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Hospital Regional da Transamazônica é cenário de amor na melhor idade

Dona Ana, 80 anos, tem companhia inseparável enquanto se recupera

Por Governo do Pará (SECOM)
26/07/2025 12h59

Quem disse que é tarde para conhecer o amor da vida? Dona Ana Araújo da Silva, 80 anos, que o diga. A altamirense é casada com seu Francisco Albuquerque de Souza, 63, faz pouco mais de cinco anos. E não tem tempo ruim. Ela foi internada para tratar uma hérnia e aguarda cirurgia. Seu Francisco está sempre do lado, dando o apoio que a “princesa”, como ele chama, tanto precisa.

Quer saber como esse casal se conheceu? Senta que lá vem história. Um dia, dona Ana cuidava da casa quando viu o moço passando na rua. Isso se repetiu algumas vezes. Ela mesma confessa que estava de olho no seu Francisco fazia tempo. “Eu já tinha costume e gostava de ver ele”. Quando os dois tiveram a oportunidade de conversar, foi paixão à primeira vista. Dona Ana estava viúva do segundo marido e seu Francisco tinha acabado de se separar. É aí que vem um detalhe no mínimo inusitado. Seu Francisco era casado com a neta da dona Ana. “Tá tudo em paz. Não deu certo com ela aí ele caiu no meu espinhaço”, conta dona Ana, às gargalhadas.

- Dona Geralda tem na neta Fernanda o apoio que precisa neste momento

Essa história, que daria um baita roteiro de filme, tem como ninho o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, sudoeste do Pará. Enquanto a aposentada aguarda cirurgia, o amado não sai de perto. Ele é quem serve água e ajuda na hora da refeição. O afeto é nítido e sempre tem aquele beijo pra deixar tudo ainda mais romântico. “Eu gosto dela, eu amo ela. Às vezes eu preciso sair rápido para comprar alguma coisa, mas fico preocupado, sempre ligando para saber como está, se já comeu”, admite.

Estar perto de quem se ama faz bem. Para pacientes representa conforto e afeto, e, quando esse paciente é idoso, ter uma companhia contribui diretamente na recuperação. Quem explica é a psicóloga do HRPT, Fernanda Lago. “É resiliência emocional diante de situações adversas com o processo de adoecimento. Uma dose de afeto ajuda psicologicamente no tratamento”, enfatiza.

- Seu Francisco chama a esposa de ’’minha princesa’’

Começar uma nova vida a dois na chamada melhor idade tem sido algo mais comum do que a gente possa imaginar. Estima-se que no ano passado foram mais de 75 mil casamentos entre pessoas acima dos 60 anos no Brasil. Nesse 25 de julho, Dia Dos Avós, Alessandra Pompeu, médica da Clínica Geral, responsável por 9 pacientes nessa faixa etária, enfatiza que “o idoso que tem um familiar presente tem uma melhora muito maior e até um estímulo de alta”. E esse estímulo não precisa ser o marido ou a esposa.

Como já sabemos, a companhia inseparável de dona Ana no hospital é seu Francisco. Já dona Geralda tem na neta o afeto de que precisa enquanto se recupera. “É bom porque a gente se sente melhor”, conta a aposentada. “Sempre estou aqui com a vó, para cuidar”, responde Fernanda Eduarda, a neta.

Seja o parceiro ou a parceira que você conheceu e se casou, ou a neta que está sempre perto para ajudar, não sobram dúvidas de que nossos avós merecem atenção, e quando estão doentes podemos ser parte do remédio que eles precisam. “Falando no Dia dos Avós, a gente tem situações em que os netos crianças vêm na visita. Para os avós é uma bênção”, finaliza a médica Alessandra Pompeu.

Texto: Rômulo D'Castro