Profissionais reforçam papel de acolhimento e orientação a familiares e cuidadores no CIIR, Natea e Cetea

Nesta quarta-feira (27), em que se comemora o Dia do Psicólogo, o Complexo de Reabilitação do Governo do Pará, que reúne o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), o Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea) e o Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea), em Belém, destaca a importância desse profissional no atendimento às pessoas com deficiência e seus familiares.

Mais do que acompanhar os usuários nas terapias, os psicólogos exercem um papel de acolhimento e orientação às famílias, que assumem a rotina de cuidadores em tempo integral.

Esse apoio tem feito a diferença para Adrielly de Jesus, 19 anos, mãe de Anthony Levy, de 3 anos, em tratamento no CIIR há quase dois anos. Ela conta que a assistência psicológica foi fundamental para enfrentar as mudanças trazidas pelo diagnóstico do filho.

“Foi aqui que tive, pela primeira vez, apoio psicológico. Consegui desabafar, aprendi a controlar minhas emoções e percebi mudanças no meu comportamento e até no desenvolvimento do meu filho”, relatou. Para ela, o suporte recebido trouxe alívio e segurança: “Hoje sei que tenho com quem contar, não me sinto sozinha”, refletiu a jovem, moradora de Tailândia, no sudeste do Pará.

A psicóloga Claudineia Lobo, que atua no grupo de estimulação precoce do CIIR e acompanha Adrielly e outros cuidadores, reforça que o suporte psicológico é essencial para que as famílias se sintam fortalecidas. “Nosso trabalho é ouvir, orientar e ajudar os cuidadores a compreender o processo terapêutico. Quando acolhemos as mães, elas ganham confiança, cuidam melhor dos filhos e de si mesmas”, explicou.

No Cetea, Wandernice Carneiro, 51 anos, mãe de Enzo, de 18 anos, também compartilha sua experiência e confirma a importância desse profissional. Segundo ela, o apoio oferecido pelo serviço torna a rotina mais leve. “Ser mãe atípica demanda uma rotina pesada, mas quando temos esse suporte percebemos que não estamos sozinhas. Esse olhar diferenciado dos psicólogos nos dá forças e nos ajuda a seguir”, destacou.

Para a psicóloga Joana Porto, especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e atuante no Cetea, o trabalho vai além das intervenções com crianças e adolescentes.

“O psicólogo precisa estabelecer vínculo terapêutico não apenas com os usuários, mas também com os cuidadores. Só conseguimos cuidar bem dos filhos quando também cuidamos das mães e pais”, ressaltou a profissional, que acompanha Wandernice e outras mães durante o Treino Parental, atividade voltada ao fortalecimento de vínculos e ao desenvolvimento de estratégias para o dia a dia.

Cuidado ampliado

O diferencial do Complexo está justamente nesse cuidado com os cuidadores. “Programas como o Programa de Atenção ao Cuidador (Proac), o Cuida Natea e o Cuida Cetea oferecem momentos de troca de experiências, dinâmicas voltadas à saúde mental, lazer e capacitação parental, sempre com foco em reduzir o estresse, fortalecer vínculos familiares e possibilitar que os cuidadores também cuidem de si”, explica a diretora assistencial do CIIR, Maria do Carmo Freitas.

O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcD) visual, física, auditiva e intelectual. O acesso aos serviços é realizado por meio de encaminhamento das unidades de saúde, via Central de Regulação Municipal, que direciona os pedidos à Regulação Estadual. O perfil do usuário é analisado pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.

Texto: Tarcísio Barbosa (Ascom CIIR)