Semas participa da apresentação de relatório estratégico sobre a Foz do Rio Amazonas
Estudo reúne propostas para ampliar conhecimento científico e fortalecer a proteção da biodiversidade na região

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), participou nesta quarta-feira (20) da apresentação do relatório “Cenários Estratégicos para a Ampliação do Conhecimento Científico e Proteção da Biodiversidade da Foz do Rio Amazonas”, realizada no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. O documento reúne diretrizes e estratégias para garantir maior proteção à biodiversidade da ecorregião, considerada de importância global.
A iniciativa é liderada pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) em parceria com o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), reunindo especialistas de diferentes instituições do Pará, Amapá, Maranhão e São Paulo, além de representantes de povos e comunidades tradicionais por meio da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas (CONFREM).
Compromisso com a ciência e a proteção ambiental
Durante a programação, o secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, destacou o papel estratégico do estudo. “Quero parabenizar o Museu Emílio Goeldi, o Instituto de Estudos Avançados da USP e todos os pesquisadores envolvidos na elaboração deste importante relatório, que serve como guia orientativo da ação pública em prol do avanço do conhecimento da ciência na Amazônia. Que seja também um documento de referência para as entidades de financiamento que apoiam a proteção dos ecossistemas amazônicos, a partir da ciência produzida na própria região”, afirmou.

A Foz do Rio Amazonas é reconhecida como uma ecorregião essencial para a regulação climática e para os processos globais de troca de carbono, sendo o ponto de encontro do maior sistema fluvial do mundo com o oceano Atlântico.
Estratégias propostas
O relatório, coordenado pela pesquisadora do MPEG, Maria Emília da Cruz Sales, e pelo professor do IEA-USP, José Pedro de Oliveira Costa, apresenta 18 estratégias voltadas à integração entre conservação ambiental, desenvolvimento sustentável e inclusão social. Entre as propostas, está a criação de um Mosaico de Áreas Protegidas Marinhas, como forma de garantir a segurança de comunidades tradicionais e da biodiversidade local.
“O relatório tem o objetivo de articular conhecimento científico, conservação e inclusão social. A participação do Estado do Pará, por meio da Semas, foi fundamental nesse processo, que é acompanhado desde o início”, ressaltou José Pedro.

O documento é resultado de dois grandes seminários realizados em Belém e São Paulo, que reuniram mais de 1.500 participantes, entre pesquisadores, gestores públicos e representantes da sociedade civil.
Para Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da USP, a construção coletiva é o diferencial da iniciativa. “Fui parte do grupo que elaborou o relatório com propostas para promover o desenvolvimento sustentável da região. Esse processo depende do envolvimento de todos os atores, em especial do Estado do Pará, que tem uma agenda de desenvolvimento fortalecida com políticas públicas estruturadas. É fundamental integrar esses esforços em uma visão abrangente, para que os cenários futuros sejam enfrentados de forma conjunta e transformadora”, avaliou.
O relatório completo está disponível no site oficial do Museu Paraense Emílio Goeldi.
Texto: Vinicius Silva e Jamille Leão/ Ascom Semas