Setur apoia criação da Instância de Governança Regional para impulsionar o turismo

Representantes dos Conselhos Municipais de Turismo de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara receberam nesta sexta-feira (30) o plano de ação dos conselhos locais, marcando mais um passo na construção inédita de uma Instância de Governança Regional (IGR) para a Região Turística de Belém. A cerimônia simbólica foi realizada na sede do Sebrae, reunindo autoridades estaduais e municipais, além de representantes do setor privado.

A IGR será uma organização mista, formada por órgãos públicos e privados, com a missão de articular ações estratégicas para o desenvolvimento turístico da região. A iniciativa segue as diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo (PRT), do Ministério do Turismo.

A formação da instância conta com o apoio conjunto da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e do Sebrae, que atuam de forma complementar. À Setur cabe mobilizar os atores locais, articular com gestores municipais, orientar tecnicamente e garantir que a governança esteja alinhada às políticas públicas estaduais e federais. O Sebrae, por sua vez, contribui com ações de fortalecimento do empreendedorismo e qualificação dos envolvidos, buscando estruturar uma base sólida para a atuação da IGR com foco em desenvolvimento sustentável e geração de oportunidades.

“Juntos, Setur e Sebrae impulsionam a criação de IGRs mais estruturadas, participativas e com maior capacidade de implementar políticas e projetos regionais de turismo”, destacou Hugo Almeida, gerente de Estruturação dos Destinos Turísticos da Setur e interlocutor estadual do PRT.

Durante o encontro, o secretário adjunto da Setur, Lucas Vieira, compartilhou experiências bem-sucedidas como a do FortXingu, consórcio formado por dez municípios do Xingu e da Transamazônica, e anunciou um aporte estadual de R$ 100 mil para apoiar a estruturação da IGR de Belém. O recurso será destinado à produção de material promocional e à execução de ações conjuntas entre os municípios.

“O que vocês estão fazendo aqui é de suma importância. Uma IGR é um catalisador que une diversos atores para o desenvolvimento da região e uma oportunidade de mostrar as diversas experiências amazônicas”, afirmou o secretário.

Entre os municípios participantes, Marituba se destaca pelos atrativos de natureza, como balneários, trilhas, observação de aves e cicloturismo na unidade de conservação Refúgio de Vida Silvestre, além de restaurantes rurais. Segundo o diretor de Turismo local, David Souza, a expectativa é de que a nova governança traga benefícios concretos. “Vamos poder compartilhar experiências e estruturar ações conjuntas”, comentou.

Os próximos passos incluem a formalização dos compromissos entre os municípios, definição de responsabilidades, estruturação da entidade jurídica e início da execução das ações previstas no plano. A meta é obter o reconhecimento da IGR junto ao Ministério do Turismo, o que permitirá a inclusão da região no Mapa do Turismo Brasileiro.

Hugo Almeida enfatizou que o sucesso do projeto depende do envolvimento coletivo. “A construção de uma IGR começa com o engajamento de prefeituras, empresários, associações e lideranças locais. É essencial o diálogo entre os municípios para definir interesses comuns e promover uma gestão integrada do turismo.”

O reconhecimento no Mapa do Turismo é estratégico: em poucos anos, o Pará passou de 21 para 75 municípios cadastrados na categoria mais alta do programa federal, que representa a principal porta de acesso a investimentos e políticas públicas no setor.

Cleber Gomes, interlocutor estadual do PRT na Setur, destacou o protagonismo do Pará na regionalização do turismo, processo iniciado no estado ainda nos anos 1990. “O turismo é o resultado do que as pessoas fazem com suas vidas. A política pública serve para que ele funcione bem e traga benefícios reais à população local, gerando emprego, renda e melhorando a qualidade de vida.”

Gomes também reforçou a importância da COP 30, que será realizada em Belém em 2025, como uma vitrine internacional para o estado. “Temos a chance de nos consolidar como a porta de entrada da Amazônia. Nosso desafio agora é promover integração e colaboração entre todos os envolvidos no setor.”