminhada longa, mas que final você não se arrepende e fica feliz com o resultado,” concluiu a paciente.

Dados - Desde 2020, quando o programa foi lançado, até o final do primeiro trimestre de 2025, mais de 2.031 cirurgias bariátricas já foram realizadas, beneficiando pacientes de diferentes regiões do estado. O programa garante uma abordagem completa, com avaliações clínicas, exames, consultas e suporte no pré e pós-operatório, promovendo qualidade de vida e bem-estar aos participantes.

Serviço: O Hospital Jean Bitar pertence à rede de saúde pública do Governo do Pará, e é administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

O HJB presta assistência em média e alta complexidade na área ambulatorial e hospitalar para usuários transgêneros, e em clínica médica e cirúrgica para pacientes com doenças metabólicas e gastrointestinais. A unidade fica na Rua Cônego Jerônimo Pimentel, nº 543, no bairro Umarizal, em Belém.

 Texto de Marcelo Zeno/ Ascom HJB