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Protagonismo feminino marca Festival Internacional do Chocolate e Cacau em Altamira

Evento destaca, pelo quarto ano consecutivo, o papel das mulheres na produção de cacau e chocolate, com a presença de indígenas, ribeirinhas e empreendedoras do agro

Por Rose Barbosa (SEDAP)
29/06/2025 15h24
As mulheres da etnia Yudjá se uniram para o lançamento do Chocodjá, tirando um sonho do papel

A quarta edição do Festival Internacional do Chocolate e do Cacau de Altamira chega ao fim neste domingo (29), reforçando mais uma vez a força e o protagonismo das mulheres na cadeia produtiva do cacau. Realizado no Centro de Convenções Vilmar Soares, o evento reúne 140 estandes com expositores de diversos municípios da região, e destaca, em especial, o trabalho de empreendedoras que atuam no campo e na floresta.

É o caso de Joelma Menezes e Sônia Duarte, que enfrentaram a longa distância entre as vilas Tancredo Neves e Maguari, no município de São Félix do Xingu, até Altamira, para apresentar os produtos fabricados pela Associação das Mulheres Produtoras de Polpas de Frutas (AMPPF), da qual fazem parte. A cooperativa reúne 46 mulheres e mantém uma agroindústria que fornece merenda escolar por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

No estande do grupo, os visitantes podem conhecer produtos derivados do cacau e frutas nativas da região, como a “gulosa” — fruta típica de São Félix do Xingu, de sabor agridoce, cultivada em Sistemas Agroflorestais (SAFs) em consórcio com o cacau. No festival, ela aparece em versões de geleia, licor e polpa.

As mulheres mostram a força do protagonismo feminino no agro no Chocolat Xingu.

“Apresentar nossos produtos é mostrar a força do trabalho feminino. Antigamente, as mulheres dependiam muito dos maridos. Hoje, cada uma tem sua renda, sua independência”, afirma Joelma.

Mulheres indígenas também ganham espaço

O festival também dá visibilidade às mulheres indígenas da região do Xingu. Um dos destaques é o “Chocodjá”, chocolate produzido pela Associação Indígena Juruna Tubyá, localizada no ramal do Picadinho, na região do povo Asurini. A marca é resultado do esforço de quatro mulheres da etnia Yudjá (Juruna), que se uniram para profissionalizar e fortalecer a produção do próprio cacau e chocolate.

Presidente da associação, Irasilda Fernandes Juruna celebra a conquista. “A produção do chocolate nos trouxe uma nova fonte de renda. Chocodjá é uma mistura do nosso povo com o chocolate. Com o apoio da Norte Energia, conseguimos tirar esse sonho do papel e lançar nosso produto no festival”, conta.

As mulheres da AMPPF percorreram uma longa distância até Altamira para mostrar os produtos fabricados por 46 integrantes.

Valorização da mulher no agro

O secretário estadual de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Giovanni Queiroz, que visitou os estandes do festival, destacou a importância do protagonismo feminino no setor.

“Esses produtos representam mais do que sabores e aromas — eles trazem a história, a luta e a força das mulheres do agro. É geração de renda e autonomia feminina materializadas em cada embalagem”, afirmou.

Para o gestor da Sedap, o festival foi mais uma vez um sucesso de público e de negócios. “Encerramos mais uma edição com casa cheia, boas vendas e muito orgulho do que foi apresentado por nossos produtores e produtoras. Todos estão de parabéns”, concluiu.

Mulheres apresentaram produtos inovadores, como estes feitos com golosa, uma fruta típica de São Félix do Xingu.

Serviço- O Chocolat Xingu encerra neste domingo às 21h no Centro de Eventos Vilmar Soares, na avenida Jader Barbalho, bairro Sudam II, em Altamira.