Alunos de música do CIIR celebram inclusão e cultura regional e encantam público em Ananindeua
Apresentação integrou o show “Parananin: cantando e dançando a tradição, o amor e a cultura”, que reuniu música, inclusão e valorização da cultura paraense

O Grupo Diversom, formado por alunos assistidos pelo Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), subiu ao palco do Teatro Municipal de Ananindeua pela primeira vez, no último domingo (1º), durante o espetáculo “Parananin: cantando e dançando a tradição, o amor e a cultura”. Com um repertório recheado de ritmos como carimbó, xote e lundu, a apresentação encantou o público, que lotou o teatro para prestigiar o evento.
A apresentação teve caráter formativo, permitindo aos alunos vivenciar de perto os bastidores de um espetáculo. Além do momento no palco, eles participaram da rotina e da pré-produção do evento, aprendendo na prática o que é fazer cultura em um espaço profissional.
A participação do grupo musical foi resultado das atividades desenvolvidas durante a Oficina de Música do CIIR. Segundo o professor de música do Centro, Messias França, a apresentação representa uma conquista inédita e significativa. “O Grupo Diversom, formado pelos nossos educandos, realiza sua primeira apresentação no Teatro Municipal de Ananindeua. Foi a primeira vez, em sete anos de história do CIIR, que um grupo de educandos participa de uma apresentação em um teatro – e ainda dividimos o palco com o tradicional Grupo de Manifestação Parafolclórica Parananin”, celebra o profissional.

Messias destaca que levar os alunos a um palco profissional é uma forma de reconhecer e valorizar sua produção artística e cultural. “Acredito que participar desses ambientes é fundamental, pois nossos educandos são pertencentes, fazedores de cultura. Poder acompanhar o desenvolvimento artístico deles, mesmo diante de tantas barreiras, é extremamente gratificante. Essa experiência também mostrou como as metodologias diferenciadas, pensadas para as particularidades de cada um, têm gerado resultados concretos e emocionantes”, pontua o professor. “Vivenciar tudo isso foi mágico! Tenho certeza de que o Diversom ainda levará o nome do CIIR a muitos outros palcos”, conclui Messias França, que atua com o ensino de música para Pessoas com Deficiência (PcD) no CIIR.
Participantes – Entre os destaques do grupo estava Whesley Thayrone, de 16 anos, usuário com Transtorno do Espectro Autista (TEA), assistido pelo CIIR desde os 9 anos. Acompanhado da mãe, a autônoma Renê Canelas, ele relatou com entusiasmo sua experiência.
“Eu gostei bastante de me apresentar aqui porque aprendi muito. Já me apresentei em outros espaços, mas hoje foi a primeira vez que me apresentei em um teatro. Eu toquei as maracas, no ritmo do lundu. Esse é o resultado de muito estudo com o professor Messias França. Foi muito divertido também”, contou Whesley.

A parte musical do espetáculo ficou sob a condução de Lucas Alek, de 24 anos, usuário com deficiência visual, assistido pelo CIIR desde 2022. Lucas assumiu os vocais durante a apresentação do xote, acompanhado pela mãe, Maria do Socorro, no ganzá. Outros familiares também participaram ativamente da apresentação, como René Semíramis e Iracema Bezerra, no ganzá; Ryan Sanches, no agogô; Whesley Pimentel, no maracá; Antônio Vitor, na meia-lua; Ádle Nascimento, no curimbó; e o próprio professor Messias França, no violão.
Público – Na plateia, o espetáculo encantou. Juliana Brandão, mãe do pequeno Miguel Oliveira, de 10 anos, foi uma das primeiras a chegar ao teatro. Para ela, a valorização da cultura local e a inclusão caminham lado a lado: “Eu sou amante da cultura e valorizo muito desde criança, porque fazer cultura em nosso país demanda muitos desafios e apoio do poder público. Quando a gente sabe que tem ali um show com inclusão, que mostra que a cultura é para todos, é nosso dever prestigiar e apoiar”, ressaltou.
Além das apresentações do tradicional Grupo de Manifestações Parafolclóricas Parananin, o espetáculo contou ainda com participação do Arraial do Pavulagem, que levou seus chapéus coloridos, alegria, filas e muita dança ao palco.
Ao reunir ritmos como carimbó, xote e lundu, o evento reafirmou a importância da arte como ferramenta de inclusão e socialização. Com entrada gratuita e classificação livre, a noite foi um verdadeiro encontro entre tradição, diversidade e cidadania.

Estrutura – O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às pessoas com Deficiência (PCDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido é analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema Estadual de Regulação (SER).
Serviço: O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Ele funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.
Texto: Tarcísio Barbosa - Ascom/CIIR