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Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) incentiva economia solidária

Em Belém, Semana Estadual da Agricultura Familiar destaca roda-de-conversa com estudantes de escola pública e mulheres microempreendedoras

Por Ascom (Governo do Pará)
24/07/2025 10h32

Na Usina da Paz Terra Firme, em Belém, o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) reuniu 60 estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Mário Barbosa e mulheres microempreendedoras do entorno para conversar sobre Economia Solidária. O evento, na quarta-feira (23), abordou o conceito que trata de um conjunto de práticas sociais e econômicas baseadas em autogestão, cooperação e distribuição igualitária de benefícios e vantagens. 

A ação compõe a programação da 1ª Semana Estadual da Agricultura Familiar, que o Governo do Pará promove nos 144 municípios paraenses, por meio da Emater, até sexta-feira (25), em alusão a 25 de julho, Dia Mundial da Agricultura Familiar.

De acordo com o condutor da roda-de-conversa, o engenheiro agrônomo Jader Moura, especialista em Gestão Pública e Agronegócio e mestre em Ciências Agrárias, o momento contribuiu para aproximar públicos vulneráveis da periferia da capital.

Participaram jovens e mulheres, e o foco é a proposta de modelo de negócios que não visa ao lucro por si só: mas o desenvolvimento sustentável, a coletividade e oportunidades e resultados justos nas relações comerciais: “A economia solidária é uma alternativa ao capitalismo vertical. O modo como produzimos e consumimos constrói a história e repercute nos quadros de pobreza, violência urbana, qualidade de vida, preservação do meio ambiente. Quando incentivamos os pequenos empreendimentos, muitos dos quais resgatam e continuam ancestralidade e tradição, estamos agindo pela inclusão social e pela dignidade humana”, resumiu Jader Moura. 

Estudante Wendyla Felizardo, de 16 anos, aluna do 1º ano do Ensino Médio, afirma que juventude deve lutar por dias melhores

Para Wendyla Felizardo, de 16 anos, aluna do 1º ano do Ensino Médio, produzir, vender e comprar dentro da lei, com valores acessíveis e diversidade, é um “direito”: “Eu sinto que hoje em dia é muito difícil ter boas condições de trabalho, conseguir adquirir o que precisamos para as nossas necessidades, porque tudo é caro e o sistema é explorador”, relata. 

A adolescente pretende cursar Direito e se tornar advogada criminalista, impactada com um acontecimento familiar: “Meu tio foi preso e condenado sem o devido processo legal, a meu ver, e isso ocorreu porque é preto e pobre. Eu acho que nós sofremos muito racismo e preconceito. A juventude está aí para mudar o cenário”, considera. 

Empreendedorismo 

Josele Reis trabalha com cosméticos naturais

Participando do diálogo guiado pela Emater, a microempresária Josele Reis, de 36 anos, proprietária do salão-de-beleza Studio Josele Reis, na Rua 2 de Junho, na Terra Firme, e criadora da marca de cosméticos artesanais Fiel Aliança, buscava informações sobre estratégias mercadológicas para um blend capilar voltado para a clientela afrodescendente.

“É um mix de nove óleos naturais, de formulação exclusiva, concebida por mim: uso, por exemplo, folha de goiaba e quiabo inteiro. O blend concretiza minha vivência de mulher preta, de cabelo crespo, curvatura 4A [uma classificação universal de cachos referendada por cabeleireiros], que sempre alisou o cabelo pra ser ‘aceita’ e há algum tempo assumiu sua beleza de cachos definidos”, explica Josele Reis. 

Uma das expectativas sobre o apoio da Emater é a divulgação do produto e da marca em feiras e festivais que contemplem as realidades de comunidades quilombolas, terreiros de religiões afrodescendentes e movimentos sociais negros. Em 2022, a Emater instituiu uma Política interna de Direitos Difusos e Coletivos (PICD), a fim de contextualizar a assistência técnica e extensão rural (ater) pública aos povos tradicionais de matrizes africanas e terreiros (Potmas). 

Texto de Aline Miranda