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Exposição 'Semeando a Vida' é prorrogada até o fim de agosto no Planetário do Pará

Mostra apresenta animais como aliados na reconstrução de ecossistemas e como inspiração para as boas práticas sustentáveis

Por Monique Hadad (UEPA)
29/07/2025 10h09
As visitas estão disponíveis para o público escolar, mediante agendamento, mas também durante a programação aberta ao público, em geral

Despertar um olhar sensível e científico sobre os animais dispersores de sementes - como cutias, antas, aves e peixes -, agentes fundamentais na regeneração das florestas e na manutenção da biodiversidade amazônica. Esta é a proposta da exposição “Semeando a vida: como ocorre a dispersão de sementes na Amazônia", uma iniciativa conjunta do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e do Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA) “Sebastião Sodré da Gama”. Inicialmente prevista para encerrar em junho passado, a mostra foi prorrogada e poderá ser visitada no CCPPA até o dia 30 de agosto. 

As visitas estão disponíveis para o público escolar, mediante agendamento, e também durante as programações abertas ao público, em geral. Para conhecer a exposição, não há a necessidade de agendamento prévio, as visitas ocorrem nas quartas-feiras, das 14h30 às 17h30 (entrada gratuita), e aos sábados, das 8h30 às 11h30 (ingresso a R$10,00 e meia-entrada a R$5,00). Crianças de até seis anos não pagam, bem como pessoas com direito às gratuidades previstas em lei. Professores e estudantes pagam meia-entrada, mediante comprovação.

As estagiárias da área de Biologia, Giselly Leitão e Rapahela Conde, são monitoras do Centro de Ciências e Planetário do Pará

A exposição reforça o compromisso do Centro de Ciências e Planetário do Pará com a educação ambiental e a divulgação científica. Para o diretor do CCPPA, José Roberto Alves da Silva, a mostra é uma oportunidade de despertar o interesse do público sobre a atuação dos animais dispersores de sementes, além de fortalecer o intercâmbio entre o MPEG e o CCPPA.

“A prorrogação da exposição, no Centro de Ciências e Planetário do Pará, em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi, proporcionará ao nosso público visitante a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre a dispersão de sementes, pelos animais ‘jardineiros’ que contribuem para a manutenção das florestas. A parceria com o MPEG demonstra-se muito importante para a disseminação do conhecimento científico e fortalecimento entre as instituições. Esta tem sido uma exposição atraente para o público, bem como, mais um espaço para a sensibilização da importância da preservação da floresta, neste tempo de preparação para a COP 30”, destaca o diretor.

Exposição é uma iniciativa conjunta do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e do Centro de Ciências e Planetário do Pará

Conforme o coordenador de Museologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, Emanoel Fernandes Junior, na exposição, os animais são apresentados como “aliados invisíveis na reconstrução de ecossistemas e como inspiração para práticas sustentáveis”. O coordenador reforça que a mostra convida o público, especialmente os jovens, a “compreender os ciclos da natureza e a importância da interdependência entre espécies, saberes e territórios, incentivando o protagonismo das novas gerações na construção de futuros mais conscientes e resilientes".

Encantamento

As estagiárias da área de Biologia, Giselly Leitão e Rapahela Conde, são monitoras do Centro de Ciências e Planetário do Pará e costumam apresentar a exposição “Semeando a vida: como ocorre a dispersão de sementes na Amazônia". Os animais em exposição são o principal atrativo para o público, segundo Raphaela. “O que atrai mais os visitantes são os animais, principalmente a anta, que costumam perguntar se é adulta ou filhote. A arara, o tucano e a cotia também chamam a atenção. Eu explico como ocorre a dispersão de sementes – seja por meio dos animais, do vento ou da água – utilizando exemplos como o buriti, o algodão e a semente de samaúma. Também gosto de explicar sobre a dispersão feita por humanos, como, por exemplo, por meio da castanha-do-Pará e outras sementes”, detalha.

Aluna Ana Clara Freitas, de 13 anos, também conferiu a exposição durante a visitação escolar

Giselly Leitão complementa que os monitores abordam a importância das sementes para ampliação da biodiversidade das plantas. “É possível ter contato com ouriços e sementes de plantas como samaúma, babaçu e andiroba”. Ela ressalta que o público demonstra interesse pela participação das aves na disseminação de sementes. “Os visitantes perguntam, principalmente, sobre a estrutura do bico das aves, bem como o funcionamento do trato digestivo. Por exemplo, o bico da arara e do tucano são diferentes, o que demonstra aspectos diferentes de alimentação”, explica.

Estudante Eros Gabriel Vilhena aprovou a proposta da exposição e disse que a disciplina de biologia é a favorita nos estudos

O estudante Eros Gabriel Vilhena, de 14 anos, se encantou com as aves apresentadas na exposição. Ele visitou a mostra na manhã da última sexta-feira, 25, junto à turma do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Parque Bolonha, de Belém. “Eu gostei dos animais, principalmente das aves. Achei bacana poder vê-las de perto”, comentou.

Eros contou que a disciplina de Biologia é a sua preferida. A aluna Ana Clara Freitas, de 13 anos, também conferiu a exposição durante a visitação escolar: “Achei interessante, até porque são animais de verdade. Foi a primeira vez que vi essas espécies. Eu não sabia que elas dispersavam sementes e achei isso maravilhoso”.

A visita à mostra provocou entusiasmo e aprendizado, como ressalta a professora de Língua Portuguesa, Suely Lobato, que acompanhou os estudantes. “A exposição é muito interessante. Os alunos ficaram muito empolgados com os animais e também é importante a divulgação de como acontece a disseminação das sementes, um conhecimento que muitos disseram que não tinham. Eu gostei bastante”, afirmou.

Tal conhecimento é, segundo a técnica em Biologia do CCPPA, Fernanda Barros, “um dos processos mais fascinantes da natureza”. Ela explica que, ao longo de milhares de anos, as plantas desenvolveram variadas adaptações evolutivas, para espalhar a vida no planeta. “Essa dinâmica natural mantém as florestas vivas e diversas, contribui para o reflorestamento, protege a biodiversidade e ainda auxilia no combate às mudanças climáticas. Cada nova árvore desempenha um papel fundamental na absorção do gás carbônico e na regulação do clima”.

Estudantes posam para foto após a visita à mostra 'Semeando a Vida' que tem gerado entusiasmo e aprendizado 

Serviço

Exposição “Semeando a Vida: como ocorre a dispersão de sementes na Amazônia”.

Até o dia 30 de agosto, no Centro de Ciências e Planetário do Pará, localizado na Rodovia Augusto Montenegro, s/nº, km 3 - Mangueirão, Belém. 

Aberta ao público às quartas-feiras, das 14h30 às 17h30 (entrada gratuita), e aos sábados, das 8h30 às 11h30 (ingresso a R$10,00 e meia-entrada a R$5,00).