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Governo do Estado promove qualificação sobre educação ambiental com uso de jogos digitais

De forma estratégica, a oficina fortalece o acesso a práticas pedagógicas baseadas em jogos colaborativos, com demonstrações e debates

Por Giovanna Abreu (SECOM)
31/05/2025 10h58

Cada vez mais os jogos digitais são reconhecidos como ferramentas estratégicas e aliadas à educação e à conscientização ambiental, sobretudo, de crianças e jovens. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), realiza, em parceria com o Instituto Cultural da Dinamarca (ICD), uma oficina de formação sobre o uso do jogo digital ‘PoN! A Ilha dos Tatus’, para cerca de 80 professores e alunos da rede pública estadual, no Centro de Inovação e Sustentabilidade da Educação Básica (Ciseb), em Belém.

Estudante Thaiany Lima, do 1° ano da escola Cordeiro de Farias: "A gente sabe que a questão ambiental é urgente"

A união da tecnologia, da ludicidade e da reflexão provocada pelo jogo encantaram a estudante Thaiany Lima, 15 anos, do 1° ano da Escola Estadual Marechal Cordeiro de Farias, participante da oficina. “A gente sabe que a questão ambiental é urgente, e desde as aulas sobre o assunto, entendemos a importância desse cuidado com o nosso planeta. Aprender mais sobre o tema jogando é muito mais legal, fácil e interessante”, conta. 

Considerada uma ferramenta inovadora para o ensino de educação ambiental, a experiência do jogo conecta o universo digital ao currículo escolar, com apoio de um kit pedagógico completo disponível em português e espanhol. De forma estratégica, a oficina foi oferecida para fortalecer o acesso a práticas pedagógicas baseadas em jogos colaborativos, com demonstrações, experimentações e debates. 

Anders Hentze (em pé) é o diretor do Instituto Cultural da Dinamarca no Brasil

“Financiado com o apoio da União Europeia, o jogo é fruto de um processo cocriativo intercultural, que a gente tem muito orgulho. Estamos muito felizes de plantar essa semente em parceria com a Seduc aqui no Pará. Aliar tecnologia e aprendizado gera maior engajamento tanto dos professores, como dos alunos. Muitas pesquisas mostram o potencial interessante desses jogos, inclusive, para criar maior identificação e empatia com o tema abordado, que nesse caso, é o meio ambiente”, pontua Anders Hentze, diretor do ICD no Brasil. 

Professora de Educação Ambiental da Escola Estadual Lauro Sodré, Elany Barros, que também participou da oficina, reforça que a temática deve ser transversal a todas as disciplinas e a escola possui papel fundamental nessa formação. “Os alunos precisam entender que eles são protagonistas no enfrentamento às mudanças climáticas. Dentro da escola, nós desenvolvemos várias atividades práticas para que desenvolvam a consciência ambiental. Trazer a tecnologia como aliada ao processo de educação é muito importante. Os nossos alunos já nasceram nessa época do digital, são nativos digitais, e é necessário que a gente utilize esses recursos para fortalecer o aprendizado”, diz. 

JOGO - Desenvolvido com base no livro Política da Natureza, do filósofo francês Bruno Latour, o PoN é um jogo gratuito disponível para Android e iOS. O material já é utilizado em redes públicas no Brasil e na Colômbia, tendo sido apresentado na COP16 como referência internacional em educação ambiental. 

A consultora educacional do projeto, Tainá Felix, explica que o jogador é um tatu-bola que precisa desrobotizar máquinas que ameaçam o ecossistema de seu habitat natural e destroem a natureza. Quando ameaçados, os tatus se fecham e formam uma ‘bolinha’ – e é neste formato que eles atuam e se defendem. 

“O jogo aborda questões climáticas de uma forma lúdica, com um projeto pedagógico consistente, e disponibiliza um kit que pode servir, inclusive, de auxiliar para os professores e mediadores. Esse é um passo importantíssimo, sobretudo, para a rede pública do Pará, porque pensar educação ambiental na cidade da COP 30, é pensar o quanto a gente pode construir valores de educação ambiental com tecnologia e pensada para ambientes de aprendizagem, com o apoio da comunidade escolar como um todo, enquanto agentes multiplicadores”, reforça Tainá.

O Pará é pioneiro na garantia de um componente curricular obrigatório de sustentabilidade. Por meio da Seduc, a Educação Ambiental é lecionada desde o primeiro bimestre de 2024, em todas as etapas do ensino, de forma obrigatória nas escolas estaduais, podendo ser aderido nas municipais. A partir do componente, já surgiram projetos, trabalhos escolares, ações, entre outras atividades que comprovam os bons resultados da implementação da educação ambiental na escola paraense, resultando em histórias de jovens agentes multiplicadores e protagonistas

CISEB - A realização da oficina no Ciseb reforça o papel estratégico do novo centro como polo de formação, inovação e sustentabilidade dentro da política educacional do estado. Aderilson Parente, professor integrante da equipe de implantação do centro, destaca a importância do espaço. “O Ciseb nasceu com esse objetivo de trabalhar com a educação digital e oferecer para o Estado, alunos e professores, diversas possibilidades, seja de mentoria, qualificações, trilhas formativas, robótica, inteligência artificial e muito mais”, finaliza.