Pará apresenta modelo pioneiro de bioeconomia na Semana do Clima do Rio de Janeiro
Plano estadual valoriza saberes tradicionais e fortalece políticas públicas voltadas à sustentabilidade na Amazônia
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) representou o Governo do Pará, nesta quinta-feira (28), na Rio Climate Action Week, Semana do Clima do Rio de Janeiro, durante o painel “Financiamento da Bioeconomia: Construindo Pontes entre Setor Empresarial, Políticas Públicas e Territórios”. Na ocasião, foram destacados os avanços do estado na construção e implementação de políticas públicas voltadas à bioeconomia, com ênfase no Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio).

Reconhecido nacionalmente como iniciativa pioneira, o PlanBio foi construído de forma participativa e multissetorial, reunindo representantes de órgãos públicos, instituições de pesquisa, setor privado e comunidades tradicionais da Amazônia, como povos indígenas, quilombolas, agricultores familiares e demais populações que integram os territórios da sociobiodiversidade paraense.
“Construímos um plano com uma discussão multissetorial, envolvendo secretarias, academia, setor privado e representantes dos Povos Indígenas, Quilombolas, Comunidades Tradicionais e Agricultores Familiares. Todos eles atuam com a bioeconomia em um estado sociobiodiverso, com uma grande diversidade biológica e social que precisa ser contemplada. A construção do modelo foi pioneira por ter sido colaborativa e por formar uma rede de confiança”, ressaltou Camille Bemerguy, secretária adjunta de Bioeconomia da Semas.
Modelo baseado em tradição, inovação e preservação
O PlanBio tem como base a conciliação entre a preservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico, promovendo uma nova economia para a Amazônia. A proposta está estruturada em três eixos principais: Cadeias Produtivas e Negócios Sustentáveis; Patrimônio Cultural e Patrimônio Genético; e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Camille Bemerguy reforçou que o conceito de bioeconomia precisa respeitar a pluralidade dos territórios amazônicos, reconhecendo que existem diferentes formas de produzir com base na floresta e nos saberes locais.

“A bioeconomia não é uma novidade e tampouco um conceito único e estático. No Pará, ela é pensada como um novo modelo econômico baseado na floresta e em suas comunidades. É preciso compreender que coexistem diferentes bioeconomias dentro do estado, com potenciais diversos. São movimentos que precisam ser construídos em paralelo, com ações no curto, médio e longo prazos, que acontecem simultaneamente”, explicou.
Parque de Bioeconomia e Inovação será entregue em breve
Durante o painel, a secretária adjunta também apresentou o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, equipamento público que será entregue em breve pelo Governo do Pará. O espaço vai reunir iniciativas empreendedoras, pesquisas científicas e produtos da bioeconomia amazônica, com foco no desenvolvimento sustentável, na inclusão produtiva e na geração de renda para povos e comunidades tradicionais.
“A proposta é que o ambiente funcione como uma vitrine permanente da Amazônia inovadora, promovendo conexões entre investidores, pesquisadores, governos e populações. É uma resposta concreta do Pará à urgência climática e ao compromisso com uma transição justa. Queremos mostrar que é possível aliar desenvolvimento econômico à preservação ambiental, valorizando os saberes locais e promovendo inclusão produtiva. A bioeconomia é uma das grandes oportunidades para a Amazônia”, finalizou Camille Bemerguy.
Texto: Vinicius Silva / Ascom Semas