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Povo Gavião recebe Caravana dos Povos Indígenas rumo à COP30 com debate sobre clima e futuro da Amazônia

Com forte participação de mulheres, jovens e crianças, ação promovida pela SEPI e parceiros reuniu lideranças na Terra Indígena Mãe Maria e discutiu temas como crédito de carbono e energias renováveis

Por Jaelta Souza (SEPI)
25/08/2025 20h10

A Terra Indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, foi palco de mais uma edição da Caravana dos Povos Indígenas rumo à COP30, iniciativa do Governo do Pará por meio da Secretaria dos Povos Indígenas (Sepi), em parceria com a Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) e apoiadores. A programação reuniu lideranças do povo Gavião, além de uma forte presença de mulheres, jovens e crianças, que participaram ativamente das rodas de conversa, oficinas e escutas coletivas.

O encontro ocorreu no sábado (25) e abriu espaço para que os povos indígenas pudessem apresentar suas propostas e demandas em defesa da floresta, abordando também temas estratégicos como crédito de carbono, energias renováveis e justiça climática, reforçando o papel da Amazônia na construção de soluções para o planeta.

A secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, destacou que a Caravana é uma ação histórica que coloca os povos no centro das discussões sobre o clima. “Mais uma vez, ouvimos diretamente das comunidades o quanto é urgente garantir os direitos, os territórios e a preservação da floresta. É aqui, dentro da Terra Indígena Mãe Maria, que mostramos ao mundo que a COP30 será construída com os povos indígenas como protagonistas e guardiões da Amazônia”, afirmou.

Durante a programação, o secretário adjunto da Sepi, Wiratan Sompré, reforçou a importância da participação ampla da comunidade. “A cada edição, percebemos que a Caravana vai além da preparação para a COP30. Ela fortalece as lideranças locais, dá voz às mulheres e aos jovens e traz esperança para as futuras gerações. Discutir temas como crédito de carbono e energias renováveis dentro do território é mostrar que a floresta tem alternativas reais para o desenvolvimento sustentável”, ressaltou.

A presidenta da Fepipa, Concita Sompré, lembrou que a ação é fruto da articulação conjunta entre o governo e os povos indígenas. “Estarmos juntos aqui significa que estamos construindo políticas públicas com a participação de quem sempre cuidou da floresta. Para nós, da Fepipa, é fundamental garantir que cada liderança seja ouvida e que as mulheres e os jovens estejam preparados para ocupar os espaços de decisão, levando a mensagem dos territórios para a COP30”, disse.

Entre as vozes da juventude, Tuxere da Silva, jovem indígena de 14 anos da aldeia Krijõhêrêkatêjê, ressaltou a importância da Caravana para o aprendizado coletivo. “A caravana foi muito importante para nós porque trouxe ensinamentos e explicou para quem ainda não sabia o que era a COP30. Mas o mais importante é que eles vieram nos ouvir, ouvir o que a gente tem para falar. A gente também apresentou trabalhos e deu para perceber que realmente aprendemos. Isso foi muito valioso para nós, porque significou aprendizado”, destacou.

Já Takwyiti Hompryti Valdenilson, liderança da aldeia Akrãtikatêjê, reforçou que a Caravana representa um espaço de despertar, especialmente para a juventude. “A caravana trouxe um despertar. Vendo os jovens colocarem seus pensamentos, suas perguntas e seus desejos, percebemos que eles estão falando de si mesmos. Falar de território, da floresta, da biodiversidade, dos impactos e das problemáticas globais é também falar de ser indígena e de como resistimos até hoje. Há anos fazemos a conservação da floresta e da biodiversidade. A COP30 no Brasil é uma resposta a isso. Mas fica a pergunta: como manter nosso território e nosso povo intacto? Esse encontro me deixou muito contemplada e feliz”, destacou.

Ao longo do dia, as atividades contaram ainda com a presença de caciques, anciãos, professores e comunicadores indígenas do povo Gavião, reafirmando a união das comunidades em defesa da floresta viva. A Caravana segue como uma das principais ferramentas do Governo do Pará para garantir que as vozes indígenas estejam no centro das discussões da conferência climática mundial, que será realizada em Belém, em novembro.