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Fisioterapia é aliada no tratamento pediátrico no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo

Intervenção ajuda na preservação da funcionalidade e autonomia dos pacientes

Por Governo do Pará (SECOM)
28/08/2025 09h54

Indispensável durante o tratamento, a fisioterapia é uma aliada fundamental na recuperação de crianças e adolescentes em tratamento no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol). A intervenção terapêutica é indicada para auxiliar na prevenção e recuperação das limitações físicas, complicações motoras e respiratórias ocasionados pela própria doença e decorrentes de  intervenções, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

De julho de 2022 a julho deste ano, a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), gerenciada pelo Instituto Diretrizes (ID), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), realizou cerca de 100 mil atendimentos, entre consultas e sessões, que  contribuíram para a maior autonomia e restauração da funcionalidade desses pacientes. O acompanhamento é realizado em regimes de atendimento hospitalar (internação) e ambulatorial.

A fisioterapeuta Adriana Ribeiro atua com os pacientes internados e destaca que as sessões impactam positivamente na rotina do paciente ao contribuírem com as habilidades de sentar, de se locomover e na execução de atividades do dia a dia. “Atuamos na prevenção  da perda da autonomia daqueles pacientes que passam longos períodos acamados, principalmente os mais debilitados. A finalidade é amenizar os impactos físicos ocasionados pela hospitalização, preservar a força muscular e recuperar a funcionalidade dos enfermos”, afirmou.

Diariamente, são realizadas visitas nas enfermarias com o intuito de identificar de forma ágil qualquer regressão da funcionalidade ou complicações respiratórias. Em caso de anormalidade, a intervenção é imediata. “Introduzimos exercícios respiratórios e motores por meio da cinesioterapia, entre outras atividades que são desenvolvidas para estimular esse paciente a se movimentar”, explicou a fisioterapeuta.

Em condições clínicas mais graves, os pacientes são atendidos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Nesses casos, geralmente, o acompanhamento respiratório é intensificado, o foco maior é no manejo da ventilação mecânica, desde a avaliação detalhada da função pulmonar, ajuste de parâmetros e desmame dessa dependência. Além de focar na mobilização precoce do paciente, prevenindo sequelas do imobilismo”, destacou Adriana.

Maria Godin conta que o filho João Victor foi submetido a duas cirurgias no cérebro e, desde o segundo procedimento, quando colocou um cateter para drenar líquidos do órgão, não andou por receio. “Ele ficava muito deitado, ficava com medo daquilo romper. Mas a fisioterapeuta nos passou confiança, explicou como funciona e deu o apoio necessário para que ele conseguisse se movimentar”, disse.

Recursos terapêuticos -  Pacientes internados, na enfermaria ou na UTI, dispõem de vários recursos que contribuem para a recuperação. Entre os equipamentos, estão as caneleiras, bastões, bola suíça e o cicloergômetro – um aparelho de exercício estacionário, em que é possível executar rotações cíclicas, como se fosse uma bicicleta, usado para tanto para reabilitar os  membros inferiores quanto superiores –  utilizados durante a sessão de cinesioterapia. 

Na UTI, há um espaço fitness destinado a pacientes em condições de sair do leito, onde são aplicados exercícios específicos sob a supervisão da equipe de fisioterapia. Além disso, recursos tecnológicos como a gameterapia e os óculos de realidade virtual contribuem  com aqueles pacientes com dificuldade de adesão à fisioterapia. Outros equipamentos  também são necessários para o tratamento, como ultrassom e a  estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), que é uma corrente de baixa frequência, utilizada para tratamento da dor.

Atendimento ambulatorial - A fisioterapeuta Paula Santos explica que o médico responsável pelo tratamento da criança faz o encaminhamento para o Serviço de Fisioterapia. Após a avaliação fisioterapêutica, inicia-se  o tratamento. Segundo ela, muitas crianças chegam com queixas de dor, dificuldades para andar e para realizar atividades do dia a dia. 

“Desde que a fisioterapia passou a atuar em conjunto com a quimioteca, temos uma participação muito maior das crianças, porque os acompanhantes hoje entendem a importância desse cuidado e o quanto impacta positivamente durante e após o tratamento. Com o acompanhamento fisioterapêutico, conseguimos reverter muitas dessas limitações e devolver a qualidade de vida que elas e suas famílias buscam quando chegam até nós”, afirmou Paula.

A cabeleireira Simone Araújo, 33 anos, mora no município de Jacundá com o filho Pietro Faria, que trata um tumor no sistema nervoso central. Ela conta que ele já passou por 19 sessões de fisioterapia e apresentou avanços. “Ele melhorou o andar, a postura. Se não fosse a fisio, a perna dele ainda estaria atrofiada, não estaria andando e nem se movimentando. Hoje ele não sente mais dor, só quando faz movimentos bruscos”, contou.

Texto de Leila Cruz / Ascom Hoiol