COP30 terá espaço dedicado ao setor agro com participação da Sedap e Embrapa

De fundamental importância para a segurança alimentar, o setor agropecuário terá um espaço próprio de discussão durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro deste ano. A “AgriZone” — ou “zona do agro” — funcionará na sede da Embrapa Amazônia Oriental, e contará com a participação ativa da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), representando o Governo do Pará na “Casa da Agricultura Sustentável”.

Na última sexta-feira (6), representantes da Sedap e da Embrapa se reuniram para formalizar a parceria entre as instituições no planejamento e execução das atividades voltadas para a COP30. Durante o encontro, realizado na sede da secretaria, foram discutidas ações para o fortalecimento de sistemas produtivos sustentáveis e o avanço da agropecuária paraense, com foco em produtividade para grandes e pequenos produtores.

O titular da Sedap, Giovanni Queiroz, anfitrião da reunião, anunciou que na próxima semana representantes da secretaria visitarão o espaço de 3 mil hectares da Embrapa, que está sendo adaptado para abrigar a AgriZone.

“É importante termos essa parceria. Vamos visitar o espaço físico para definir nossa estrutura e garantir um ambiente adequado para receber visitantes e mostrar o que estamos fazendo em prol do meio ambiente, tanto no Pará quanto no mundo”, afirmou o secretário.

Segundo ele, a parceria com a Embrapa será intensificada para que o conhecimento técnico da instituição seja cada vez mais incorporado nas ações do governo. Queiroz destacou ainda que o Estado oferece arranjos produtivos voltados especialmente para o pequeno produtor, com culturas regionais como açaí, cacau e dendê.

“A COP30 discute meio ambiente, sequestro de carbono e sua fixação, e tudo isso passa pelo agro. Sem ele, não há captação de carbono. A Embrapa é fundamental na transformação da economia agropecuária do Brasil. Somos líderes mundiais na produção de alimentos graças à tecnologia desenvolvida por ela, que permite a adaptação dos diversos arranjos produtivos à nossa região tropical”, declarou.

Durante a reunião, os representantes da Embrapa conheceram detalhes do programa ABC+Pará, que busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na agropecuária paraense por meio de práticas agrícolas sustentáveis. A Embrapa já participa de ações relacionadas às metas do programa, previstas até 2030, como lembrou o coordenador do plano, Tiago Catuxo.

A Embrapa foi representada pelo diretor de Governança e Informação, Alderi Emidio de Araujo, que está em visita ao estado. Ele esteve acompanhado da assessora da diretoria, Fernanda Beserra Evaristo Carvalho; do chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos; e do pesquisador Adriano Venturieri.

Para Emidio, a parceria entre Embrapa e Governo do Pará é essencial para impulsionar a transformação sustentável da agropecuária estadual.

“Uma aliança com a Sedap é fundamental para avançarmos em temas estratégicos, aproveitando o potencial do Pará para alcançar novos patamares de produção, com qualidade e sustentabilidade. A mensagem que o Pará deve levar à COP30 é a de um estado que está produzindo com responsabilidade ambiental e baixas emissões de carbono, superando seus desafios com tecnologia e inovação”, afirmou.

Ele também defendeu uma articulação com instituições privadas e públicas para fortalecer a agricultura e a pecuária no estado. “Há tecnologia disponível. Podemos, juntos, construir um Pará cada vez mais sustentável e com um setor agropecuário forte”, reforçou.

Além do secretário Giovanni Queiroz, participaram da reunião o diretor agropecuário da Sedap, Marcos Grande; o coordenador do Programa Territórios Sustentáveis e do Plano ABC+Pará, Tiago Catuxo; e a coordenadora do Programa de Incentivo à Indicação Geográfica e Marcas Coletivas do Estado, engenheira agrônoma Márcia Tagore.