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Áreas protegidas geram renda de forma sustentável para comunidades tradicionais do Pará

O Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), tem fomentado a bioeconomia nas unidades de conservação

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
05/09/2025 07h55

Nesta sexta-feira (5), é celebrado o Dia da Amazônia, data criada para lembrar a importância da floresta amazônica e da preservação desse espaço rico em biodiversidade. O Pará está diretamente inserido nesse bioma e conta com diferentes dispositivos que protegem áreas de floresta. Muitos destes são geridos pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), que cuida de diversos tipos de Unidades de Conservação. 

Para além da proteção ambiental, o Instituto apoia atividades ligadas à bioeconomia e ao ecoturismo no Estado. O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, afirma que o compromisso do órgão vai além da conservação ambiental. “Nosso Instituto tem atuado de forma estratégica no fortalecimento da bioeconomia e do ecoturismo, promovendo o desenvolvimento sustentável e valorizando as potencialidades naturais do Pará. Tudo isso, alinhado às diretrizes do Governo do Estado, que tem fortalecido de maneira estratégica a vocação de cada região”, destaca.

Um dos espaços onde o ecoturismo está em foco é a Floresta Estadual de Faro, localizada no Oeste paraense. De acordo com o analista de planejamento e gestão em turismo do Ideflor-Bio, Deoclécio Júnior, o uso da floresta para essa atividade contribui para a preservação da fauna e flora presente tanto na mata quanto no meio aquático. 

“Isso desperta a consciência ambiental dos visitantes, promovendo experiências educativas e de sensibilização sobre a importância da Floresta Estadual de Faro. Ao mesmo tempo, o controle das atividades turísticas dentro dos limites da unidade de conservação cria mecanismos de fiscalização e gestão territorial mais efetivos, com os moradores tradicionais se tornando agentes ativos no processo de monitoramento e da gestão compartilhada, pois eles ajudam a coibir práticas ilegais. A atividade também estimula o uso racional dos recursos naturais, além de fortalecer os elementos culturais das comunidades tradicionais”, enfatiza o especialista.

Preservação de espécies pela bioeconomia

Na Floresta Estadual do Trombetas, que abrange os municípios de Oriximiná, Óbidos e Alenquer, moradores tradicionais ajudam na conservação do espaço por meio da bioeconomia da castanha-do-pará, que, além de movimentar a economia, ajuda na disseminação da espécie. De acordo com a presidente da Associação Mista Agrícola Extrativista dos Moradores da Comunidade do Jamaracaru e Região (Acaje), Sidiane Sampaio, a coleta de sementes de castanha ajuda tanto na conservação da floresta, ao proteger a mata, quanto ao gerar renda para as comunidades locais. 

“As comunidades que realizam a coleta aprendem a preservar os castanhais e a floresta, ou seja, essa atividade promove a valorização da cultura dos povos extrativistas”, observa. Ela ressalta, ainda, que um grupo de mulheres tradicionais da região confecciona biojoias. “Atualmente, as mulheres extrativistas têm investido na confecção de biojoias, utilizando como matéria-prima a floresta, como no caso do coco babaçu, a semente de cumaru, a castanha-do-pará e muitas outras espécies encontradas na floresta”, complementa a dirigente.

Sociobiodiversidade na Terra Indígena Alto Rio Guamá

Para além das florestas estaduais, a conservação ambiental também está presente na Terra Indígena Alto Rio Guamá, na divisa das regiões Nordeste e Sudeste do Estado, com atividades de extrativismo sustentável que conservam o bioma. É o que pratica a Associação das Mulheres Indígenas do Gurupi (AMIG), gerida pelas mulheres da etnia Tembé. 

De acordo com a analista de gestão pública do Ideflor-Bio e uma das apoiadoras na criação do projeto, Jalva Braga, o grupo auxilia na conservação da terra indígena por meio de conhecimentos ancestrais, herdados por gerações. “Como a floresta possui todos os recursos necessários para produção da vida cotidiana e confecção dos produtos, preservá-la é ação central tanto das mulheres quanto de toda comunidade indígena”, explica. 

Jalva destaca, também, que a coleta de sementes feita pela Associação ajuda na recuperação de territórios degradados na região, assim como gera renda para as mulheres indígenas. “A coleta de sementes é uma das principais atividades da AMIG, seja para restauração florestal do território, seja para confecção de suas biojoias e demais artefatos utilizados nos rituais, que também são momentos de divulgação da identidade do povo Tembé”, conclui a especialista.

Texto: Sinval Farias com a supervisão de Vinícius Leal (Ascom/Ideflor-Bio)