Pará se destaca como maior exportador do Brasil de gado bovino em pé
Segundo a Sedap, nos sete primeiros meses deste ano o Estado embarcou cerca de 370 mil cabeças de gado, o que corresponde a 64,5% do total enviado pelo mercado brasileiro. O principal destino foi a África

O Pará é o maior exportador do Brasil de bovinos em pé, conforme os dados levantados pelo Núcleo de Planejamento e Estatísticas (Nuplan) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) / Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat). Nos sete primeiros meses deste ano o Estado embarcou cerca de 370 mil cabeças de gado. O principal destino foi o Egito (36,2%), seguido do Marrocos (13,4%) e da Argélia (1,3%) – todos situados no continente africano.

Esse desempenho reafirma a liderança paraense e evidencia a crescente importância da pecuária estadual no comércio internacional de animais vivos, conforme ressaltou a coordenadora do Nuplan da Sedap, Maria de Lourdes Minssen. Somente em julho, o Estado registrou um volume exportado de 56,39 mil cabeças, representando um avanço de 40,6% em relação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido exportadas 40,10 mil cabeças.
A maior parte da produção paraense de gado vivo, como observou a coordenadora, foi direcionada aos mercados africanos e asiáticos, mas com sinais crescentes de diversificação para novos destinos.
“O Egito foi o principal comprador em número de cabeças até julho deste ano, com 134,20 mil animais, mas apresentou o menor peso médio (313,68 kg), sinalizando uma preferência por bovinos mais leves”, detalhou.
Situação semelhante ocorreu com a Arábia Saudita (16,96 mil cabeças / 319,37 kg) e a Turquia (23,68 mil cabeças / 364,47 kg), que também demandaram lotes de menor porte. Em contrapartida, os mercados do Marrocos (49,73 mil cabeças / 540,12 kg) e da Argélia (4,78 mil cabeças / 554,09 kg) destacaram-se pela importação de bovinos mais pesados, com peso médio acima de 540 kg, evidenciando preferência por animais prontos para o abate ou de ciclo mais curto de engorda, conforme explicou Lourdes Minssen.
Em termos de valor, as exportações paraenses atingiram US$ 343,87 milhões, o que corresponde a um crescimento de 69,8% frente ao mesmo período do ano anterior.

Avanço- No acumulado de janeiro a julho de 2025, o Pará exportou equivalente a 64,7% do total brasileiro, conforme repassou o estatístico João Ulisses Silva, responsável pela execução do levantamento divulgado pela Sedap. Esse volume representa um avanço de 55,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido embarcadas 238,58 mil cabeças, segundo explicou.
As exportações de bovinos em pé, nesse período, concentraram-se fortemente nos mercados da África e da Ásia, com participação da América do Sul. “Esse padrão confirma o protagonismo internacional da pecuária paraense e sua capacidade de atender diferentes perfis de demanda”, comentou o estatístico.
Na América do Sul, a Venezuela registrou 0,49% (1,80 mil cabeças) das exportações, participação ainda pequena, mas que indica oportunidades de expansão regional, complementando os fluxos já consolidados com África e Ásia.
“Esses resultados consolidam o Pará como líder absoluto na exportação de gado vivo no Brasil, reforçando sua relevância na geração de divisas, na movimentação da cadeia pecuária e na consolidação do estado como ‘player’ estratégico no mercado internacional”, avaliou o estatístico.
Principais destinos (Janeiro–Julho/2025)
• África: Egito (36,2%), Marrocos (13,4%) e Argélia (1,3%).
• Ásia: Iraque (20,8%), Líbano (14,0%), Turquia (6,4%), Arábia Saudita (4,6%) e Jordânia (2,9%).
• América do Sul: Venezuela (0,5%).
Perfil do gado exportado
• Peso médio geral: 402,9 kg.
• Mais leves: Egito, Turquia e Arábia Saudita (<365 kg).
• Intermediários: Iraque, Jordânia e Venezuela (~380–440 kg).
• Mais pesados: Líbano, Marrocos e Argélia (>500 kg).