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Em Altamira, Adepará entrega certificados de registro para mais duas agroindústrias de chocolate da região do Xingu

Já são quatro as agroindústrias de chocolate certificadas com selo artesanal pela Agência de Defesa na região.

Por Rosa Cardoso (ADEPARÁ)
28/06/2025 11h51

A maior vitrine para os chocolates produzidos na região da Transamazônica e Xingu, o Festival Internacional do Cacau e do Chocolate – Chocolat Xingu, realizado em Altamira, também tem servido como palco para apresentar marcas de chocolate em barra que conquistaram o selo de produto artesanal vegetal, concedido pelo Governo do Estado, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará).

Nos municípios de Brasil Novo e Altamira, quatro agroindústrias familiares já foram autorizadas pela Adepará a processar o cacau em fábricas instaladas nas próprias propriedades. A produção é baseada, em grande parte, em sistemas agroflorestais sustentáveis, que aliam cultivo de cacau orgânico à preservação da floresta.

Com o apoio da Adepará e de parceiros institucionais, a produtora Irandi Frutuoso apresentou pela primeira vez no festival a marca Frutuoso, que leva o nome da família e utiliza matéria-prima oriunda de uma plantação com 7 mil pés de cacau. Foram dois anos de trabalho para erguer a pequena fábrica na propriedade, onde hoje ela transforma 4 toneladas de cacau por safra em barras, nibs e bombons.

“Foi uma roça construída com esforço de toda a família, e agora estamos colhendo os frutos. Agradeço à equipe da Adepará, que nos orientou durante todo o processo para tornar essa fábrica uma realidade”, declarou Irandi, a terceira produtora com agroindústria certificada pela agência em Brasil Novo, município que possui mais de 1.400 produtores de cacau cadastrados.

Governador do Pará Helder Barbalho e a vice Hana visitaram o estande da Adepará e conheceram os produtos com selo artesanal na região

Durante o Fórum da Cacauicultura da Transamazônica e Xingu, realizado dentro da programação do festival, Irandi recebeu das mãos dos servidores da Adepará o certificado de registro da agroindústria. A empresária Rosângela Ozawa, da Ozawa Chocolates, também foi contemplada com a certificação oficial.

Segundo o fiscal agropecuário Pedro Araújo, a Adepará atua desde 2017 com o programa Artesanal Vegetal, que inicialmente contemplava polpas e farinhas, e agora avança sobre o setor de chocolates.

“Esse reconhecimento é fundamental para garantir a procedência sustentável dos produtos feitos com cacau da Amazônia, obedecendo critérios higiênico-sanitários. A transformação da amêndoa em chocolate agrega valor e fortalece a economia local”, pontuou.

Os fiscais agropecuários da Adepará também participaram como palestrantes no painel sobre o Selo da Produção Artesanal nas Fábricas de Chocolate, destacando a importância da certificação para impulsionar o desenvolvimento regional.

“É gratificante ver, no coração da Amazônia, pequenas fábricas funcionando e verticalizando a produção. É o reflexo de muito esforço físico, técnico e financeiro”, afirmou Lucionila Pimentel, diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará.

Um dos destaques do painel foi a empreendedora Jiovana Lunelli, do Cacau Xingu, primeira agroindústria de chocolate registrada no Pará com o selo artesanal. Jiovana destacou a importância da certificação estadual e do reconhecimento pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

A vice Hana Ghassan é servidores da Adepará no festival do cacau e chocolate em Altamira

“O Cacau Xingu foi o primeiro da Transamazônica a entrar na vitrine do MDA como produto da agricultura familiar. Ter um produto certificado é garantir que estamos entregando algo seguro e de qualidade. Buscamos a Adepará justamente para validar isso”, explicou.

Jiovana agora se prepara para representar o Xingu na COP30, em novembro, em Belém. Ela criou uma linha especial de chocolates inspirados na conferência climática, com foco na origem sustentável do cacau cultivado em sistemas agroflorestais.

“Queremos mostrar que a agricultura familiar da Amazônia tem potencial, sim, para apresentar produtos competitivos e certificados. Chegou a hora de parar de vender só amêndoas e começar a transformar, gerar valor, emprego e qualidade de vida. Nosso chocolate tem história, rastreabilidade e sabor único”, afirmou.

Durante o evento, os visitantes podem conhecer os produtos das agroindústrias locais no estande da Adepará, onde também estão sendo prestadas orientações sobre o registro de produção artesanal. A equipe da regional de Altamira, que cobre oito municípios produtores de cacau, também realiza ações educativas nos portos, rodoviária e aeroporto, reforçando as medidas de prevenção contra a Monilíase, doença que ainda não está presente no Pará graças ao trabalho contínuo de vigilância agropecuária.

Entrega de certificados para as agroindústrias artesanais de chocolate durante o Fórum da Cacauicultura

O Chocolat Xingu segue até domingo (29), no Centro de Eventos de Altamira, com entrada gratuita. A iniciativa é promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), e pela Prefeitura de Altamira.