Governo do Pará orienta pessoas idosas e com deficiência a se protegerem de crimes virtuais
Projeto promove capacitação sobre segurança virtual e prevenção de golpes financeiros

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos do Pará (Seirdh), iniciou nesta segunda-feira, 18, na UsiPaz Cabanagem, o projeto “Proteja+ a Pessoa Idosa e com Deficiência no Ambiente Virtual”, voltado à prevenção de crimes cibernéticos e à promoção do uso seguro da tecnologia entre idosos e pessoas com deficiência.
Inspirado no “Viva Mais Cidadania Digital”, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o projeto busca adaptar e aplicar boas práticas de inclusão digital com foco na realidade local, oferecendo rodas de conversa, palestras e materiais informativos. O principal objetivo é capacitar os idosos e pessoas com deficiência para identificar e se proteger de golpes cada vez mais comuns em canais digitais como WhatsApp, redes sociais, e-mails e ligações telefônicas. O projeto também visa ampliar o conhecimento sobre os canais de denúncia e os direitos das pessoas idosas e com deficiência frente às violências patrimonial e financeira.
A frequentadora da UsiPaz Cabanagem, Nice Viana, de 67 anos, contou que já passou por uma situação difícil ligada a crimes virtuais. Certa vez, recebeu um telefonema comunicando sobre um suposto sequestro de sua filha e pedindo uma quantia em dinheiro em troca. Porém, dias antes, ela teria assistido a uma reportagem com orientações sobre o assunto e soube identificar que se passava de um golpe.
“Eu gostei muito dessa iniciativa porque já passei por isso. Eu gosto muito de assistir a essas palestras. A gente aprende muito, a gente é bastante orientada. Por exemplo, eu não sabia certos endereços, onde devemos nos dirigir para fazer denúncias e hoje nós tivemos essas informações”, enfatizou.
Já Maria Benedita, de 64 anos, também frequentadora da UsiPaz Cabanagem, não teve a mesma sorte. Ela caiu em um golpe que lhe gerou, além de prejuízos financeiros, vários transtornos em busca da solução que ainda não obteve. Ela acredita que se tivesse assistido a palestra do Proteja+ antes, a história seria diferente. “Eu gostei muito desse encontro aqui hoje, porque, apesar de eu não ter redes sociais, adquiri informações até então desconhecidas da minha parte. Agora sei me prevenir e me defender. Se tivesse assistido a palestra um pouquinho antes, não teria caído no golpe”, afirmou.

Além da orientação prática, Sílvia Tavares, gerente de Proteção da Pessoa Idosa da Seirdh, ressalta que o projeto visa criar um espaço permanente de escuta e troca de experiências entre os idosos, pessoas com deficiência e os profissionais envolvidos, contribuindo para o fortalecimento da cidadania digital e para a redução da violência contra essa parcela da população. “Muitos desses golpes ocorrem porque as vítimas não têm acesso prévio ao conhecimento sobre como eles acontecem. Por isso, o Proteja+ é também uma ferramenta de empoderamento digital. Queremos que as pessoas idosas e com deficiência se sintam seguras para utilizar a tecnologia a seu favor e não com medo dela. A inclusão digital também é um direito e precisa ser tratada como parte da política de proteção e promoção dos direitos humanos”, ressalta.
Para Jacinete Teixeira, responsável pela Gerência de Pessoas com Deficiência da Seirdh, a orientação é fundamental quando se fala em prevenção. “A orientação é no sentido de sempre estar atento aos links que recebe, telefonemas de pessoas que se passam por pessoas de empréstimo, por pessoas familiares, principalmente pedindo Pix, emprestado, de pessoas conhecidas. O primeiro passo é denunciar, registrar boletim de ocorrência nas delegacias especializadas”, comenta.
O projeto “Proteja+ a Pessoa Idosa e com Deficiência no Ambiente Virtual” ainda deve passar por mais seis polos da Usina da Paz: Bengui, no dia 20, e Jurunas/Condor, no dia 27, além de Marituba, Ananindeua, Icuí-Guajará e Guamá que ainda terão as datas divulgadas.